* JULIANA AREIAS

Ancestrais de Juliana Vasconcellos Mendes ( Juliana Areias) – 23/04/2021

Juliana Vasconcellos Mendes ( Juliana Areias)’s ancestors – 23/04/2021

Juliana Areias Ancestors update April 2021 PDF

Introdução

Quem foram nossos antepassados, em que contexto histórico viveram são as perguntas que me fascinam a procurar achar respostas, vislumbrando através dos nomes, documentos, retratos, vestígios encontrados, um pouquinho da humanidade deles, seus sonhos, valores, defeitos, qualidades, conquistas… tudo isso que nos possibilita estar agora aqui, vivos. No meu caso, sendo eu também uma imigrante.

O sonho de morar fora do Brasil, veio desde a infância, quando meu pai José Wilson Areias Mendes, já separado da mamãe Eidineise Vasconcellos, teve uma namorada que é uma das maiores influências da minha vida. Márcia Vianna, que me inspirou aos 5 anos de idade a decidir que quando eu crescesse iria morar na Suiça. Isso porque ela se casou e foi morar lá na… Suécia, que eu pensava ser Suíça quando ela me enviava fotos, cartões postais e presentes de lá… Quando um pouco mais velha, descobri que na verdade ela havia morado na Suécia e não na Suíça, já era tarde de mais, o sonho já havia se cristalizado, hehehe.

Então dito e feito, aos 21 anos, em 1996 lá estava eu em Genebra vendo a neve cair da janela do piano bar do hotel onde nós nos apresentávamos – Carlinhos Franco (meu primeiro companheiro, Carlos Augusto dos Santos Silva Franco), José Plínio de Oliveira Júnior e eu, nosso trio Jazz Brasil – na noite de reveillon sentindo a sensação de missão cumprida por me constatar lá.

Na primeira volta ao Brasil em 2000,  na transição para me mudar para a Nova Zelândia, já com meu segundo companheiro Rogério Teixeira da Mata (pai dos meus filhos Jobim e Lilás), a curiosidade desde a infância em querer saber sobre as nossas origens, virou uma fixação que me motivou a de fato fazer uma árvore genealógica para a família e querer pesquisar a fundo, entrevistando parentes, passando dias dentro de arquivos e paróquias atrás de documentos… e nessa busca descobrindo tantos novos primos e parentes queridos, laços perdidos… além de amigos pesquisadores incríveis, pessoas que se tornaram essenciais na minha vida, especialmente Ugo Perissinotto, Josi Baggio, Sônia Maria Trombelli e Zizzo Bertega.

Com o nascimento dos meus filhos em Auckland, na Nova Zelândia, (Jobim Areias da Mata em 2002, e Lilás Areias da Mata em 2005), essa obsessão ganhou um novo significado, o desejo de deixar essas histórias de presente para eles e todas as nossas gerações futuras, pois sinto que quanto mais sabemos sobre nossas diversas raízes, mais nos sentimos próximos e integrados com o mundo como um todo, com todas as etnias.

O objetivo dessa página então é poder contar um pouco sobre essas outras linhas além da Família Tinos e suas histórias curiosas, muitas delas não gloriosas – para ser eufemista e não dizer histórias terríveis de família – envolvendo padres católicos que engravidavam fiéis, casamentos forçados resultantes de assédio, descendentes de mães de origem escrava-africana com pais incógnitos, casamentos que perduraram e acabaram devido a infidelidades conjugais … Enfim, vidas de pessoas de carne e osso, muito longe de serem perfeitas, mas que passaram por esse planetinha e deixaram suas sementes. Cada um de nós fazendo, contando, interpretando e criando nossas próprias histórias.

Juliana Vasconcellos Mendes (nome artístico e website Juliana Areias) – nasci no dia 7 de fevereiro de 1975 na Maternidade São Paulo, nos arredores da minha amada Avenida Paulista, as 21h20min de uma sexta feira de carnaval, o que inspirou meu pai a compor uma marchinha de carnaval para mim ” Juliana vem, não faz manha não, que papai não gosta de choro não”, hehehe. Sou a primeira e única filha do primeiro casamento dos meus pais José Wilson Areias Mendes e Eidineise Vasconcellos. Mamãe teve aborto natural de duas gestações antes da minha, de forma que minha chegada foi muito desejada. O sentimento e certeza de ser amada por meus pais sempre esteve presente, embora coexista com o sentimento de abandono, de perceber muito cedo que eu tinha que me virar sozinha, por meus pais terem se separado quando eu tinha apenas quatro anos de idade e depois papai ter mudado de São Paulo e mamãe ter doença mental (esquizofrenia atípica) acreditando que eu fosse a encarnação da mãe dela, Luiza, que ela perdeu quando tinha 16 anos. Escrevo isso com o coração aberto e cheio de gratidão por cada instante e cada vivência que também não fazem de mim uma pessoa perfeita ou melhor que ninguém, mas fazem com que eu seja essa pessoa que eu sou. Uma pessoa que coloca amor no que faz. Uma pessoa inventiva, apaixonada, com garra, cujo o maior talento (se não o único) é a perseverança. Alguém que insiste em viver o lado bom da vida e  procura contar e cantar a beleza das imperfeições, alguém que gosta de ser positiva, forte e suave na maior parte do tempo embora também se sinta frágil e cambaleante como Mutante, a canção de Rita Lee mas que não se permite ficar numa posição de vítima por muito tempo, eu envergo mas não quebro, como na canção de Lenine. Romântica e vunerável sempre. Alguém que tem uma grande tendência a melancolia mas que é teimosa e rebelde consigo mesma, hehehe. Alguém que ama Rita Lee e Antonio Carlos Jobim e decidiu e decide a cada dia novamente viver do que ama cantar, mesmo que não seja sempre o mais popular, mas sendo verdadeira, íntegra nessa escolha pela excelência da arte e da canção. Alguém que ainda tem muito para fazer e aprender e gosta de realizar sonhos e já sente muita saudade da vida – ainda que pense que vai morrer só bem velhinha, saudável e cheia de alegria. Alguém que se encanta com a beleza extraordinária do seu dia a dia. Alguém que transborda de amor, ternura por sua família, meus amores, meus filhotes Jobim e Lilás e meu companheiro Geoffrey. Viver ao lado de vocês já faz de mim uma pessoa realizada e feliz. Obrigada meus amores.

Composição de DNA de Juliana Areias, teste feito em 2017Certidão de nascimento de Juliana Areias,

nome artístico de Juliana Vasconcellos Mendes

Juliana Areias pequena 4 fotos 1975-1978 Fotos tiradas por papai José Wilson Areias Mendes

Juliana Areias 1979 – 4 anos com Chica, a gata da Marcia Vianna. Despedida dela antes de ir para a Suécia.

Juliana Areias com 6 ou 7 anos 1981 ou 1982

Juliana Areias 1991 – interpretando a Bruxinha Fredegunda, da peça A Bruxinha que era Boa, de Maria Clara Machado com direção de Walcyr Carrasco em 1991 no Teatro Paiol em São Paulo.

Juliana Areias 1991 – 16 anos, São Paulo. Photo tirado por Carlos Franco.

Juliana Areias com Rubens Diniz e Paulo Sariga at Atelie Volant Lausanne Sambrasil Band 1997

Juliana Areias, Rogério, Jobim e Lilas New Zealand Citizenship Auckland major 6 Feb 2006

Juliana Areias, Rogério, Jobim e Lilás Outubro 2009 Swan Valley, Western Austrália.

Juliana Areias com Lilás e Jobim Areias da Mata 2011, em North Cottesloe Beach, foto tirada pela Tia de coração, Clau-Clau ( Cláudia Rondon).

Juliana Areias 2011 no Ellington Jazz Club Perth by Flavio Rosa

Juliana Areias 2011 Bossa Nova Baby show at the Ellington Jazz Club by Jayga McMullen

Juliana Areias & Geoffrey Drake-Brockman 2013 Fremantle

Juliana Areias, Geoffrey Drake-Brockman, Jobim e Lilas in Sydney during Sculpture by the Sea 2014

Bossa Nova Baby CD launch Perth 7 Feb 2015 Geoffrey Drake-Brockman, Juliana Areias, Jobim Areias da Mata e Lilas Areias da Mata – Juliana aniversário de 40 anos.

Juliana Areias & Geoffrey Drake-Brockman love Sydney Sept 2015

Italy Venice Juliana Areias Geoffrey Drake-Brockman Juliana Areias Geoffrey Drake-Brockman Jobim and Lilas

Rio 2016 Lilas Areias da Mata, Juliana Areias, Geoffrey Drake-Brockman e Jobim Areias da Mata

Itapuã, Vinícius de Moraes, Juliana Areias, Jobim, Lilas Areias da Mata, em frente da rua onde morou Vinìcius de Moraes e eu também, em Salvador.

Serena, Juliana Areias e Márcia Vianna em São Paulo após meu show em dezembro de 2016. Márcia me inspirou a morar fora. Eu lhe inspirei a ser mãe.

Juliana Areias na Rua Almirante Marques Leao onde morou ate 14 anos 634 ap 63A Bela Vista São Paulo.

Juliana Areias na sua amada Avenida Paulista São Paulo, Dezembro 2016.

Geoffrey Drake-Brockman, Juliana Areias, Jobim Areias da Mata and Lilas Areias da Mata Setembro de 2018 na Embaixada Brasileira em Tokyo onde cantei na celebraçâo oficial dos 60 anos da Bossa Nova e abertura do Focus Brasil Press Award 2018 – Juliana Areias – Bossa Nova Baby Show Japan Tour – http://www.julianaareias.com

Certidão de casamento dos pais de Juliana Areias

Eidineise Vasconcellos & José Wilson Areias Mendes

Eidineise Vasconcellos e José Wilson Areias Mendes na Praia de São Sebastião-SP, onde se conheceram nas férias de verão de 1965.

Eidineise Vasconcellos e José Wilson Areias Mendes 1970

Eidineise Vasconcellos e José Wilson Areias Mendes ouvindo música na vitrola nos anos 1970.

Meus pais José Wilson Areias Mendes e Eidineise Vasconcellos grávidos de mim – Juliana Vasconcellos Mendes (Juliana Areias).

LINHAS MATERNAS

  – FAMÍLIAS VASCONCELLOS, FERREIRA DOS SANTOS, PENHA, NASCIMENTO, TENDERO, BELÉM, PINHEIRO, PIRES, JOAM, DOMINGOS E SARAIVA  – que se encontraram na cidade de São Paulo, Brasil, (bairros do Centro, Brás e Santana), com origens ibérica (portuguesa, espanhola), grega, balcânica, judaica, africana e indígina.

VASCONCELLOS /  FERREIRA DOS SANTOS e PENHA

Minha mãe Eidineise Vasconcellos, nasceu no bairro de Santana, zona norte de São Paulo em 17/7/1950. Mamãe perdeu sua mãe Luiza Nascimento (26/11/1925-11/12/1966) quando ainda adolescente e na época com esse trauma, saiu do ar, o que parecia uma reação natural naquele momento, no entando aos longos dos anos foi se percebendo que se tratava de uma doença crônica, que foi eventualmente diagnosticada como sendo esquizofrenia atípica. Ela conta que quando internada para tratamento psiquiático, acredito que na década de 1970, chegou a levar choque e ser dopada com remédios, o que só fez lhe criar novos traumas, ter desconfiança de médicos e de qualquer tipo de medicamento, ao ponto de acreditar que foram os médicos que mataram sua mãe e seu pai. Eu me lembro da morte do Vovô Orlando em 1988, quando eu tinha 13 anos. Foi a primeira morte que presenciei na família, embora não tenha ido ao velório. Vovô Orlando era um homem forte, ativo, atlético que tinha servido ao exército, tomava banhos frios, morava na Praia Grande-SP, andava de bicicleta, mas tinha problemas cardíacos e um dia sua veia aorta entupida estourou. Foi levado as pressas na ambulância para o hospital em São Vicente, mas não resistiu. Esse mesmo medo de médico da mamãe Eidineise, fazia com que ela evitasse de nos levar ao médico. Meu irmão Rodrigo Vasconcellos César,  uma vez cortou a testa e da-lhe ela colocar sal no corte para tentar estancar o sangramento. Depois de muito custo, consegui convencê-la a levá-lo para tomar ponto, o que era mesmo necessário. Aos meus 14 anos, em 1989, no auge da minha rebeldia adolescente, não nos entendíamos bem, brigávamos muito a ponto de termos saido até no tapa. Numa dessas, tive uma crise nervosa de asma (doença crônica desde a infância), e ela novamente não quis me levar para o hospital, para me proteger dos médicos. Aguentei a noite toda e de manhã, disse que ia descer para poder tomar um pouco de ar livre e liguei do orelhão em frente ao prédio ( na Rua Almirante Marques Leão, 638, Apto 63 A, Bela Vista, São Paulo-SP) para minha tia Sílvia, irmã do meu pai, para vir me buscar e me levar para o hospital, onde fiquei internada e depois que saí, decidi que iria morar com meus avós Celo e Lola (Ascelino Teixeira Mendes e Laura Gomes Areias, pais do meu pai). A decisão desencadeou um processo jurídico para a troca da guarda, a provar que ela não tinha condições psíquicas de cuidar nem de mim e nem do meu irmão Rodrigo, com 6 anos na época. Esse processo levou uns dois anos até ela ser interditada em 1991 e considerada juridicamente parcialmente incapaz. Isso fez com que meu irmão Rodrigo (meu Miguilim, como gosto de chamá-lo) acabasse ficando por cerca de uma semana em um orfanato, até que foi adotado pela irmã da minha mãe, Tia Sônia Maria Vasconcellos De Donno e seu marido, Tio José Rubem De Donno, aos quais sou eternamente grata.  Rodrigo e eu temos mais uma irmã caçula, Ana Paloma Vasconcellos de Asevedo (Palominha), nascida em 1994, quando mamãe já estava com 44 anos. Palominha e seu noivo Pedrinho (Pedro de Sousa Costa), cuidam lindamente e sabem lidar com mamãe melhor que ninguém. Hoje em dia ela toma remédios e vai ao médico periodicamente e ao invés de andar toda suja e maltrapilho, anda toda colorida, feito árvore de natal, sendo uma das figuras exóticas e legendárias da nossa Avenida Paulista. Das tantas boas lições aprendidas com mamãe, duas me são particularmente especiais –  apreciar o diferente (“De perto ninguém é normal”, como diz a canção de Caetano Veloso, Vaca Profana, que adoro interpretar nos meus shows), e a apreciar a arte, levando meus filhos a shows ao vivo desde sempre, tal qual ela também fazia comigo, me levava para shows proibidos para menores de 10 anos em plena ditadura militar e ainda me colocava em cima do palco para dar beijinho no Gilberto Gil, que ela adora e meu Vô Orlando tinha cisma, hehehe. Tenho inclusive cá pra mim, que meu nome seja Juliana por causa da canção “Domingo no Parque” de Gilberto Gil, lançada em 1968. (nasci em 1975). A letra, conta a história de dois amigos José e João, apaixonados por Juliana… acabando em uma tragédia passional, mas escrita com tanta primacia poética – “a rosa, o sorvete, a roda gigante girando na mente” – que o que prevalece é a beleza apenas.

Certidão de nascimento de Eidineise Vasconcellos

Eidineise Vasconcellos

Eidineise Vasconcellos

Eidineise nos anos 80

Eidineise Vasconcellos

Eidineise Vasconcellos

Tia Sônia, mamãe Eidineise e mais alguém

Eidineise Vasconcellos e pai Orlando Vasconcellos

Tio Rubens , Tia Sônia, mamãe Eidineise e papai José Wilson em São Sebastião-SP em 1965, no dia em que se conheceram e começaram ambos casais a namorar. Tio Rubens e Tia Sônia, um dos casais mais bonitos que conheço até hoje.

Eu, Juliana Areias ( 3anos) com mamãe Eidineise Vasconcellos (28 anos) – Praia Grande-SP 1978. Vovô Orlando morava na Praia Grande e sempre íamos nas férias para lá.

Mamãe Eidineise Vasconcellos (40 anos) com meu irmão Rodrigo Vasconcellos César (quase 7 anos) em 17 de julho de 1990, aniversário de 40 anos da mamãe, em São Paulo .

Palominha e mamãe – Ana Paloma Vasconcellos Asevedo (3 anos) e Eidineise Vasconcellos (47 anos) em 1997 em viagem a Sorocaba-SP

Tio Rubens, Tia Sônia, Mamãe Eidineise, Rodrigo, Odair, Paloma e Pedro em São Paulo, janeiro de 2015.

Ana Paloma, Lilás, Pedro, Juliana Areias, Jobim e Eidineise Vasconcellos em São Paulo, dezembro de 2016, três gerações.

 Orlando Vasconcellos (meu avô, pai da minha mãe Eidineise Vasconcellos e da minha Tia Sônia Maria Vasconcellos), nascido em São Paulo em 7/11/1919 e falescido em São Vicente, Praia Grande-SP em 15/4/1988, foi o caçula de seis irmãos do primeiro  casamento de seus pais Reinaldo de Vasconcellos e Joanna Santos ( Armando, Risolena, Iole, Irene, Orlando. Dalila do segundo casamento de Reinaldo). Orlando ficara órfão dos pais ainda quando criança e fora criado por seu irmão mais velho, Armando de Vasconcellos casado com Arminda Tendero. Essa perda prematura dos pais, tem dificultado muito os avanços da pesquisa desse ramo da família, pois ninguém sabe dizer de onde os pais de Reinaldo ( Joze de Vasconcellos e Maria Izabel) de fato eram, acredita-se que portugueses, se sim, naturalizados brasileiros, já que nos pouquíssimos documentos encontrados até agora, Joze de Vasconcellos se declara brasileiro.

Tia Branca Nascimento Mandetta, irmã da Luiza Nascimento (minha avó que não conheci), esposa do Orlando, relata: “Só meus 4 avós (José Joaquim Pinheiro & Rosa Maria de Jesus (Saraiva), Luiz Antonio Tendero & Maria Belém) vieram de Portugal na mesma época. As nossas famílias só se aproximaram dos Vasconcellos quando eu já tinha uns 8 anos (cerca de 1936). Foi quando vieram ocupar as casas herdadas do episódio do meu avô (que perdeu sua empresa Rápidos e mudanças e as casas no espólio judicial com o proprietário da Empresa Lusitanas de mudança) . Passaram a morar todos perto de nós – minha tia Arminda e minha Tia Gracinda. Então juntaram todas as primas Neide e Wilson da Arminda – Dirce, Geny e Dinorah da Gracinda. Crescemos todas juntas, fizemos o ginásio. Depois foi tudo separado, casa família tomou outro rumo. Só ficou sempre meio longe a outra irmã Mariquinha, a mais velha que casou com um português e foram viver em uma chácara muito grande de plantações de frutas muito bonitas. O outro irmão do meu pai (Manuel), o José Nascimento sempre foi o riquinho da família, vivia em um belo sobrado e de rendimento de aluguéis. Juntou com a herança da mulher, eram meus padrinhos de batismo. O Vasconcellos, pai do Orlando e Armando veio de Portugal se casar aqui com uma mulata brasileira. Minha irmã Luiza coheceu o Orlando na convivência da minha Tia Arminda (Tendero) casada com seu irmão Armando. O Orlando morou uns tempos com meus tios Arminda e Armando, ele era bem mais moço que o irmão Armando. Orlando trabalhanva numa tipografia que faliu, bem depois que já estava casado (casamoento em 1946). Quem ajeitou a vida dele em outra tipografia, onde trabalhou até se aposentar, foi o meu presidente João Jorge Saad, que era dono da Rádio Bandeirantes e depois lançou a TV Bandeirantes que existe até hoje. Ele era o presidente da saudosa CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos) e eu era sua secretária.”

Certidão de nascimento de Orlando Vasconcellos

Certidão de casamento de Orlando Vasconcellos e Luiza Nascimento

Certidão de óbito de Orlando Vasconcellos

Luiza Nascimento e Orlando Vasconcellos

Pistas sobre Joze de Vasconcellos ( José de Vasconcellos), sua esposa Maria Izabel e seus ao menos dois filhos Reinaldo de Vasconcellos e Alfredo de Vasconcellos

Graças a esse artigo de jornal, presente precioso pesquisado e me dado pela minha amada amiga pesquisadora Josi Baggio, sabemos que Reinaldo teve ao menos um irmão, chamado Alfredo de Vasconcellos. Até agora só encontramos o batismo de Alfredo, em São Paulo no dia 6 de dezembro de 1885, nascido em 16 de novembro de 1885, sendo padrinhos Alfredo Silveira da Motta e sua esposa Augusta Silveira da Motta. Por esse assento e pelo recorde de jornal percebe-se que havia bastante proximidade entre essas famílias Vasconcellos e Silveiras.

Certidão de Nascimento de Alfredo Vasconcellos ( irmão de Reinaldo de Vasconcellos)

Tia Sônia e minha bisa Maria me contaram que Reinaldo de Vasconcellos, (filho de José ou Jozé de Vasconcellos e Maria Izabel),  foi primeiramente namorado de sua futura sogra, mãe de Joanna dos Santos, chamada Benedicta Maria da Penha, (escrava ou descendente de escravos, que era viúva do suposto português Prazedes Ferreira dos Santos). Benedicta era mais velha que o namorado Reinaldo e lhe obrigou a casar com sua filha Joanna, com quem ele estava “se engraçando”. Tia Branca, nuca soube dessa história.

Sabemos que Joanna Santos, tinha ao menos um irmão, João Santos. Nos arquivos online do Family Research descobrimos os seguintes documentos, que revelam, que o Prazedes Ferreira do Santos nascera no Brasil, em 1868 em Lorena-SP, filho de Justina Maria de Jesus (portanto não era português e seu pai não vem declarado) e que sua futura esposa Benedicta Maria da Penha nascera em São Paulo, batizada em 31/5/1870, filha de Joaquina Maria da Penha (portanto talvez sim ainda escrava, já que nascida um ano antes da Lei do Ventre Livre, que dava alforria aos filhos de escravos nascidos apartir de 28/9/1871. O pai também não vem declarado nesse documento).

Pistas sobre Praxedes Ferreira dos Santos, sua esposa Benedicta Maria da Penha e seus ao menos dois filhos Joanna Santos e João Santos

Joanna Santos (mae de Orlando Vasconcellos) – nascida em 24 de Junho de 1890, batizada em 24 de agosto de 1890 na Igreja Bom Jesus, no bairro do Bras, em Sao Paulo. Filha de Praxedes Ferreira dos Santos e Benedicta Maria da Penha. Padrinhos: Jose Paulino Guimaraes e Escolatica Guimaraes.

Joao Santos – (irmao de Joanna Santos), filho de Praxedes Ferreira dos Santos e Benedicta Maria da Penha. Nascido em 22 de junho de 1888. Batizado em 1 de julho de 1888 na Igreja Bom Jesus , bairro do Bras, Sao Paulo. Padrinhos Bertholdo Ferreira dos Santos e Rosalina Carolina Fragoso. Benedicta Maria da Penha ( mae de Joanna e Joao) – nascida a 18 de maio de 1870, batizada em 31 de maio de 1870 na Igreja da Se, na epoca chamada de Nossa Senhora da Assuncao em Sao Paulo, Brasil. Filha “natural” de Joaquina Maria da Penha. Padrinho: Antonio Villella.

Casamento de Praxedes Ferreira dos Santos com Benedicta Maria da Penha em 8 de janeior de 1887 na Igreja da Se,  Nossa Senhora da Assuncao, em Sao Paulo. Ele nascido em Lorena, Sao Paulo, filho de Justina Maria de Jesus. Ela nascida em Sao Paulo, filha de Joaquina Maria da Penha.

NASCIMENTO, TENDERO, BELÉM / PINHEIRO, PIRES, JOAM, DOMINGOS e SARAIVA

Familia Pinheiro Nascimento, casal Maria da Natividade (Pinheiro) e Manuel do Nascimento com suas duas filhas Luiza Nascimento (na foto bebê) e Branca Nascimento Mandetta (na foto de Primeira Comunhão). Abaixo da esquerda para direita, Luiz Antonio Tendero (pai de Manuel), Manuel, Maria Belem (mãe de Manuel) com José Joaquim Pinheiro (pai de Maria Nathividade) e José Joaquim Pinheiro novamente, já mais velho.

Luiza do Nascimento (Vasconcellos), (minha avó, esposa de Orlando de Vasconcellos e mãe da minha mãe Eidineise Vasconcellos e da minha tia Sônia Maria Vasconcellos) nasceu em São Paulo em 26/11/1925 e faleceu em 11/12/1966 em São Paulo. Luiza era filha de Manuel do Nascimento (Bisa Mané, nascido em 15/2/1899 em São Paulo) e de Maria da Natividade Pinheiro (Bisa Maria, nascida em 10/10/1904 na Aldeia Guilherfonso, Pera do Moço, Guarda, Portugal).

Certidão de nascimento de Luiza Nascimento

Certidão de óbito de Luiza Nascimento

Luiza Nascimento vestida de portuguesinha, roupa típica

Luiza Nascimento e Orlando Vasconcellos namorando

casal Luiza Nascimento e Orlando Vasconcellos

Branca Nascimento (Mandetta), querida Tia Branca,  irmã da minha avó Luiza, nasceu dia 23 de maio de 1928. Na minha infância, a tradicão sempre foi passar o almoço de natal na sua casa, que na época era um apartamento que ficava no bairro do Jabaguara, em São Paulo. Agora ela mora no interior de São Paulo, em Indaiatuba com seu fillho, meu querido primo Fúlvio. Graças a Tia Branca, tenho descoberto diariamente um pouquinho mais sobre a nossa família. Tia Branca se casou em 1954 com Olivio Mandetta. Eles se conheceram no período do colegal. A família dele é do Campo Grande, no Mato Grosso, família com soberania na cidade, formada por médicos, prefeitos, deputados federais, no momento com um Ministro da Sáude, Henrique Mandetta, filho de um grande ortopedista, professor universitário. A família começou com o velho Mandetta que veio da Itália e se estabeleceu com uma fábrica de guaraná e licor de piqui. O outro irmão Mandetta, parou uns anos em Corumba. O seu marido Olivio Mandetta, morreu no Campo Grande, estava lá para se tratar com um primo médico, teve um AVC ficou uns 5 meses de cama na casa da irmã, mas não se recuperou. Tia Branca foi secretária do João Jorge Saad, já falecido, mas de quem fala saudosista, ele foi Presidente da CMTC ( Companhia Municipal de Transportes Coletivos), que era dono da Rádio Bandeirantes e fundador da TV Bandeirantes, hoje comandada por seu filho Johnny Saad, muito parecido com o pai, que quando aparece em alguma reportagem, faz Tia Branca lembrar dos bons tempos do convívio da CMTC.

Casamento da Tia Branca Nascimento com Olivio Mandetta em 1954

Branca Nascimento Mandetto, filha de Maria da Nathividade e Manuel Nascimento e irmã da minha avó Luiza Nascimento. Tia Branca adora criar cachorros, já teve até agora 14 cachorrinhos.

Tia Branca no seu aniversário de 90 anos em 2018, ao lado dos filhos Fulvio e Branca Meliza (Branquinha).

Aniversário de 90 anos da Tia Branca Nascimento Mandetta em 2018

Aniversário de 90 anos da Tia Branca Nascimento Mandetta em 2018

Aniversário de 90 anos da Tia Branca Nascimento Mandetta em 2018

Manuel Antonio do Nascimento (Bisa Mané, pai de Luiza Nascimento e Branca Nascimento) nasceu em São Paulo em 15 de fevereiro de 1899 e faleceu em janeiro de 1982, cheguei a conhecê-lo, aquariano como eu,  tinha um ar alegre e tranquilo de ser. Ele era filho de Luiz Antonio Tendero/ Tendeiro e Maria Belém / Bethlem. Manuel teve mais quatro irmãos – José, Mariquinha, Gracinda e Arminda (Arminda casada com o Armando Vasconcellos descrito acima). Tia Sônia, irmã da minha mãe, se lembra de ouvir dizer que vieram de Granja, (Existem localidades diversas com esse nome em Portugal). Tia Branca, irmã da minha avó Luiza, nunca ouviu falar sobre Granjá, mas apenas sobre Viseu em Portugal. Juntando ambas as peças do quebra-cabeça, acabo de descobrir que os pais de Manuel eram de fato de Granjal, Sernancelhe, Viseu, Portugal.

Acabo de descobrir o assento de batismo do irmão mais velho do Manuel, o José do Nascimento, nascido em Granjal, batizado em 1 de janeiro de 1893, logo, todos os cinco irmãos, José, Mariquinha, Gracinda, Manuel e Arminda são netos paternos de José Antonio Tendeiro e Maria da Conceição e netos maternos de Antonio Caetano de Almeida e Anna Ferreira.

Pesquisando online no Arquivo Distrital de Viseu (em Julho de 2019 , encontrei também o pedido de passaporte de Joaquim do Nascimento para emigrar com sua família para o Pará. O pedido foi feito em 7 de março de 1908, ele com 35 anos , casado com Maria do Nascimento (32 anos) e filha Josefina (10 anos).

Tia Branca Nascimento Mandetta, irmã da minha avó Luiza Nascimento (Vasconcellos), prestes a completar 91 anos em maio de 2019 relatou que o não conheceu seu avô Luiz, que morreu em Portugal ainda quando seu filho Manuel Nascimento era solteiro ( meus bisas Manuel e Maria se casaram em 1/9/1923). Vieram Luiz e Maria Belém de Portugal para o Brasil com os filhos mais velhos, sendo que Manuel e mais duas irmãs mais novas nasceram já no Brasil. Branca Meliza, filha da Tia Branca guarda a arca das roupas centenária deles. Manuel nunca foi a Portugal. Tia Branca conta que as famílias Nascimento do seu pai Manoel (incluindo os Belém e Tendero) e os Pinheiro da sua mãe Maria, já se conheciam desde Portugal e que no Brasil moram perto uma da outra. (Viseu e Guarda são duas localidades próximas, de fato). Tia Branca conta: “Meus avós Maria Belém e Luiz Antonio Tendero moravam na Rua Salete, um casarão com grande terreno, pois ele tinha caminhões de tração animal e muitos empregados. Contruiu 11 casas para eles, essas casas ainda existem, foram alugadas e era a renda a minha avó (Maria Belém). Do outro lado da rua, casarão de esquina da Rua Salete com Doutor César. Ele perdeu o casarão na tal demanda, espólio da Lusitana que existia até uns anos atrás. Só sobrou o imóvel que virou a lojinha da Tia Ana. O casarão da Maria Belém, ela ocupou até morrer. Depois eu e meu pai passamos a ocupá-lo, foi onde me casei (1954) e onde o Fulvio nasceu. Os herdeiros resolveram vendê-lo e foi transformando em uma escola.”

Tia Branca conta que seus avós vieram como típicas famílas portuguesas que imigravam almejando ter uma vida melhor, já que em Portugal, o trabalho era só na roça, mas em São Paulo, tiveram uma vida urbana, se tornaram proprietátios de seus próprios negócios: “Como todo bom português, emigraram procurando outras terras para melhorar a vida. Era o que meu pai (Manuel) contava e constatei realmente que era uma verdade. Quando levei minha mãe (Maria da Nathividade Nascimento) para visitar a terra onde nasceu (Aldeia Guilherfonso, Pêra do Moço, Guarda), encontrou antigos moradores de Guarda, inclusive um primo irmão com a mulher. Os demais despacharam os filhos para o Brasil, para tentarem um futuro melhor ao invés de ficarem cuidando da lavoura que é a única ocupação.”

Tia Branca também relata lindamente sobre as aptidões artísticas de seu pai Manuel que infelizmente não foram incentivadas pelo pai dele, o Luiz Antonio Tendero: “Eu me lembro do seu comentário de que quando foi para a escola, seu professor chamou meu avô para que meu pai fizesse um curso de desenho e que foi dito que ele precisava era trabalhar, era suficiente só aprender a ler. Ele contou essa passagem que ficou triste na ocasião e o assunto morreu aí. Mentalidade dos portugueses naquela época.” Tia Branca conta que seu avô Luiz Antonio Tendero, teve que voltar a Portugal para liquidar o que lá deixou (de bens), e acabou morrendo em Portugal, provavelmente de problemas cardíacos. Manuel cuidava dos escritórios da Rápidos, empresa de transporte do seu sogro José Joaquim Pinheiro. Até que o José Joaquim Pinheiro perdeu a Rápidos numa ação judicial, que levou anos empedrada pela empresa Lusitana, também de transportes, que fez com que perdesse tudo até imóveis, Só restando a casa na Doutor César em Santana, que virou a lojinha da sua filha Ana por muito anos. Daí Manuel trabalhou como caminhoneiro com o segundo marido da sua mãe Maria Belém ( chamado Luis, bem mais novo que ela, da mesma idade de Manuel), depois comprou um carro e foi motorista de táxi até o fim da vida. Manuel do Nascimento, deixou de herança um terreno grande com duas casas na Rua Conego Manuel Vaz em Santana. Em seu testamento dizia que o terreno não podia ser vendido até a terceira geração. Então, mesmo depois de sua morte em 1882 e depos da morte da sua esposa em 2000, Tia Sônia (neta deles) continuou morando la por bons anos. Hoje em dia (2019), as casas já não existem mais, no local agora existe um condomínio de apartamentos.

Sobre Maria Belém (mãe de Manuel Antonio Nascimento), Tia Branca conta que após anos já viúva do Antonio Luiz Tendero, (que voltou para Portugal apenas para liquidar bens e acabou morrendo lá), ela se casou pela segunda vez com um cidadão bem mais moço, chamado Luis, com a idade do seu filho Manuel. Conta que: “Esse casamento durou anos e terminou quando Maria Belém teve o derrame. Luis ainda ficou bastante tempo ao lado dela, mas depois se mandou, ele era moço e bonitão. Eu gostava dele e saia muito com eles principalmente para Santos. Ele e meu pai Manoel, cada um tinha seu Ford e fomos todos uma vez para o Rio de Janeiro. O casamento só foi aceito pelo meu pai. Os outros filhos ( de Maria Belém) não aceitaram e não houve mais união na família. Luis e Manuel, eram companheiros, trabalhavam juntos cada um com seu caminhão e faziam viagem para longe. Numa dessas viagens é que estava dormindo com minha avó ( Maria Belém) fazia sempre companhia para ela, ela teve o derrame de madrugada, caiu da cama e eu saí pra rua, fui correndo chamar o irmão do meu pai, o outro filho homem (José Nascimento Tendero) e ele acudiu chamando o médico que naquele tempo fazia sangria para casos de derrame, isso tudo participei com 10 anos de idade (1938) e depois acompanhando por anos e anos até ela morrer no hospital comigo e com meu pai que ficávamos a noite. Nenhuma das filhas nunca passaram uma noite com ela.”

Tia Branca conviveu bastante com sua avó Maria Belém, ajudando a cuidar dela quando ela teve o derrame que a paralisou até o fim da vida. Maria Belém morreu antes da Tia Branca se casar em 1954. Maria Belém lhe contava das terras dela em Viseu (Tia branca nunca ouviu falar em Granja).

Maria da Natividade Pinheiro, minha Bisa Maria, chegou ao Brasil no início do século junto com seus pais José Joaquim Pinheiro e Rosa Maria de Jesus, ambos naturais e com ascendentes de Guilherfonso, Pêra do Moço, Guarda, Portugal e outras localizades Rocamondo e Cordoeiro também em Guarda, Portugal. Os irmãos de Maria da Natividade Pinheiro eram Antonio, Julio, João e Ana. José Joaquim Pinheiro teve vários negócios em Santana, incluindo uma empresa de mudanças, chamada Rápidos, esse caminhão puxado a tração animal. Perdeu seu negócio em longa ação judicial para o Comendador Joaquim Monteiro, passando a se chamar Luzitana Mudanças, empresa fundada em 21 de junho de 1921 que ainda existiu pelo menos até 2006, quando estava comemorando 85 anos na mãos do Comendador.

Obviamento como nasci bem depois da morte da minha avó Luiza, minha avó acabou sendo minha bisavó Maria da Natividade Nascimento (nome de casada), Bisa Maria. Também cheguei a conhecer o Bisa Mané. Gostava de ir dormir na casa da Bisa, ela tinha um jardim de rosas na frente da casa, um bambuzal ao fundo, pé de limão e galinhas caipiras no quintal, que davam ovos com a gema mais amarela que já vi, uma delícia! (Fui uma criança chata para comer, só gostava de comer ovo e arroz, as vezes chegando a comer ate 4 ovos por dia). A casinha da Bisa estava sempre arrumada, ela fazia bolinhos de chuva português e quando já estava viúva, eu ia dormir na sua cama de casal ao seu lado, ela era bem magrinha, asmática (como eu) e sempre friorenta, tinha uma mantinha especial para colocar só nos pés embaixo das cobertas. A gente deitava e eu ficava lhe contando histórias da Branca de Neve,  Três Porquinhos, O Pequeno Príncipe que eu decorava dos meus disquinhos de vinil da banca de jornal que eu ouvia na minha vitrolinha portátil laranja da Phillips. Eu ficava declamando essas histórias tdas até ela dormir, hehehe. Um beijo eterno na alma e coração para você minha amada Bisa Maria!

Caminhão de mudanças Rápidos propriedade de José Joaquim Pinheiros pai da minha bisavó Maria da Natividade Nascimento, em Santana, São Paulo-SP. Mais tarde a empresa passou a ser chamar Luzitana Mudanças, já com outro proprietário. Fotos do meio José Joaquim Pinheiro com um parente. Foto de baixo, José Joaquim Pinheiro a direita, com seus 4 filhos João, Ana, Júlio e Maria. ( Maria, a mais velha, minha bisavó).

Certidão de nascimento de Maria da Natividade Pinheiro (Nascimento)

Assento de casamento de Manuel Nascimento e Maria da Nathividade Pinheiro (Nascimento) Certidão de casamento de Manuel Nascimento e Maria da Nathividade Pinheiro (Nascimento)

Registro de extrangeiro de Maria Nathividade Nacimento (Pinheiro)

Assento de casamento de José Joaquim Pinheiro e Rosa Maria de Jesus (pais de Maria da Nathividade Pinheiro (Nascimento)

Assento de casamento de José Joaquim Pires e Joaquina Maria Pinheiro (pais de José Joaquim Pinheiro, avós paternos de Maria da Nathividade Pinheiro (Nascimento)Assento de casamento de José Domingos e Maria Saraiva (pais de Rosa Maria de Jesus, avós maternos de Maria da Nathividade Pinheiro (Nascimento)

Assento de casamento de Joaquim José Pinheiro e Brizida Cardoso (ele, irmão de Maria da Nathividade Pinheiro (Nascimento).

Meus bisavós Maria da Natividade Pinheiro (Nascimento) e Manuel do Nascimento com sua primeira filha Luiza Nascimento ( minha avó).

Casa da Bisa Maria e Vô Mane, na Rua Conego Manuel Vaz, Santana, Sao Paulo-SP 2007 . Nós – Nando, Lucimara, Tia Sônia, Tio Rubens, eu (Juliana), Lilás, Jobim, Camila e Rodrigo

Bisavó Maria da Natividade Nascimento (96 anos) e bisneta Juliana Areias (25 anos) em 2000, meses antes da Bisa Maria falecer em 01/12/2000.

A ascendência da Bisa Maria até onde sabemos, vem toda de Guarda, Portugal, onde ela nasceu, em Guilherfonso (Pera do Moço) e localidades vizinhas Rocamondo e Codoeiro. Seus pais se chamavam José Joaquim Pinheiro (filho de Joaquim Pires e Jaoquina Maria Pinheiro)  e Rosa Maria de Jesus (filha de José Domingos e Maria Saraiva).

Teste de DNA de Eidineise Vasconcellos ( mãe de Juliana Areias)

Pelo teste de DNA da minha mãe Eidineise Vasconcellos, além da confirmação de ancestrias africanos 3.4% e indíginas 2.8%, certamente vindos dos Ferreira dos Santos e Penha, tem aparecido vários DNA Matches mostrando que provavelmente houve ancestrais dela provenientes também das Ilhas dos Açores. Ainda não conseguimos localizar de qual dessas linhas seria se pelo lado dos Vasconcellos, Ferreira Mendes, pais incognitos ascendentes de Orlando, dos quais pouco sabemos ou se seria pelo lado de Luiza, pelos Tendero e Belêm dos quais também pouco sabemos, ou mesmo dos ancestrais dos Pinheiro, Saraiva e afins de Guarda, já que parece que estes ancestrais açorianos são antigos, tanto que foi uma das grandes surpresas desse teste de DNA.

Interessante também haver uma porcentagem judaica 4,6%, Balcânica 11.1%, Grega 2.3% e até filandesa 0,9%. A deduzir pelos sobrenomes, Pinheiro e Saraiva, poderiam indicar origem Judaica, por serem nomes de árvores e mineral respectivamente.

Esse interessante artigo de João Paulo de Fontoura explica e alerta – “No caso dos Judeus, pelo efeito Torquemada, eles foram obrigados a se converterem em “cristãos novos”, tanto na Espanha como em Portugal, ou fugir para outra região. No resto da Europa, foi em pouco diferente. Em Portugal, costuma-se dizer que os judeus que lá viveram até 1497, quando foram obrigados a escolher entre a conversão ou a expulsão, substituíram seus sobrenomes originais por nomes de árvores que não produzem frutos comestíveis, como Carvalho e Junqueira (cana-de-açúcar, bambu, junco). Outros dizem que os judeus normalmente escolhem nomes de árvores, tais como Pereira e Oliveira – neste caso, árvores frutíferas. No entanto, cuidado: esses nomes já eram correntes para designar cristãos velhos durante a Idade Média; portanto, ter um sobrenome Carvalho, Junqueira, Pereira não significa obrigatoriamente ter uma descendência judia.

Saraiva – provavelmente um topônimo com origem nos Celtas, habitantes antigos da península ibérica. Vem de “Sarawo ou Saraweno” que significava, na língua deles, “chuva de pedras” (nos dicionários portugueses, significa granizo, que é um tipo de chuva gelada que se transforma em pequenas pedras. Também temos, nós gaúchos, o hábito de usar a expressão “saraivada de balas”). Há outras explicações importantes: Pode ter vindo do nome Sarahyba que tem origem galego/asturo/leonesa, pois nestas regiões existiam (e ainda existem) várias localidades com este nome ou assemelhado, como, por exemplo, Saravi. Existe ainda na Galícia uma localidade chamada “A Sarabia”, que fica na província de Pontevedra, no Concelho de Tui.”

Feitas essas considerações acima, já que no teste de DNA da minha mãe Eidineise Vasconcellos vem confirmado 4.6% de sangue judaico (e 2.3% no meu teste) e temos os sobrenomes Pinheiro e Saraiva, nesses casos é bem provável que nossos Pinheiro e Saraiva sejam de origem judaica.

LINHAS PATERNAS 

– FAMÍLIAS MENDES DO VAL, MIRANDA, SOUZA SOARES, TEIXEIRA ALVARES, RORIZ, FRANÇA, ARAUJO LEITE, ROCHA, AFONSECA E SILVA, CIRILLA BARBOSA, COSTA BRAGA, LOUREIRO, GOÇALVES, SILVA, MELO, DIAS, LOPES, TOME, FERNANDES, FERREIRA / TINOS, GRASSETTI, ZUCCHIN, ROSSIT, FRANCO, GOMES AREIAS, GOMES, SANTOS, ANTUNES, NUNES, LOPES, DOMIGUES, LUIS GUARDADO, JOAN, DIAS, MATHEUS, RODRIGUES, SAN JOSEPH, FERNANDES – que se encontraram em no Estado de São Paulo, Brasil,  com origens mineira, goiana, açoriana, ibérica (portuguesa, espanhola), italiana, grega, balcânica, árabe, africana e indígina.

MENDES DO VAL, MIRANDA, SOUZA SOARES, TEIXEIRA ALVARES, RORIZ, FRANÇA, ARAUJO LEITE, ROCHA, AFONSECA E SILVA, CIRILLA BARBOSA, COSTA BRAGA, LOUREIRO, GOÇALVES, SILVA, MELO, DIAS, LOPES, TOME, FERNANDES, FERREIRA com origens mineira, goiana, açoriana, ibérica (portuguesa, espanhola), africana e indígina.

Meu pai José Wilson Areias Mendes, nasceu em Colina-SP, precisamente na Rua 7 de setembro, casa 750, no dia 8 de março de 1948. Papai é economista e professor universitário, com alma de músico – tira som de qualquer instrumento que coloque em sua mão, além de ter um timbre de voz comparado a Frank Sinatra, um dos seus ídolos. Na época em que morei com ele, Rena (sua segunda companheira) e meus irmãos Marcel, Luna e Clara em Brasília em 1997,  eu gostava da sua tradição de chegar do trabalho, tirar a gravata, e ir direto para o violão para fazer uma jam com BB King, Raphael Rabello, Beatles, Sinatra rodando na vitrola – só gente boa, hehehe. Papai também sempre teve um lado místico muito forte, tendo passado por várias organizações espiritualistas – União do Vegetal, Rosa Cruz, Maçonaria – e estudos desde IChing, Eneagrama até Cabala. Por ser totalmente apaixonado pela cultura judaica, gosta de acreditar que tenha ascendência judia, mesmo que seu teste de DNA diga ao contrário, hehehe.

Graças ao seu espírito livre, quando nasci, resolveu que não ia me batizar na Igreja Católica, (para tristeza da minha Vó Lola, inconformada de eu ser pagã até o fim da vida), porque queria que eu mesma decidisse quando eu crescesse. Ainda assim, estudei o primário e ginásio na escola católica IMACO – Instituto de Ensino Imaculada Conceição, que ficava na Rua Cincinato Braga, 500, pertinho da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio com a Avenida Paulista, locais encantados da minha infância e adolescência em São Paulo. Esse colégio tinha uma sala chamada Veredas, criada e utilizada por Paulo Freire, um dos maiores pedagogos do mundo.

Dos principais ensinamentos de papai, estão juntamente o amor pela liberdade de escolha, independência, conhecimento, a música que sempre nos uniu e a busca mística e genealógica também, afinal tanto ele quanto eu nos consideramos número 4 no eneagrama, pessoas que são e gostam de ser meio atípicas, hehehe.

Sou a primeira e única filha do casamento de papai e mamãe, que se separaram quando eu tinha 4 anos. Com sua segunda companheira Rene Ester Boechat de Lacerda (Reninha), de Niterói no Rio de Janeiro, vieram meus 3 irmãos por parte de pai – Marcel Boeachat Mendes (Ceuzinho), Luna Boechat Mendes (Luninha) e Clara Boechat Mendes (Clarinha). Eles moraram em São Paulo até quando eu tinha cerca de 11 anos, depois se mudaram para Goiânia, em Goiás e depois para Brasília, capital e Distrito Federal do Brasil, onde Rene e meus irmão continuam morando. Quando eu estava morando em Salvador em cerca de 1994, se separaram e papai foi trabalhar no Rio de Janeiro e depois conheceu sua terceira companheira Eliane Mauler, de Petrópolis, onde foi morar com ela e seus dois filhos Gabriel Zehuri e Natalia Zehuri. Quando eu já estava morando em Auckland, na Nova Zelândia, em torno de 2005 eles se separaram. Após uma breve tentativa de ir morar nem Porto Alegre com uma paixão gaúcha,  papai foi morar em Fortaleza, Ceará, onde meu Tio Ninho, seu irmão já estava morando com Tia Graça Cabral e meus primos, Felicio, João Luis e Marília Cabral Mendes. Em Fortaleza, papai conheceu Regina Celli Prado, e em agosto de 2007 celebraram sua união estável, no mesmo dia do aniversário de casamento de Tio Ninho e Tia Graça, quando também estávamos lá, ( eu, meu ex e segundo companheiro Rogério Teixeira da Mata e nossos filhotes Jobim Areias da Mata e Lilás Areias da Mata), visitando o Brasil e de mudança de Auckland, na Nova Zelândia, para Perth, na Austrália, onde moramos até hoje. Rogério e eu nos separamos em 2010. Em 2011 conheci o amor da minha vida Geoffrey Francis Drake-Brockman, artista plático, escultor cibernético australiano e estamos juntos desde 21 de junho de 2013.

Papai é o filho mais velho de um total de seis irmãos. Depois dele, nasceram Ascelino Teixeira Mendes – Tio Ninho (13/8/1953), Luis Fernando Areias Mendes – Tio Nando (19/10/1954), Paulo Henrique Areias Mendes – Tio Paulo (15/6/1958), Maria de Lourdes Areias Mendes – Tia Maria (4/1/1961) e Silvia Cassia Areias Mendes – Tia-mãe Silvia (4/10/1963).

A história da nossa família está ligada a dois períodos sócio-econômicos importantes da história do Brasil, a descoberta e exploração de minérios em Minas Gerais e a agricultura cafeeira em São Paulo e Minas Gerais com o poder se centralizando nesses dois estados,  no que se convecionou chamar de Política do Café com Leite, com São Paulo e Minas Gerais se alternavam no Governo Federal do Brasil que recentemente havia abolido a escravidão em 1888 e no ano seguinte em 15 de novembro de 1889 proclamava a República, após praticamente 400 anos sob domínio português (Final dos períodos de Brasil Colonial e Imperial e início do período chamado Velha República.

Família Areias Mendes, com o casal Ascelino Teixeira Mendes e Laura Gomes Areias e seus filhos Jose Wilson, Ninho, Nando, Paulo Henrique, Silvia e Maria.

Certidão de nascimento de José Wilson Areias Mendes

Certidão de Casamento de Jose Wilson Areias Mendes e Eidineise Vasconcellos 

José Wilson Areias Mendes

José Wilson Areias Mendes

Papai José Wilson Areias Mendes com seus amigos japoneses

Formatura de José Wilson Areias Mendes, ai seu lado, Eidineise Vasconcellos

Papai José Wilson Areias Mendes cantando no Teatro Záccaro em São Paulo com o grupo vocal Pedra Mar. Ao seu lado esquerdo, Fábio Fortunato.

José Wilson Areias Mendes 1a Comunhão

José Wilson Areias Mendes

Ascellino Teixeira Mendes e Laura Gomes Areias com seu primeiro filho no colo José Wilson Areias Mendes, meu pai.

José Wilson Areias Mendes com seu pai Ascelino Teixeira Mendes.

Familia Areias Mendes no Jardim da Saude em São Paulo. Na foto – Tia Rosa, (), (), Lola, Silvia, Jose Wilson, Celo, Ninho, Paulo, Nando e Maria.

Meus pais José Wilson Areias Mendes e Eidineise Vasconcellos grávido de mim, Juliana Areias ( Juliana Vasconcellos Mendes).

José Wilson Areias Mendes com Juliana Vasconcellos Mendes (1979)

José Wilson Areias Mendes com sua segunda companheira Rene Boechat de Lacerda e Marcel Boechat Mendes no colo, em dezembro de 1982.

Papai José Wilson Areias Mendes com meu irmão Marcel Boechat Mendes

Papai José Wilson Areias Mendes com minha irmã Luna Boechat Mendes 1983

Papai José Wilson Areias Mendes com meus irmãos por parte de pai – Marcel, Luna e Clara visitando o Rio de Janeiro em cerca de 1993.

José Wilson Areias Mendes e sua terceira companheira Eliane Mauler

Jobim e Lilas com Vovô Zé Jose Wilson, Espaguete Man na piscina em Fortaleza, 2007.

Tio Ninho, papai José Wilson e eu, Juliana Areias em Fortaleza, na casa do Tio Ninho, em 2007.

União de José Wilson Areias Mendes e Regina Celli, sua quarta companheira, no memso dia do aniversário de casamento de Tia Graça e Tio Ninho, em agosto de 2007. Foto tirada por Juliana Areias.

Regina Celli e José Wilson Areias Mendes na sua união em Fortaleza , Agosto de 2007, na casa do Tio Ninho.

Meu sobrinho Pedro, filho da Luna curtindo seu vovô José Wilson em Fortaleza, Julho 2014.

Reunião dos seis irmãos no anivesário de 60 anos do Tio Nando, em São Paulo em 19 de outubro de 2014. Na foto irmãos: Silvia, Maria, Paulo Henrique, Luis Fernando, Ascelino e José Wilson.

Jericoacoara 2017 – Juliana Areias , eu, com Papai José Wilson Areias Mendes.

Fortaleza 2017, Papai José Wilson Areias Mendes com meu filhote, seu primeiro neto, Jobim Areias da Mata.

Fortaleza 2017, Jobim Areias da Mata com avô José Wilson Areias Mendes , Lilás Areias da Mata e tio Ninho Ascelino.

Jericoacoara 2017 – Jobim Areias da Mata, Geoffrey Drake-Brockman, Lilás Areias da Mata, Juliana Areias e José Wilson Areias Mendes.

TINOS, GRASSETTI, ZUCCHIN, ROSSIT, FRANCO, GOMES AREIAS, GOMES, SANTOS, ANTUNES, NUNES, LOPES, DOMIGUES, LUIS GUARDADO, JOAN, DIAS, MATHEUS, RODRIGUES, SAN JOSEPH, FERNANDES com origens ibérica (portuguesa, espanhola), italiana, grega, balcânica e árabe.

Minha avó paterna Laura Gomes Areias (Vó Lola), nasceu em 9 de outubro de 1921 em Bebedouro-SP e faleceu em 18 de setembro de 2003 em São Paulo-SP, Brasil. Morreu de câncer no estômago. A cerca de um ano e meio atrás, em setembro de 2017, descobri que tenho uma condição chamada Coaliac, uma condição genética de inflamação da parede de intestino causada por ingestão de glúten, impedindo a absorção de nutrientes. Tratamente simples e eficaz –  parar de comer glúten. Só isso. Por ser uma doença genética relacionada ao sistema digestivo e a morte da minha avó ter sido relacionada a isso, me pergunto se teria vindo do lado dela esses gens HLA-DQ2 ou DQ8, associados com a doença Coaliac. Idéia dedutiva apenas, sem comprovação definitiva. O que tínhamos em si em comum, que eu adoro,  é uma mancha de nascença vermelha no pescoço, tanto ela, quanto eu e também a nossa prima Isabel Cristina Tinos (bisneta de Luigi Tinos, irmão de minha bisavó Marcellina Tinos, mãe da Vó Lola). Portanto, nossa marquinha registrada da Família Tinos, a qual tanto amo!

Vovó Lola foi a filha çacula dos meus bisavós, o portugués Luiz Gomes Areias e da friulana Marcellina Tinos. Em ordem cronológica os filhos do casal foram – Maria, José, Jacinta, Antonio, Isabel, Armando, Matilde, Orminda, Rosa e vovó Lola. Vovó Lola era professora, uma intelectual para sua época, amante da poesia e artes. Estudou em colégio interno, ( Internato de freiras Anjo da Guarda, regido pelas Irmãs Dorotéias da Igreja Católica em Bebedouro). Vovó Lola foi diretora de colégio, do Grupo Escolar em Arthur Alvim. Tinha uma coleção de música clássica, enciclopédias, livros de francês, latim, inglês, educada em regime aristocrático, seguia regras de etiqueta (na mesa do jantar sua regra inesquecível sobre cotovelos – nunca, de vez enquando, sempre). Vovó Lola sabia por exemplo que formalmente em inglês não se diz hi, mas sim how do you do. Escrevia com caligrafia primorosa… Valorizava a educação e era orgulhosa de ter formado na universidade todos os seus seis filhos. Foi também fundamental na minha educação, sendo ela que financiava meus livros escolares todos os anos, além de contribuir para as mensalidades do meu colégio particular, um privilégio que meus irmãos mais novos por exemplo, não tiveram. Privilégio que eu valorizei sendo a melhor a aluna da sala. Sou muito grata por isso e pela força como ela me incentivava a desenhar,  a tocar piano (pagando aulas e me dando um piano de presente), ler… além de rezar (foi quem me ensinou o Pai Nosso e me deu um anjinho de guarda, que eu gostava muito)… Não era muito de abraçar e beijar igual sua irmã, Tia Rosa, da qual eu vivia no colo recebedo seus beijos estalados no pescoso, mas vovó gostava de conversar, ouvir minhas idéias, incentivar e valorizar minha imaginação. Fui a primeira neta e também a neta única dela e meu avô Celo (Ascelino Teixeira Mendes) por sete anos, ficando desde pequena sob seus cuidados junto com Tia Rosa, sua irmã enquanto meus pais estavam no trabalhos ou ocupados,  além de literamente ter morado com eles dos meus 14 aos meus 17 anos. Na mesma proporção de qualidades, tinha também seus defeitos peculiares – um gênio terrível, esnobe, preconceituoso, moralista. Suas noras sofreram com seus comentários inapropriados e suas filhas com seus tabus sexuais e idéias do tipo sexo só depois do casamento e olhe lá… já que cosiderava sexo uma obrigação, algo sujo, nogento e desprezível ao invés de prazeroso e saudável. Em geral desprezava qualquer outra cultura que não fosse européia e desconfiva de negros, nordestinos, nortista, comunistas, ateus… qualquer um que não estivesse nos seus moldes cultural, político ou religioso. Dizia sem nem perceber a gravidade, coisas terríveis como “Fulano é negro, mas até que é boa pessoa.” “É importante aprender os afazeres domésticos, pois se você casar com homem pobre, sabe fazer e se caçar com homem rico, vai saber mandar”. Vivia inconformada por eu me negar a me batizar, me chamando de pagã… eu achava graça e claro, sendo uma adolescente rebelde, adorava lhe contrariar nesse sentido e lhe escandalizar, falando de comunismo, que ela considerava mostruoso, passando aspirador pela casa só de calcinha (ela chamando a mim e Tia Silvia de despudoradas), lhe mostrando os vídeo-clipes da Madonna que eu gostava –  primeiro True Blue – ela aprovando, e depois Papa don’t Preach” e “Like a Prayer“… Maddona com seus seios cônicos…  ela obviamente detestava, hehehe.

Ao mesmo tempo, vovó Lola era também a repórter e porta-voz da família. Aos domingos passava horas no telefone, ligando para todos os parente e compartilhando notícias de todos. Sua casa sempre sendo o núcleo de reuniões, almoços, gostava de receber as pessoas, de ajudá-las e Tia Rosa cozinhava com gosto sua gulozeimas inequaláveis –  o feijão da Tia Rosa, o brigadeiro da Tia Rosa, o mingau de chocolate da Tia Rosa, o doce de leite da Tia Rosa… ambrosia mesmo, feito de nata natural que ela coletava uma quantidade enorme, do tempo que leite ainda vinha em saquinho, para fazer esse doce maravilhoso que eu comia de colheradas… Tia Rosa era também a infermeira de plantão da família, a única pessoa que eu deixava me dar injeção e quem ajudou a cuidar de todos os bebês recém-nascidos da família.  Tia Rosa, solteirona, alegre, moleca, sorridente, criativa, bonitona com seus cabelos longos em coque durante o dia que ela só soltava a noite antes de dormir, quando a gente brincava de fazer sombras com as mãos e ela me dava aulas fascinantes de biologia, me contava dos diversos tipos de cobras existentes e as características de cada uma. Vovó Lola e Tia Rosa brigavam feito cão e gato diariamente, mas eram inseparáveis. Vovó Lola nascera e crescera acreditando que sua mãe Marcellina Tinos não gostava dela, sua mãe desdenhava seus cabelos ruivos lhe chamando de “russa do mal pelo”. Apanhava a toa da mãe, enquanto Tia Rosa, fugia da surra pulando o muro da fazenda. Lembrava com carinho apenas do seu amoroso pai Luiz Gomes Areias, que primava por sua educação também. Enfim, parece que vovó cresceu e viveu até o fim carregando sempre muitas amarguras. No casamento, não se sentia que havia muito afeto, carinho e afinidade entre ela e Vovô Ascelino. Na sala, cada um em sua poltrona de sofá individual, o mais distante possível uma da outra. Conversa quase nenhuma entre os dois. Criaram juntos todos os seis filhos, curtiam ter a casa sempre cheia de gente mas no final da vida se separaram com Vovô saindo de casa porque Tio Ninho descobriu que tinha uma amante em Fortaleza. No final, Vovô Celo morreu sozinho em Natal, no Rio Grande do Norte e Vovó Lola morreu de cancer no estômago em São Paulo . Vovô Celo desde a minha infância, já era aposentado mas continuo trabalhando até o fim vida, na sua própria firma como Representante Comercial, representando empresas de maquinários do sul do Brasil para o resto do Brasil e América do Sul, o que fazia com que mesmo na época de casado, passasse ao menos metade de cada mês fora viajando a trabalho.

Preconceitos, Picuínhas de choque de gerações e tristezas a parte, é graças aos escritos deixados por Vovó Lola e as histórias contadas por ela, sua irmã Tia Rosa, e pelo meu avô Ascelino que inspiraram e possibilitaram essa pesquisa ser feita. Uma das últimas páginas que Vovó Lola escreveu conta sobre o nascimento do seu primeiro bisneto, meu filho Jobim Areias da Mata em 27 de abril de 2002, em Auckland, na Nova Zelância. Ao ler me encheu de emoção… Pena que se fora antes de sabermos que sua mãe havia nascido em Strassoldo, no Friuli que pertencia ao Império Austríaco e não em Vienna, como ela e todos pensavam, incluindo talvez a própria Marcellina Tinos que se dizia austríaca de Viena e  chegara ao Brasil com apenas 9 anos de idade.  Os depoimentos de Tia Rosa e folhas originais dos escritos de Vovó Lola estão disponíveis aqui nesse website também, na página Chegada dos Tinos e Areias – Fazenda Santa Eudóxia.

Ainda sobre nossa amada Tia Rosa, (irmã da Vovó Lola), muitos foram os pretendentes a querer casar com ela, mas seu coração romântico preferiu ficar solteiro para sempre, após a morte do Doutor Vicente, médico com o qual trabalhou como infermeira e por quem foi eternamente apaixonada. Papai José Wilson Areias Mendes conta lindamente, com bom humor e percepção como era essa dinâmica com os pretendentes de Tia Rosa e a transição deles de Colina, no interior de São Paulo para a capital paulista:

“De Colina, Ascelino, Laura, Rosa e Marcelina e eu, passamos a morar, creio que de 1949 em diante na capital paulista, no bairro da zona leste chamado Artur Alvim, bairro emergente interessante para os jovens casais de então. Esse bairro cresceu ao longo do subúrbio da linha férrea Central do Brasil, que fazia a ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro, já naquela época. Aliás, as linhas férreas dominavam o transporte urbano, interurbano e interestadual no Brasil de então. Essas linhas férreas vieram desaparecendo gradativamente com o advento da indústria automobilística a partir dos investimentos realizados no final dos anos 1940, início dos anos 1950, por indústrias multinacionais no Brasil, tais como Volkswagen, Chevrolet, Ford, Vemag, Willys, as pioneiras. O estado de São Paulo, naqueles anos, possuía a Estrada Central do Brasil, a Companhia Paulista, que atendia Colina, a Estrada de Ferro Noroeste, que ia na direção do Mato Grosso, passando por Bauru, Penápolis, Coroados e Glicério, para onde se deslocaram Francisco Torres e Jacinta, e Antonio Nascimento e Maria, saídos de Colina ( Jacinta e Maria, eram duas das irmãs da Vovó Lola e Tia Rosa). Existia também a Linha Mogiana, que se dirigia a Minas Gerais. E também a Santos-Jundiaí, que transportava passageiros e cargas ao porto de Santos, descendo e subindo a Serra do Mar. Na capital paulista, havia bondes e ônibus elétricos, atendendo muito bem a população, além de empresas particulares e taxis. Hoje em dia, desapareceram, infelizmente, quase todas as linhas férreas, devido políticas governamentais equivocadas, focadas apenas no transporte rodoviário, até os dias de hoje.

O bairro de Artur Alvim existe até hoje (2019), e, ao invés da antiga Central do Brasil, agora por ali transita o Metropolitano de superfície, que chega até ao Estádio de Futebol conhecido como Itaquerão, no bairro vizinho de Itaquera, onde, por sinal, estudei o preparatório ao Ginásio, nos anos 1950, e, nos anos 1970, lecionei economia na Faculdade São Camilo, existente até hoje, 2019. Artur Alvim era o nome da estação da Central do Brasil, cuja linha férrea dividia o bairro na parte alta e parte baixa. Vila Santa Tereza, com mais recursos, como pontos de ônibus , comércio e serviços, ficava na parte alta. Vila Santa Luzia, era o bairro novo, emergente, que ficava na parte baixa da linha férrea , com menos estrutura. Moravámos na Vila Santa Luzia, na Rua José Giordano, em três casas diferentes. Eram casas de boa qualidade, duas primeiras alugadas, presumo. A terceira e última, fora construída por Ascelino, utilizando parte de reservas financeiras de Marcelina, Rosa e Laura trazidas de Colina. Na ocasião, Ascelino era bancário, do que viria a ser o atual Banco Itaú e Laura era professora, inicialmente, no 1º Grupo Escolar de Artur Alvim, situado acima da linha férrea, vila Santa Teresa. Era muito pequeno, talvez dois anos, e ficava na escola sendo cuidado por funcionários enquanto Laura dava sua aula. Depois, atravessávamos a linha de trem e descíamos uma rampa no meio do mato, até nossa casa, cerca de um quilometro dali. Posteriormente, esse caminho de terra foi transformado em uma escada de cimento, com o mato limpo, devido a ataques de tarados assediando mulheres e crianças, isso nos anos 1950. Naquela época, lembro-me de que brincava pedalando um triciclo, chamado tico-tico, por ser pequeno, circundando a calçada da casa, circundando um poço de água. A cada volta, dava uma mordida em um xuxu verde, com gosto de…..xuxu, ou seja: sem gosto…..talvez ai tenha se manifestado o economista dos 1970, já quantificando as mordidas e voltas na casa.

Antes de iniciar o curso primário, freqüentei o curso pré – primário no Colégio São Vicente de Paula, onde Rosa (Rosa Gomes Areias) freqüentava o curso normal, para ser professora. Andávamos cerca de seis quilômetros ( 3 de ida e 3 de volta) acompanhando a linha férrea até a Vila Ré, onde pegávamos o ônibus com destino ao Bairro da Penha, onde se localizava o colégio citado. Íamos uniformizados, com roupas azul escuro, eu com uma pequena lancheira a tira-colo. Tia Rosa tinha grande pendor para o desenho, e criava verdadeiras obras de artes, reproduzindo desenhos complexos, como caravelas ao vento, navegando o mar, com detalhes minuciosos, utilizando lápis creon ou tinta nanquim. Eram desenhos impressionantes, ricos em detalhes e muito elogiados por todos que os viam. Rosa atuava como professora substituta nos grupos escolares de Artur Alvim. Saíamos pela manhã e regressávamos para o almoço.

Nossa casa da Rua José Giordano 189 (Arthur Alvim) passou a virar cinema, com a chegada de uma das primeira televisões do bairro. Diariamente, à noite, acomodávamos, após o jantar, a cerca de 10 pessoas que vinham acompanhar as novelas e desenhos animados da época, e costumavam deixar nossa residência em torno das 21 horas. Era uma coisa divertida, embora desse um pouco de trabalho. Meu pai, Ascelino, atuava com um grupo político da antiga UDN- União Democrática Nacional, sempre procurando trazer melhorias para a Vila Santa Luzia. Como tal, proporcionava oportunidades para Laura, que também exercia sua liderança local como professora e posteriormente Diretora Escolar. Tia Rosa, através da política e pela sua competência em primeiros socorros, atuou como enfermeira em Posto de Puericultura na Vila Ré, onde trabalhou por muitos anos. Era sempre procurada pela vizinhança, para aplicar injeções e fazer pequenos atendimentos em nossa casa. Ou seja, era uma família com certa popularidade e certa relevância no Bairro. Rosa também era muito prendada e, na época, era o que se chama hoje de “gostosona”. Certamente havia pretendentes, que Laura monitorava para que Rosa não fosse enganada por algum malandro, porque Rosa sofrera meningite quando criança, e a supunham ingênua. O açougueiro do bairro, por exemplo, era um candidato, porém reprovado por Laura. Rosa apaixonou-se pelo Dr. Vicente Speranza, com quem trabalhava no Posto de Puericultura da Vila Ré. Era um tipo descendente de italianos, baiano, bonachão, muito simpático, mas meio tímido, e torcíamos para que pudessem ser um casal, porém, nada aconteceu. Com a mudança para o bairro do Jardim da Saúde, no início dos anos 1960, a coisa se diluiu e depois soubemos da sua morte. Rosa entristeceu-se. Sim, todos se lembram do glorioso mingau de chocolate de Rosa, famoso em prosa e versos, até pelos nossos filhos, cujo mito dura até hoje, insubstituível.

Na época infantil, minha vida era ir à escola pela manhã, almoçar, ficar pelado com tanga de índio e atacar exércitos imaginários pelos cantos do quintal, cavalgando meu cavalo de pau. Televisão à noite. Estudava e, já maiorzinho, ia para a rua brincar com os amigos: futebol, pipa, bolinha de gude, bicicleta. Apanhei merecidamente de Rosa com o temível “rabo-de-tatu”, porque era teimoso e ia a um lago nadar, no meio de um eucaliptal, o que era proibido pelos meus pais. Também levei outra surra merecida de Ascelino, porque, como todos os garotos, corria atrás de balões que caiam em outro lugar considerado perigoso, a olaria. Nessa ocasião, fui atrevido com Ascelino, pois mesmo apanhando de cinta, ao ser indagado, respondia que voltaria a fazer aquela arte. Falando em balões, em 1958, quando o Brasil ganhou a Copa do Mundo na Suécia, com a revelação do Pelé, ainda jovem de 17 anos, além de Garrincha, Didi, Zagalo e tantos outros astros do futebol brasileiro, o céu de Artur Alvim ficou tomado de milhares de balões, a tal ponto que se colidiam no ar. Nunca mais vi esta cena inesquecível.

Iniciamos os anos 1960 morando no bairro da zona sul de São Paulo, por nome Jardim da Saúde. Isso significou um avanço econômico-social da família. Ascelino construiu um belo sobrado na rua França Jr, 216, com financiamento bancário. É possível ver o imóvel, algo modificado, no Google Maps. Ascelino continuava no banco, Laura dando aula e Rosa trabalhando na Secretaria da Saúde. Marcelina ainda era viva. Até então, Silvia não havia nascido (nasceu em 4/10/1963). Eu só estudava e brincava com meus novos amigos, agora repleto de descendentes de japoneses, característica do bairro. A casa ficava à frente de um belo jardim, bem cuidado, onde a garotada, eu inclusive, se reunia para jogar bola, andar de bicicleta, empinar papagaios ou pipas, e para os primeiros enfrentamos de brigas da juventude, querendo gastar energias. Meu porte, avantajado pra minha idade, me colocava numa posição favorável e não fui muito assediado para brigas. Alguns dos meus amigos já tinham algum tipo de trabalho, não tão rígido, por serem filhos de comerciantes. Chegamos a criar o clube do Bolinha, uma alusão ao gibi existente na época, onde os protagonistas eram garotos que não admitiam garotas em seu clube montado em cima de uma árvore…..coisa de garotos…..Fazíamos excursões com ônibus para vários lugares, rapazes e moças, e também realizávamos diversos bailinhos, dentro das casas dos pais, arrastando móveis para dar espaço aos dançarinos. Na época, dançava-se ao som de orquestras tais, como Ray Connif, Billy Vaugham, Glen Miller, Tijuana Brass e outras, antes de surgirem os Beatles e RollingStones, mas ainda reinavam Frank Sinatra, Elvis Presley , Chubby Checker, Paul Anka, Nat King Cole, Johnny Mathis outros artistas internacionais e nacionais com suas versões brasileiras.”

Certidão de nascimento de Laura Gomes Areias

Certidão de casamento de Laura Gomes Areias e Ascelino Teixeira Mendes

Certidão de Óbito de Laura Gomes Areias

Recibo do pagamento do Colégio Interno de Laura Gomes Areias

Amigas de Laura Gomes Areias ( sentada a esquerda), na Formatura de Ginásio do Colégio Interno Anjo da Guarda, 1942 , 19 anos.

Laura Gomes Areias – Formatura ginasial 31/11/1942 – 19 anos

Laura Gomes Areias – Formatura como professora em 1945.

Rosa Gomes Areias, Laura Gomes Areias () & Maria Teixeira Mendes (Mariguinha – sogra de Laura).

Casal Ascelino Teixeira Mendes e Laura Gomes Areias com filhos Paulo, Ascelino, Jose Wilsom, Silvia, Maria e Nando na casa do Jardim da Saude em São Paulo, anos 1960.

Anos 60 na casa do Jardim da Saúde. Tia Rosa com Tio Paulo e Tia Maria no colo, Tio Nando, Bisa Marcellina Tinos, Vô Celo, Vó Lola com Tia Silvia no colo.

Ascelino Teixeira Mendes & Laura Gomes Areias já no apartamento da Rua Eça de Queiroz, na Vila Mariana, em São Paulo. Final dos anos 70. Eu ia para lá praticamente todos os dias depois da aula, na escola pré-primária Cebolinha. Nessa época, meus pais ainda casados, morávamos bem próximo, praticamente na mesma rua, mas no lado oposto da Avenida Vergueiro. (Rua Doutor Nicolau de Soza Queirós).

Laura Gomes Areias com netos, a mais velha, eu, Juliana Areias, Felicio, Joao, Martira e Carolina em 1989 no aprtamento da Eça de Queiroz.

Laura Gomes Areias esq com Tia Silvia, Tio Milton, Tia Maria, bebe Marcela, Bartira e Tio Dimas, Dona Pura (sogra da Tia Maria) e Tia Rosa. Cerca de 1995.

Certidão de Nascimento de Rosa Gomes Areias

Outros documentos de Rosa Gomes Areias

Rosa Gomes Areias 1919

Rosa Gomes Areias

Rosa Gomes Areias 1976

Tia Rosa, Rosa Gomes Areias já morando em Fortaleza com Tio Ninho em cerca de 2004-2005 após a morte da sua irmã, minha avó Lola em São Paulo (18/9/2003). Foto tirada na frente da casa de Tio Ninho ( a direita na foto). Casa e condomínio arquitetados e construídos por ele mesmo. Tio Ninho (Ascelino Teixeira Mendes) é arquiteto, acadêmico e proprietário de empresa de arquitetura e construção Arco, com seu filho João Luiz Cabral Mendes, também formado em arquitetura.

Caixinha da Tia Rosa, feita por ela mesma.

Tia Rosa com sobrinhos Jose Wilson, Ninho Nando, Paulo Maria e Silvia foto postada por Tia Maria de Lourdes Areias Mendes na entrada da casa no Jardim da Saúde.

Luiz Gomes Areias, meu bisavô, pai da minha avó Laura (Lola), nasceu em 7 de agosto de 1872 em Arrothea, Pombal, Leiria, Portugal. Luiz chegou ao Brasil com seu irmão Manuel para trabalharem como administradores da Fazenda Santa Eudóxia, de propriedade de Francisco Cunha Bueno, em São Carlos, interior de São Paulo, Brasil. Essa fazenda foi o maior latifúnida de café da época, durante o final do período Imperial do Brasil, quando se dizia que o café da Fazenda Santa Eudóxia era o predileto da Rainha Vitória da Englaterra, e quando o então ainda Imperador do Brasil Dom Pedro II visitou a fazenda em 1886. Minha Tia Rosa, irmã da minha vó Lola, contou que a Família Tinos já estava trabalhando na Fazenda Santa Eudóxia, nessa época. Não conseguimos ainda localizar a data da primeira entrada de Luiz e seu irmão Manuel no Brasil, mas sabemos que Luiz conheceu sua futura esposa Marcellina na Fazenda Santa Eudóxia, ele trabalhando como administrador, ela, jovem, trabalhando na enxada, no plantio do café junto com seus pais e irmãos. Sabemos que Luiz Gomes Areias e Marcellina Tinos se casaram primeiramente no religioso em 4 de setembro de 1897, na Igreja de Água Vermelha, localidade que fica entre São Carlos e Santa Eudóxia. Apenas em 5 de novembro de 2005 se casaram no civil, no cartório de Bebedouro, ja tendo nascido seus primeiros filhos Maria, José, Jacinta e Antonio. Certamente se casaram no civil para poderem morar por dois anos em Portugal, de 1906 a 1908 nas vinhas da mãe de Luiz em Figueira da Foz. Sabemos que seu irmão Manuel com a esposa espanhola Claudina também estevivam em Portugal nessa época. Na viagem Marcellina abortou de uma gravidez de gêmeos. Sabendo-se grávida novamente em 1908 de Isabel, quis voltar para o Brasil para que todos os filhos nascessem no Brasil. Assim de fato voltaram no final de 1908.

A genealogia da Família Areias em Pombal descoberta até agora, vai até cerca de 1590. Nela se observa que os sobrenomes mais constantes eram de fato Gomes, Antunes e Lopes. O sobrenome Areias (Area) passou a ser adotado pelo avô de Luis, chamado Francisco Gomes, batizado apenas como Gomes, e apenas mais tarde, no batismo de um neto (Jose Gomes Area em 1877), ele aparece já descrito com Francisco Gomes Area (Areias). Tia Rosa e Vovó Lola contavam que o sobrenome Areias surgiu após um deles (acredito que esse Francisco) ter jorgado areia nos olhos de adversários para fugir de uma briga ou assalto, ficando apartir daquele dia conhecido como Area. De fato, nas cinco gerações que sabemos para trás de Francisco, o sobrenome Areias (Area) não aparece, mas apenas depois de seu nascimento e apartir dos nomes dos netos dele. Logo podemos deduzir que o evento da briga aconteceu já quando adulto, após o nascimentos de seus filhos Bernardo Gomes (1829) e José Gomes (1832) e antes do nascimento desse neto José Gomes Area ( 27 de maio de 1877).

Luiz foi um homem empreendedor, industrial, dono de vários negócios em Bebedouro e Colina até sua morte em 15 de abril de 1938 em Bebedouro, onde ainda existe o núcleo principal da família Areias, principalmente ligada ao seu filho homem primogênito José Gomes Areias pricipal herdeiro (e administrador dos negócios do pai após a crise de 1932 com a Quebra da Bolsa de Nova York). Luiz foi proprietário de máquinas de bebeficiamento de arroz e café, de um Cinema chamado Odeon, de um hotel chamado Amadeu e de uma serralheria. Seu nome vem citado nos jormais e colunas sociais da época várias vezes. Temos aqui nesse website uma página toda dedicada a ele e sua ascendência chegado até 1600 em Pombal, Leiria, Portugal, que tem localidades interessantes com nomes que denotam um passado mouro com influência árabe, como Abiul, Vila Can, Alcaria – Página de Luiz Gomes Areias.

Certidão de Nascimento Luiz Gomes Areias

Certidão de Casamento Luiz Gomes Areias e Marcellina Tinos

Certidão de Óbito Luiz Gomes Areias

+ 15/4/1938 – Colina-SP – Source FamilySearch Link

Registro no Consulado Português de Bebedouro, indicando a data da sua segunda chegada ao Brasil em 1908.

Luiz Gomes Areias, marido de Marcellina Tinos

Marcellina Tinos e Luiz Gomes Areias com seus dois primeiros filhos Jose e Maria 1900

Circa 1920. Marcellina Tinos & Luiz Gomes Areias: ( ), Antonio, ( ), Jacintha, Matilda, Maria, Orminda, José, Armando, Marcellina, Rosa, Luiz and Isabel.

Marcellina Tinos & Luiz Gomes Areias

Luiz Gomes Areias e Marcellina Tinos com parentes de Luiz na ultima foto

Luiz Gomes Areias a direita, 09 Puxador de Toras da Antiga Serralheira São José que pertencia ao Sr Luiz Gomes Areias -Colina SP. 1933

Marcelina Tinos, minha bisavó, mãe da minha avó Laura Gomes Areias (Lola), chegou ao Brasil com seus pais Antonio Tinos & Elisabette Grassetti e seus oito filhos em órdem cronológica – Celestina, Luigi, Anna Maria, Giuseppe Vincenzo, Caterina, Antonio, Marcellina e Eugenia – no Vapor Maria, que desembarcou no Porto de Santos em 15 de abril de 1885. Cada um deles tem uma página dedicada a seus ancestrais e descendentes nesse website. A família toda era originária de Strassoldo, atual fração de Cervignado del Friuli, em Udine parte de Venezia, Friuli e Giulia, no norte da atual Itália, mas que na época e até o final da Primeira Guerra Mundial pertencia a Província de Gorizia, parte do Império Austro-Húngaro.

Sobre Marcellina Tinos, se conta que era muito trabalhadeira e bastante enérgica com os filhos e netos também , enquanto seu marido Luis Gomes Areias mais dócil, comunicativo e amoroso. Tia Rosa se lembra de Marcellina conversar com sua irmã Caterina Tinos (esposa do espanhol Jesus Martins, falecida em São Carlos) em Furlam, a língua delas, que Tia Rosa não entendia e lhe soava como uma espécie de italiano com francês. Tia Rosa também contou que Marcellina afrmava saber da morte dos parentes antes da notícia oficial chegar, porque os espíritos dos parentes vinham se despedir dela antes de partirem.

Vovó Lola, a caçula de 10 filhos, nasceu e cresceu com o sentimento de que sua mãe não gostava dela, por zombar do seus cabelos ruivos lhe chamando de russa do mau pelo. Também por ter sido amamentada por Maria, irmã mais velha de Laura, já que Marcellina já tinha 45 anos em 1921 quando Lola nasceu e seu leite era fraco, Marcellina estava ainda trabalhando pesado no Hotel Amadeu (propriedade de seu marido Luis Gomes Areias). Vovó Lola também era recentida de ter sido mandada para o Colégio Interno, não morando em casa e também por apanhar sem ter feito nada, Tia Rosa aprontava algo errado e saía correndo e pulando o muro da fazenda, para escapar da zurra da mãe Marcellina, que com raiva, descontava na Laura que era a menor.

Meu pai José Wilson Areias Mendes também tem memórias interessantes de sua avó Marcellina Tinos:

“Um dia, regressando (da escola com Rosa) para o almoço,  encontrei minha avó Marcelina Tinos sacrificando uma ninhada de gatos que havia nascido. Marcelina arremessava-os contra os muros, para matá-los. Ao ver aquilo, criança, agarrei Marcelina para impedí-la daquele ato e ela, reagindo, pegou-me pelo pescoço, esganando-me . Talvez tivesse uns 3 ou 4 anos. Para que me soltasse, arremessei com força a lancheira que levava em minhas mãos sobre sua perna, ferindo-a, o que a obrigou a soltar-me, após o que saiu em minha perseguição, obrigando-me a subir em muro alto, onde não podia alcançar-me. Foi um acontecimento que mobilizou a todos. Ela ficou um tanto ferida, mas eu continuei vivo! Acho que isso marcou-me profundamente, determinando algo em meu caráter.

Não me lembro de ter visto Marcelina sorrindo, com aquele jeito meigo que as avózinhas costumam ter. Hoje, penso que pudesse ser uma pessoa muito sofrida, sempre trabalhando, desde o tempo do café, em São Carlos, e com atribulações de mãe de tantos filhos, como era usual naquela época. Percebia-se que era uma pessoa enérgica, severa, não carinhosa. Sabia-se que em Colina, ordenava aos filhos irem comprar algo no comércio, e a pessoa tinha que voltar antes que a cusparada que dera no chão viesse a secar! Como criança, depois da esganação, não era realmente muito próximo dela. Algumas vezes me levava, sem conversas, a colher uma planta chamada carqueja, que existia nos terrenos baldios do bairro. Com essa planta, fazia uma infusão para beber e também equilibrava um copo com água, cuja boca ficava sobre seu couro cabeludo, circundado por um pano. Era para curar dor de cabeça, dizia. Suas roupas eram sempre em tons de cinza e preto, o que me fez deduzir, como adulto, que ela poderia ser uma “nona italiana” como se vê nos filmes e fotos. Em mim, foi o que gerou a possibilidade desse fato, constatado décadas depois de minha infância.”

Certidão de nascimento Marcellina Tinos

Certidão da Primeira chegada ao Brasil – Marcellina Tinos

Certidão de Casamento Marcellina Tinos e Luiz Gomes Areias

Certidão de Óbito Marcellina Tinos

Carteira de Salvo Conduto de Marcellina Tinos, austríaca, para poder viajar de uma cidade para outra no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial

Caixinha da Marcellina Tinos, com votos das filhas caçulas que cuidaram dela até sua morte – Rosa e Lola, e um santinho em italiano.

Verso do Santinho de Marcellina Tinos

Marcellina Tinos in circa 1900

Marcellina 1940s

Luiz Gomes Areias e Marcellina Tinos com parentes de Luiz na última foto.

Marcellina com parentes em sua casa em Colina ou Bebedouro

Paulo Areias Mendes, Maria de Lourdes Areias Mendes, Rosa Gomes Areias, Luis Fernando Areias mendes, Marcellina Tinos, Ascelino Teixeira Mendes, Laura Gomes Areias, Silvia Cassia Areias Mendes – Marcellina morou com meus avós Ascelino Teixeira Mendes and Laura Gomes Areias na casa deles no Jardim da Saúde, São Paulo até sua morte em 1965. Foto dos seus últimos anos de vida na década de 60.

Marcellina Tinos com parentes na casa da Vovó Lola e Vovô Ascelino no Jardim da Saude em São Paulo, anos 60.

Da esqueda pra direita ( from left to right)
1) Victorio Tinos (1910-2004) – filho de (son of) Antonio Tinos & Clementina LLoti )
2) Maria Tinos (1927-2012) filha de (daughter of) Attilio Tinos & Gisella Minitel)
3) Attilio Tinos (1890-1959) – filho de (son of) Giovanni Tinos & Eugilda Blandina Checco (Giga). Giovanni é irmão de Antonio Tinos que veio pro Brasil.(Giovanni is brother of Antonio Tinos who came to Brazil).
4) Anna Maria Tinos (1867) filha de (daughter of) Antonio Tinos & Elisabetta Grassetti.
5) Luigi Tinos (1865-1943) filho de (son of) Antonio Tinos & Elisabetta Grassetti.
6) Laura Gomes Areias (1921-2003) filha de (daughter of) Marcellina Tinos & Luiz Gomes Areias.
7) Matilda Gomes Areias (1913) filha de (daughter of) Marcellina Tinos & Luiz Gomes Areias.
8) Juliana Areias​ (1975) – bisneta de (great grand daughter of) Marcellina Tinos.
9) Luigi Tinos (1927) & sobrinho (cousin) Giorgio Tinos (1944). Luigi, filho de (son of) Attilio Tinos & Gisella Minitel). Giorgio, son of Pia Tinos.
10) Luigi Tinos (1927-1980) filho de (son of) Attilio Tinos & Gisella Minitel)
11)Pia Tinos (1921-1956) filha de (daughter of) Attilio Tinos & Gisella Minitel).
12) Giuseppe Vincenzo Tinos (1869) filho de (son of) Antonio Tinos & Elisabetta Grassetti.
13) Marcellina Tinos (1876-1965) filha de (daughter of) Antonio Tinos & Elisabetta Grassetti.
14) Laura Gomes Areias (1921-2003)filha de (daughter of) Marcellina Tinos & Luiz Gomes Areias.
15) Rosa Gomes Areias (1918-2006)filha de (daughter of) Marcellina Tinos & Luiz Gomes Areias.
16) Rosa Gomes Areias (1918-2006)filha de (daughter of) Marcellina Tinos & Luiz Gomes Areias.

Antonio Tinos e Elisabetta Grassetti, pais e Marcellina Tinos e seus irmãos, migraram todos de Strassoldo, no Friuli para o Brasil. Antonio Tinos, nascido em 18/5/1830 era filho de Giuseppe Tinos e Agata Zucchin. Elisabetta Grassetti, nascida em 13/10/1940 era filha de Pietro Grassetti e Anna Rossit.

Dos documentos e informações encontradas até hoje, denoto que o patriarca da Família Tinos no Brasil, meu tataravô Antonio Tinos tivesse um espírito de imigrante inconformista, forte, batalhador, reivindicador, perseverante, determinado e corajoso –  o qual aprecio, me fascina e me estimula a querer reconstituir e recontar sua saga, sua história. Antonio para mim é como um personagem de um grande filme épico. Um dos meus sonhos, (além de conhecer Strassoldo pessoalmente, realizado em 2016) é escrever um livro e filme sobre ele. Todo esse website é dedicado a ele como parte desse projeto. Antonio Tinos nasceu em 18 de maio de 1930 em Strassoldo, Gorizia, Império Austro-Hungaro. Como era o normal da época, ele serviu o Exército Austríaco obrigatório por cerca de 10 anos, entre 1850 e 1860, participando de uma grande Guerra, (que pressumo seja a Guerra Cremea), ficando anos fora de casa e longe de sua família. Depois, já com trinta anos, Antonio voltou para Strassoldo, casou-se em 1960 com Elisabetta Grassetti, dez anos mais nova que ele e trabalhou em fazendas, principalmente de arroz, chegando a ser supervisor de uma delas, como vem descrito no assento de batismo da sua filha caçula Eugenia Tinos em 1881, quando já estava com 41 anos.  Para impedir que seu filho mais velho, Luigi Tinos tivesse que servir também ao Exército Austríaco obrigatório, no ano seguinte, em 1882, tenta imigrar legalmente para a Argentina com sua família, mas seu pedido é negado, segundo o documento encontrado, porque nao havia evidência de que a viagem traria melhoria de condições de vida para sua família. Sabemos que Antonio, não desistiu do objetivo de migrar, deixando a Áustria pelo porto de Genova legalmente, ou ilegalmente em 1885, quando chegou ao Brasil aos 45 anos ( não 50 como consta no documento de entrada na Hospedaria do Imigrante de São Paulo) com sua esposa e oito filhos pelo Vapor Maria que trazia cerca de 900 passageiros, récorde para a época, entre eles também as Famílias Feresin, Sandrin e Rosin, com as quais alguns dos seus filhos se casaram nos primeiros anos de Brasil, na cidade de São Carlos para onde todos foram trabalhar nas lavouras de café substituindo a mão de obra escrava africana.

Além da já esperada longa jornada, cerca de 30 dias no mar para chegar ao seu destino final, viagem na qual com frequência ocorriam alguns nascimentos e óbitos no barco, os passageiros do Vapor Maria foram precariamente recebidos em Santos, onde lhe serviram a primeira refeição em terra, despejando a comida direto na mesa, sem pratos e sem talheres e depois abandonando os imigrantes pela cidade das dez da manhã as 10 da noite, sem mais assistência, abrigo, agasalho, comida e sem transporte de trem organizado para levá-los diretamente para São Paulo, como atestam os jornais da época, veja a página dedicada ao Vapor Maria.

Ao chegarem finalmente na Hospedaria dos Imigrantes do Bom Retiro, no dia seguinte, 16 de abril de 1885, mais problemas, pois a hospedaria estava pronta para receber até 500 pessoas de uma vez e não quase o dobro disso (900). Na semana que passaram por lá, notícias de jornais falam que houve uma confusão incitada por um italiano que rondava o local tentando enganar os imigrantes recém-chegados desinformados e também desconfiança dos imigrantes gerada por uma mudança de lei, permitindo que o subsídio que deveria ser dado diretamente aos imigrantes, fosse passado para as mãos dos fazendeiros que iriam lhe contratar. Um grupo pequeno de imigrantes inconformados com essas mudanças fez um abaixo assinado e reclamação formal para exigir seus direitos. Entre os nomes dos reclamantes, se encontra Antonio Tinos, citado em uma nota no jormal como um dos assinantes tiroleses:

“Leu-se uma reclamação assignada a 22 do corrente (mês) pelos chefes de familia de immigrantes tyrolezes, actualmente na hospedaria do Bom-Retiro – Piaza Domenico, Vicintini Giacomo, Giacomo Tomancini, Bernardino Antonio, Ollian Giusepe, Valentino Ballaminut, Tinos Antonio (Antonio Tinos), Contim Domenico, Basul Pietro, Mian Luigi, Domenico Diust, Igabin G. Batta, Graton Francesco, Pontin Ivani. Reclamaram elles:

1o Que é illegal que se pague a qualquer outra pessoa e não a elles a gratificação que a provincia concede aos immigrantes, e que tendo elles contratado para virem trabalhar na provincia, não desejam retirar-se dáqui sem que lhes diga quanto é que estão devendo até o presente. O sr. presidente  pôz a votos a seguinte questão -póde em face da lei pagar-se a qualquer outra pessoa que não seja o imigrante ou seu legitimo procurador? Os inconvenientes resultantes se se pagar a outrem não serão muito maiores por facilitarem abusos de natureza grave, do que os que resultam de pagar-se ao proprio immigrante?”

Temos aqui no site também uma página destinada apenas aos recortes de jornais da época sobre a Hospedaria dos Imigrantes em São Paulo.

Após cerca de uma semana na Hospedaria dos Imigrantes no Bom Retiro, São Paulo, foram levados de trem para São Carlos para trabalhar numa fazenda chamada Boa Esperança. Tia Rosa contou que Antonio fugiu dessa fazenda com sua família por não aceitar ser tratado como escravo branco, ou seja, trabalhar de graça para o fazendeiro para pagar os custos da suposta dívida de sua viagem, alimentação e acomodação, quando ele mesmo pagou sua viagem e não recebera o devido subsídio do Governo Brasileiro. Andou pelos campos com sua família carregando uma barra de ouro (todos seus bens devem ter sido transformado em ouro para viajar) até serem acolhidos na Fazenda Santa Eudóxia do Fazendeiro Francisco Cunha Bueno para quem Antônio e sua família gostavam de trabalhar, testemunhando a visita de Dom Pedro II, Imperador do Brasil a Fazenda Santa Eudóxia em 1886 e onde meus bisavós Marcellina Tinos e Luis Gomes Areias se conheceram, se casando posteriormente no religioso em 1897. Parece que havia uma foto perdida de Antonio Tinos, descrito como um homem alto, ruivo, de barba e olhos azuis… Minha avô Lola era ruiva também, porém sem olhos claros.

Victorio Tinos at School in (na escola em) Santa Eudóxia – São Carlos

Descendants of Antonio Tinos & Elizabetta Grassetti during the First Family Reunion in Santa, Eudoxia, Sao Paulo, Brazil, 2007 (Descendentes de Antonio Tinos e Elizabette Grassetti, durante o Primeiro Encontro da Familia em Santa Eudoxia, Sao Carlos, Brasil 2007).

Second family reunion of Descendants of Antonio Tinos & Elizabette Grassetti in Sao Carlos, Sao Paulo, Brazil – 2016. ( Segundo Encontro dos descendentes de Antonio Tinos e Elizabetta Grassetti em São Carlos, São Paulo, Brasil – 2016. Maria de Lourdes Xavier Tinoz, Angelica Xavier Tinos, Pedro França Vieira, Luciana Alberti Tinos, Marilia Tinos, Luciana Botelho Tinos, Rita de Cassia Tinos dos Santos, Joao Augusto Xavier Tinoz (Guto), Antonio Tinos & Neusa Aparecida de Oliveira Tinos (blusa preta), Paulo Araujo & Henriqueta Tinos, Geoffrey Drake-Brockman & Juliana Areias, Marcel Boechat Mendes, Jefferson branco, Jose Aparecido Galdino dos Santos, Nestor Jose Tinos, Maria do Rosario Martins Tinos, Terezinha Tinos Iossi, Toni di Ramos, Maria Jose Costa Tinos & Marcos Roberto Tinos, Mario Tinos, Frederico Tinos, Daniel Tinos e Jose Wilson Areias Mendes

Giuseppe Tinos, pai de meu tataravô Antonio Tinos que emigrou para o Brasil, nasceu também em Strassoldo em 4/4/1798 era filho de Domenico Tinos e Caterina. Esse Domenico Tinos provavelmente filho de um outro Giuseppe Tinos e Maria, que era filho do Patriarca da Família Tinos em Strassoldo, chamado Domenico Franco conhecido como Domenico Tinos, provavelmente por ter alguma ligação familiar ou comercial com a Ilha Tinos na Grécia. Certamente o sobrenome Tinos não é um sobrenome italiano, mas está presente em Strassoldo desde 1729. Antonio Tinos, que veio para o Brasil em 1885, teve ao menos 4 irmãos – Domenico I (1827-1831, morreu afogado), Domenico Tinos II, Giovanni Tinos e Teresa Tinos.

Giovanni Tinos, (irmão de Antonio Tinos), permaneceu no Friuli, era deficiente físico (manco) e sapateiro em Strassoldo, onde foi Conselheiro Comunal em 1896. A mesma profissão de sapateiro e cargo político de Conselheiro Comunal foram exercidas por um dos seus filhos, chamado Attiliano Tinos ( Attilio) em 1922, que chegou a ser preso junto com o Conde de Strassoldo e outras pessoas pelo Exército Italiano, por serem a favor da Áustria durante a Primeira Guerra Mundial. O livro Strassoldo il Paesi dei Campanelli, retrata as peripécias de Attilio e seu irmão Bepo (Giuseppe) durante esse período em que Strassoldo, pertencendo a Áustria, fazia literalmente divisa com a Itália e a casa da Família Tinos em Strassoldo na Via San Marco era basicamente uma das casas dessa divisa, encorajando os irmãos a fazer contrabando de comida. Bepo depois emigrou para França. Um dos netos de Attiliano (Attilio) é meu querido primo, cugino Giorgio Tinos, que mora aqui na Austrália também, em Queensland, enquanto eu moro em Perth. Toda descoberta da história da origem da Família Tinos foi nos presenteada pelo nosso querido amigo, anjo-da-guarda da família, historiador Ugo Perissinotto. Obrigada, amado amigo por um dos presentes mais valiosos da minha vida!

FAMÍLIAS MENDES DO VAL, MIRANDA, SOUZA SOARES, TEIXEIRA ALVARES, RORIZ, FRANÇA, ARAUJO LEITE, ROCHA, AFONSECA E SILVA, CIRILLA BARBOSA, COSTA BRAGA, LOUREIRO, GOÇALVES, SILVA, MELO, DIAS, LOPES, TOME, FERNANDES, FERREIRA

Ascelino Teixeira Mendes (Vô Celo), meu avô paterno, nasceu em 20 de maio de 1919 em Rifaina, norte de São Paulo, Brasil e faleceu em 6 de setembro de 1998 em Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. Tinha apenas um irmão mais velho Geraldo Teixeira Mendes, ambos filhos do contador mineiro Getulio Mendes e de Maria Teixeira (Mariquinha). Vovô Celo, se aposentou como bancário e trabalhou até o resto da vida em seu próprio negócio, sendo representante comercial, o que lhe fazia viajar bastante, passando cerca de metade de cada mês fora. Tio Nando, Tio Paulo e Tia Silvia trabalharam em seu escritório que ficava na Praça Oswaldo Cruz, no início da Avenida Paulista. Eu também trabalhei com ele por um período da minha adolescência, sendo basicamente office-girl, sempre nas filas dos bancos hehehe. Vovô gostava de estar rodeado por instrumentos musicais – gaitas, sanfona e órgão – gostava de tocar por exemplo um bolero chamado Vereda Tropical. Gostava também de cozinhar, sua especialidade era seu Peixe a Delícia (bacalhau cozido no forno com banana) e no dia a dia fazia uma carne de panela, chamada lagarto. Tinha diabete e por isso não podia comer muito doce. As vezes Vovó Lola lhe fazia um manjar branco e um bolo de laranja que ele gostava. Costumava e tomar um mingau de aveia toda manhã. Estava sempre bem vestido, elegante, mesmo que não fosse dia de trabalho. Era em geral quieto, reservado mas bem humorado, atual, mente aberta e transmitia segurança, amizade e paz. Tinha o sonho de ter um sítio, talvez ligado as terras antigas que fora da sua família em Minas e Goiás, mas para alegrar a família, acabou comprando um apartamento na Praia de Guarujá. Ajudou todos os filhos e netos como pode, financeiramente e moralmente. Nos anos que morei com ele e Vovó Lola na minha adolescência entre 14 e 17 anos, guardo com carinho um dia que eu queria ir dormir fora, numa festa de São João em um sítio da turma do teatro e Vovó não queria me deixar ir, mas ele deixou e eu fui. Ele disse, pode ir, eu confio em você. Com um voto de confiança desse, eu só podia me comportar. Lembro-me também com carinho de quando eu já estava morando em Salvador e ele passava por lá a trabalho, ficava sempre em um hotel na Praça Castro Alves, almoçávamos juntos e chegou a ir até o Atelier do Ivo Gato, Base Arte na Ladeira da Soledade, para conhecer o meu trabalho por lá. As viagens frequentes acabou possibilitando manter uma amante em Fortaleza, descoberta por Tio Ninho, o que causou sua separaçao de Vovó Lola. Foi morar com a namorada em Fortaleza, mas também não deu certo no dia a dia. Acabou falecendo sozinho em Natal no Rio Grande do Norte. Obrigadão meu Vó amado por todo amor e inspiração sempre.

Uma das música que meu avô Celo, gostava, A vida do Viajante, por ser ele mesmo um deles.

A VIDA DO VIAJANTE (Luiz Gonzaga/Herve Cordovil)

Minha vida é andar por este país
Pra ver se um dia descanso feliz
Guardando as recordações
Das terras onde passei
Andando pelos sertões
E dos amigos que lá deixei
Chuva e sol
Poeira e carvão
Longe de casa
Sigo o roteiro
Mais uma estação
E a alegria no coração
Mar e terra
Inverno e verão
Mostre o sorriso
Mostre a alegria
Mas eu mesmo não
E a saudade no coração
Quando estive em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais por um mês coordenando o Parque das Olimpíadas, projeto do Atelier do Ivo Gato, do qual era sócia quando morava em Salvador,  antes de sair do Brasil, fiz esse poema dedicado ao meu Vô Celo.
ESPÍRITO MINEIRO
(Juliana Areias, 21 anos em 31/7/1996)

Saiu pra ver o mar

Saiu pra saber quantas voltas o mundo dá

Saiu sem precisar chamar

Saiu

Já foi

Saiu querendo não se explicar

Saiu cheio de lágrimas no olhar

Saiu sem bem ter onde chegar

Saiu

Já foi

Saiu, precisava viajar

Saiu, buscando se encontrar

Saiu, talvez não vá voltar

Saiu

Já foi

Saiu com vontade de voar

Saiu com coragem de amar

Saiu, tinha um sonho pra buscar

Saiu

Já foi

Certidão de Nascimento de Ascelino Teixeira Mendes

Certidão de Casamento de Ascelino Teixeira Mendes

Certidão de Óbito de Ascelino Teixeira Mendes

Outros documentos de Ascelino Teixeira Mendes

Ascelino Teixeira Mendes

Ascelino Teixeira Mendes (Celo)

Ascelino Teixeira Mendes nos anos 1990

Vôvô Ascelino Teixeira Mendes

Familia Areias Mendes, com o casal Ascelino Teixeira Mendes e seus filhos Jose Wilson, Ninho, Nando, Paulo Henrique, Silvia e Maria.

Ascellino Teixeira Mendes e Laura Gomes Areias com seu primeiro filho no colo Jose Wilson Areias Mendes

Jose Wilson Areias Mendes com seu pai Ascelino Teixeira Mendes

Familia Areias mendes na casa do Jardim da Saude. Tio Nando (Luiz Fernando), Tio Paulo, Vovô Celo, Tia Maria, Vovó Lola, Tia Silvia, Papai José Wilson e Tio Ninho. 1960s

Ascelino Teixeira Mendes & Laura Gomes Areias com filhos Paulo, Ascelino, Jose Wilsom, Silvia, Maria e Nando na casa do Jardim da Saude en Sao Paulo, anos 1960s

Celo (Ascelino Teixeira Mendes) e Lola (Laura Gomes Areias) em frente a sua casa no Jardim da Saude em Sao Paulo anos 1960s

Paulo Areias Mendes, Maria de Lourdes Areias Mendes, Rosa Gomes Areias, Luis Fernando Areias mendes, Marcellina Tinos, Ascelino Teixeira Mendes, Laura Gomes Areias, Silvia Cassia Areias Mendes – Marcellina living at my grandparents Ascelino Teixeira Mendes and Laura Gomes Areias house at Jardim da Saúde, São Paulo – circa 1960-1965.

Ascelino Teixeira Mendes segurando sua primeira neta recem nascida, eu, Juliana Areias em 1975.

Vó Lola, Vô Celo e Juliana Areias final do anos 70

Natal 1982 na casa de Ascelino Teixeira Mendes e Laura Gomes Areias

Ascelino Teixeira Mendes & Laura Gomes Areias

Ascelino Teixeira Mendes e netos Bartira, Luna, Juliana, Clara, Marcel e Carolina em 1988.

Ascelino Teixeira Mendes com netos Joao Luis, Carolina, Bartira, Felicio e Juliana Areias a mais velha 1989

Ascelino Teixeira Mendes e neta Juliana niver 71 anos 20 Maio 1990

Ascelino Teixeira Mendes 71 anos aniversario com família Bartira, Tia Silvia, Victor, Tia Helena, Tia Maria, Vovó Lola e Tio Nando 20 maio 1990

Os irmãos Geraldo Teixeira Mendes e meu avô Ascelino Teixeira Mendes, na maior parte de suas vidas de casados, não tiveram muito contato, pois sua esposas, respectivamente Beni e minha avó Lola, se detestavam.  Então nessa bobagem, os dois únicos ramos da família se perderam por mais de 50 anos, até que há algumas semanas atrás desse ano de 2019 em que estamos, meu pai José Wilson achou seu primo Tadeu (filho de Geraldo) pela internet. E veja só que coisa do destino, ambos e também meu Tio Ninho, estão todos morando em Fortaleza, no Ceará!

Geraldo Teixeira Mendes apenas depois de casado, graças ao incentivo da sua esposa Beni, (Benedita Salgado César) não só completou a escola, mas estudou e se formou como advogado. Conta o primo Tadeu sobre seu pai Geraldo: “Meu pai Geraldo Teixeira Mendes se formou na primeira turma da faculdade de Direito de Campinas….Mas trabalhou pouco como advogado….alguns anos depois, por concurso, se tornou um Procurador da Prefeitura de São Paulo e se aposentou como Procurador Público. Nós nos mudamos de Colina para São José do Rio Preto para que ele pudesse fazer o segundo grau, pois quando casou tinha apenas o curso primário…Nós nos mudamos de Rio Preto para Campinas, para que ele pudesse fazer a faculdade. Minha mãe quando solteira se chamava Benedita (BENI) Salgado César. As famílias Salgado e também César são tradicionais em Pindamonhangaba. Ancestrais famosos tem Moreira Cesar, que era comandante e morreu na segunda expedição da Guerra dos Canudos (Euclides da Cunha, no seu livro “Os Sertões” retrata-o como “louco”). A cidade vizinha a Pinda chama-se Moreira César. No lado Salgado, teve Plínio Salgado, ativista político de extrema direita, que trabalhava para que o Brasil durante a segunda Guerra Mundial, se aliasse a Alemanha. Minha Mãe tinha olhos AZUIS de um azul muito intenso. Do lado de minha mãe, sempre teve muitos militares, por exemplo, Júlio Cesar Salgado, que agora tem uma cidade com o nome dele perto de Rio Preto. No tempo do Império, além de Moreira Cesar, havia o Visconde de Palmeiras e o Barão de Itapeva, ambos também militares.”

Diploma de advogado de Geraldo Teixeira Mendes e outros documentos e fotos presentados por seu filho Benedito Tadeu César Mendes ( Obrigadão Primo Tadeu!)

(irmão de Ascelino Teixeira Mendes)

Doutor Geraldo Teixeira Mendes, advogado. Nessa foto, super parecido com meu avô Celo, Ascelino Teixeira Mendes, que era seu irmão.

Geraldo Teixeira Mendes durante serviço militar

Geraldo Teixeira Mendes, servico militar

Geraldo Teixeira Mendes ( sentado) em servico militar provavelmente entre 1938 e 1940, antes de se casar em 1941 com Beni.

Casamento de Geraldo Teixeira Mendes e Benedita Salgado Cesar (Beni) em 1941

Geraldo Mendes com roupa de formatura, advogado

Geraldo Mendes com esposa Beni e filhos Regina e Tadeu em Colina

Geraldo Teixeira Mendes com esposa Beni e filhos Regina e Tadeu em Colina

Geraldo Teixeira Mendes, de óculos

Geraldo Teixeira Mendes com seu filho Tadeu ( Benedito Tadeu César Mendes) em Itumbiara – Cachoeira Dourada, em Goiás, Brasil.

Geraldo Mendes em Itumbiara – Cachoeira Dourada em Goiás, Brasil.

Geraldo Teixeira Mendes com esposa Beni e filhos Regina e Tadeu em Campos de Jordão, Estado de São Paulo, Brasil.

Geraldo Teixeira Mendes com esposa Beni e seus tres filhos Tadeu Regina e Paulo.

Geraldo Teirxeira Mendes e sua esposa Beni no Rio de Janeiro.

Casal Beni e Geraldo Teixeira Mendes no Rio de Janeiro

Benedita Salgado César, esposa de Getúlio Teixeira Mendes

Primo Tadeu ( Benedito Tadeu César Mendes), filho de Geraldo Teixeira Mendes e Benedita Salgado César. Foto de 2014. Nessa voto, o Primo Tadeu me lembra muito meu avô Ascelino Teixeira Mendes, que era seu tio.

Reencontro de papai José Wilson, Tadeu e Tio Ninho após ao menos 50 anos sem contato com o primo Tadeu – Família Mendes. Essa é a foto feliz desse reencontro no dia 24 de janeiro de 2019 em Fortaleza onde os três moram.

Graças á esse reencotro com o Primo Tadeu, muitas histórias da família estão sendo revistas impulsionando o avanço na pesquisa, do lado dos Mendes, do qual sabemos ainda muito pouco.

FAMÍLIAS MENDES DO VAL, MIRANDA, SOUZA SOARES.

(lado do pai de Geraldo e Ascelino Teixeira Mendes)

Getúlio Mendes, pai dos irmãos Geraldo e Ascelino Teixeira Mendes (meu avô), nasceu em 13 de junho de 1891 em Patrocínio, Minas Gerais e faleceu em 9 de julho de 1963 em Campinas, São Paulo, filho de João Mendes de Miranda e de Maria de Souza Soares.

Getúlio Mendes era contador (guarda-livros) de fazendas grandes entre Minas, Goiás e São Paulo, chegando a ser interventor (espécie de Prefeito) de Itumbiara, Goiás. Papai José Wilson Areias Mendes,se lembra de ter ido visitar Itumbiara quando criança, cerca de 7 anos, logo em torno de 1955 . Getúlio casou com Maria Teixeira (Affonseca e Silva) , conhecida como Mariquinha, a quem não era fiel. Getulio Mendes sendo mulherengo e viciado em jogo, vivia seduzindo as professorinhas das fazendas e perdia fortunas com “senhoritas” e carteados nos cassinos. Graças a suas infidelidades passou sífiles para sua esposa Mariquinha, que por causa da doença não pode mais engravidar, tendo por isso apenas dois filhos, Geraldo e Ascelino. Getúlio não investiu na educação dos seus dois filhos, que enquanto dependentes dele, não chegaram nem a completar o segundo grau. Ambos os filhos progrediram sem sua ajuda, Geraldo se formou como advogado e se aposentou como Procurador Público. Ascelino se aposentou como Bancário e abriu seu próprio negócio, a firma ATM, Ascelino Teixeira Mendes Ltda, de representação comercial.

Certidão de Óbito de Getulio Mendes

( Pai de Geraldo e Ascelino Teixeira Mendes)

Getúlio Mendes com seus lábios finos e boquinha torta, marca registrada da família. Tanto meu avô Ascelino Teixeira Mendes ( seu filho), quanto meu pai José Wilson Areias Mendes, meu Tio Ninho (Ascelino Teixeira Mendes Júnior) e eu, Juliana Areias ( Juliana Vasconcellos Mendes), tencionamos a boca dessa maneira, falando meio torto quando tensos, tímidos ou desafiados ( a falar em público ou em frente das câmeras, por exemplo), uma espécie de tique nervoso, hehehe. : )

Getulio Mendes e Mariquinha. Maria Teixeira (Affonseca e Silva) em Goias

Getulio Mendes e Mariquinha , Maria Teixeira (Affoseca e Silva) na Fazenda Alice, em Terra Roxa, Estado de São Paulo.

Ione ( filha de Dolorita, líder camponese em Londrina-PR, neta de Dolores, irmã de Mariquinha), Dolores Teixeira, Mariquinha – Maria Teixeira (Affosenca e Silva), Getulio Mendes e crianças José Francisco Cesar Macedo,( filho da irmã da Bene, chamada Ligia Benedita), primo Tadeu (Benedito Tadeu César Mendes) e meu pai José Wilson Areias Mendes na Fazenda Rio das Pedras, atual Campinas, Barao Geraldo. A Fazenda Rio das Pedras foi a última em que Getulio trabalhou como contador. Foto em cerca de 1958.

Artigos de Jornal citando Getúlio Mendes & Maria Teixeira

e seus filhos Geraldo e Ascelino Teixeira Mendes

Menção sobre Getúlio Mendes em 1921 no Correio Paulistano

Menção sobre Getúlio Mendes em 1921 no Correio Paulistano

Menção sobre Getúlio Mendes e Geraldo Teixeira Mendes em 1938 no Correio Paulistano

Menção sobre Getúlio Mendes e Geraldo Teixeira Mendes em 1938 no Correio Paulistano

Menção sobre Geraldo Teixeira Mendes, filho de Getulio Mendes, secretário da Prefeitura de Santa Rita do Paranaiba em 1943 no jornal O Estado de Goiás.

Menção sobre Geraldo Teixeira Mendes, filho de Getulio Mendes, secretário da Prefeitura de Santa Rita do Paranaiba em 1943 no jornal O Estado de Goiás.

Menção sobre Geraldo Teixeira Mendes, no Correio Paulistano em 1943

Menção sobre Geraldo Teixeira Mendes, no Correio Paulistano em 1943

Menção sobre Getúlio Mendes e Ascelino Teixeira Mendes no Jornal o Estado de Goiás, 20 de Maio de 1944

Menção sobre Getúlio Mendes Secretário da Prefeitura de Itumbiara e aniversário de seu filho Ascelino Teixeira Mendes no Jornal o Estado de Goiás, 20 de Maio de 1944

Menção sobre Getúlio Mendes Secretário da Prefeitura de Santa Rita do Paranaíba e esposa Maria Teixeira no Jornal o Estado de Goiás em 1944

Menção sobre Getúlio Mendes Secretário da Prefeitura de Santa Rita do Paranaíba e esposa Maria Teixeira no Jornal o Estado de Goiás em 1944

Menção sobre Getúlio Mendes Secretário da Prefeitura de Itumbiara e filho Geraldo Teixeira Mendes no Jornal o Estado de Goiás em 1944

Menção sobre Getúlio Mendes Secretário da Prefeitura de Itumbiara e filho Geraldo Teixeira Mendes no Jornal o Estado de Goiás em 1944. Similares artigos citando Getúlio como Secretário da Prefeitura de Itumbiara e os aniversários de Geraldo, Ascelino e Mariquinha fora, publicados pelo Jornal Estado de Goiás também em 1945.

Sobre os pais de Getúlio Mendes, João Mendes de Miranda e sua esposa Maria de Souza Soares, ainda nao sabemos muito, além do fato de que eram de Patrocínio, Minas Gerais e que João tinha um irmão 12 anos mais velho chamado José Antonio Mendes do Val, ambos filhos de Antonio Mendes do Val. Ambos os irmãos aparecem classificados como lavradores e eleitores em 1894. Esse documento precioso me foi presenteado por nosso querido primo distante José Aluísio Botelho (também descendente dos Afonseca e Silva, super pesquisador e autor do website A Raposa da Chapada – Genealogia Paracatuense). Nesse eleição de 1894, apenas 2% da população do Brasil inteiro votou efetivamente. O voto era restrito apenas aos homens com mais de 25 anos (ou acima de 21 anos casado) e apenas para não analfabetos. Isso os coloca numa posição de privilégio em seu próprio contexto socio-econômico, no entanto ainda não consegui achar mais documentos sobre eles disponíveis online. O Primo Aloísio nos deu a dica que em Patrocínio havia duas famílias Machado de Miranda e Fernandes de Miranda, das quais provavelmente a mãe do João Mendes de Miranda, (pai do Getúlio Mendes) deve descender.

O Primo Aluísio também adverte que nossa Maria de Souza Soares (mãe do Getúlio Mendes), deve descender da Família Souza Soares de Patrocínio. Mas importante não confundir com outra família diferente de lá chamada Soares Souza.  Encontrei até agora apenas o inventário do delegado e Coronel Antonio Alves de Souza Soares em Patrocínio, Minas Gerais em 1910, filho o major Major com mesmo nome Antonio Alves de Souza Soares, que pode ser parente da nossa Maria de Souza Soares. Lá se diz:

Antonio Alves de Souza Soares natural de Patrocínio (Filho do Major Antonio Alves de Souza Soares já falecido cc Thereza Thomasia de Jesus) cc Theodora Jacintha de Castro (Filha de José Ribeiro da Silva cc Thereza Jacintha de Castro), não tiveram filhos.

Major Antonio Alves de Souza Soares cc Thereza Thomazia de Jesus.

Filhos:

1 – Francisca Alves de Souza nascida em 1841 casou em 15/08/1960 com Gustavo Rabello de Souza nascido em 1836, natural de Santana do Garambeo (filho de Domingos José Rabello cc Anna Joaquina de Souza).

2 – Cel Antonio Alves de Souza Soares nascido em 15/04/1843 cc Theodora Jacintha de Castro.

3 – Luiza nascida em 09/08/1847

4 – Sancha Ursula de Souza casou em 26/10/1867 com João Machado Mendes da Silveira (Filho do Capitão João Machado Rodrigues da Silveira cc Messias já falecida).

5 – Carlos nascido em 17/11/1856

6 – Rita nascida em 20/10/1859

7 – Meliza Alves de Souza casou em 02/08/1884 com Jacintho Nunes de Paula viúvo (Filho de João Nunes de Paula cc Anna Thereza de Jesus).

8 – João Alves de Souza nascido em 20/02/1862.

Neto:

José Alves de Souza

Mais pesquisas precisam ser feitas para afirmar se nossa Maria de Souza  Soares, pertence a essa família ou não.

FAMÍLIAS TEIXEIRA ALVARES ( RORIZ, FRANÇA, ARAUJO LEITE, ROCHA) & AFONSECA E SILVA (CIRILLA BARBOSA, COSTA BRAGA, LOUREIRO, GOÇALVES, SILVA, MELO, DIAS, LOPES, TOME, FERNANDES, FERREIRA)

(Pelo lado de Mariquinha – mãe de Geraldo e Ascelino Teixeira Mendes)

Mariquinha, Maria Teixeira (Affonseca e Silva), esposa de Getúlio Mendes e mãe de Geraldo e Ascelino Teixeira Mendes, nasceu em 23 de janeiro de 1894 em Araguari, Minas Gerais e faleceu em 28 de outubro de 1973 em Pindamonhangaba, São Paulo, Brasil, data da Primeira Comunhão de sua neta Maria de Lourdes Areias Mendes. Tia Maria se lembra bem desse dia que deveria ter sido um dia feliz, mas que a morte da avó abalou. Tia Maria conta que Mariquinha ficava furiosa com ela por ficar brincando só de shortinho e descalça, toda suja no quintal, feito moleque (afinal tinha quatro irmãos mais velhos, todos homens) e no final do dia, as 5 da tarde quando achava que era hora de criança dormir, cruelmente, puxava Tia Maria pelos seus cabelos bem longos e lhe arrastava para o banheiro para ir tomar banho.

Mariquinha era filha de Raphael de Affonseca e Silva e de Josephina Teixeira Alvares, e irmã de Dolores, Joel (Joelita) e Augusta. Foi seguramente uma mulher forte e valente, que andava a cavalo e segurando em chifre de boi e foi dona garimpo em Cristalina, Goiás e de casa de produtos agrícolas em Campinas. Corajosa também em aturar a vida toda as infidelidades do marido mulherengo e jogador de cartas, que perdia fortunas com mulheres e cassino.

Certidão de Nascimento do meu avô Ascelino Teixeira Mendes

Onde consta os nomes de seus pais e avós. João Mendes de Miranda e Maria de Souza Soares (pais de Getúlio Mendes), e Raphael de Affonseca e Silva e Josephina Teixeira Alvares (pais de Maria Teixeira – Mariquinha)

Mariquinha – Maria Teixeira descontraidamente em Goiás.

Mariquinha – Maria Teixeira descontraidamente em Goiás.

Mariquinha – Maria Teixeira andando a cavalo, a direita, em Goiás.

Mariquinha – Maria Teixeira andando a cavalo, a direita, em Goiás.

Mariquinha – Maria Teixeira (a direita ao fundo pilotando o barco) em Goias.

Mariquinha – Maria Teixeira segurando o chapéu com duas mulheres ao lado. Foto no seu garimpo em Cristalina, Goías. Nesse local atualmente é o Distrito Federal e a cidade de Brasília, afirma o Primo Tadeu. O Município de Cristalina atual fica a 68km sul-leste de Luziânia ( antiga Santa Luzia, onde seu bisavô João Teixeira Alvarez foi Vigário). Luziânia é meio caminho do município de Cristalina para Brasília.

Mariquinha, Maria Teixeira, já avó em Itumbiara, Goiás. Itumbiara é a cidade onde seu marido Getulio Mendes foi interventor além de contador, ou seja uma espécie de prefeito.

Mariquinha – Maria Teixeira (a direita ao fundo) na Cachoeira Dourada em Itumbiara, Goiás.

Mariquinha – Maria Teixeira a direita segurando neto Tadeu ( Benedito Tadeu César Mendes), com sua nora Beni a direita e o filho Geraldo Teixeira Mendes segurando a filha Regina ao centro, em Colina.

Mariquinha – Maria Teixeira em Campinas

A esquerda, Mariquinha – Maria Teixeira, com seu filho Geraldo Teixeira Mendes ao centro e familiares, quando seu marido Getúlio Mendes já havia falecido. Foto em Campinas. Descreve o Primo Tadeu – Na ordem, da esquerda para a direita, Vó Mariquinha, um amigo de meu irmão Paulo, minha irmã Regina, minha mãe BENI, Geraldo, meu irmo Paulo, a irmã de minha mãe (Teca) e Jose Francisco filho de Ligia, uma outra irmã de minha mãe.

A esquerda, Mariquinha – Maria Teixeira, com seu filho Geraldo Teixeira Mendes ao centro e familiares, quando seu marido Getúlio Mendes já havia falecido. Foto em Campinas.

Mariquinha – Maria Teixeira em Campinas

Uma das últimas fotos de Mariquinha (Maria Teixeira) com a família completa de seu filho Geraldo Teixeira Mendes (irmão do meu avô Ascelino Teixeira Mendes. Da esquerda para direita – Paulo, Regina, Beni, Geraldo, Mariquinha e Tadeu ( primo Benedito Tadeu César Mendes, que nos presenteou todas as fotos relacionadas ao seu pai e nossos ancestrais em comum, o casal Getúlio Mendes e Mariquinha – Maria Teixeira ( descendente dos Teixeira Alvares e dos Afonseca e Silva). Super Obrigada querido Primo Tadeu!

As irmãs Rosa Gomes Areias, Laura Gomes Areias (Lola) e Jacintha Gomes Areias com Maria Teixeira Mendes (sogra da minha avó Lola).

FAMÍLIA AFFONSECA E SILVA

(De São Mamede de Valongo, Porto, Portugal para Paracatu, Minas Gerais, Brasil)

Os avanços dessa pesquisa acontecem graças ao trabalho primoroso, dedicado e generoso do primo querido José Aluísio Botelho, que disponibiliza todas as suas descobertas no seu excelente website A raposa da Chapada – Genealogia Paracatuense. Eternamente grata querido primo Aluísio por todos esses tesouros!

Raphael de Affonseca e Silva, pai de Mariquinha (Maria Teixeira) nasceu em cerca 1865 em Paracatu, Minas Gerais, era filho de Francisco de Affonseca e Silva (Capitão Menhô), nascido em Paracatu, Minas Gerais em 4 de agosto de 1814, que teve ao todo 20 filhos, sendo Raphael um dos caçulas dos 17 filhos que teve com sua sobrinha e esposa Balbosa Barbosa de Affonseca e Silva (filha de seu irmão Antonio de Affonseca e Silva e Laureana Cirilla Barbosa, supostamente descendente de índios Araxãs) e mais 3 filhos registrados com três de suas escravas. O Capitão Menhô e seu irmão Antonio, ambos filhos de João de Affonseca e Silva, português de São Mamede de Valongo no Porto, que junto com outros membros de sua família fizeram fortuna nas minas de Paracatu em Minas Gerais.

Certidão de Óbito de Raphael de Affonseca e Silva

Nascimento de Francisco de Affonseca e Silva ( Menho)

(Imagem presenteada pelo querido primo José Aluísio Botelho)

A melhor fonte de pesquisa sobre a Genealogia de Paracatu é o website A RAPOSA DA CHAPADA – GENEALOGIA PARACATUENSE realizado pelo meu querido primo, José Aluísio Botelho, também descendente dos Affonseca e Silva que tem feito um trabalho genealógico bem apurado e belíssimo sobre a genealogia de Paracatu como um todo, revendo, corrigindo, aprimorando estudos antigos além de se dedicar a tantos estudos novos. Por exemplo encontrou vários erros no trabalho genealógico deixado pelo próprio Capitão Menhô, impresso pelo Instituto Genealógico de Minas filiado ao Instituto Genealógico Brasileiro. Uma cópia dessa revista que me foi presenteada pelo querido primo César de Afonseca e Silva Neto em 2005. Segue abaixo as páginas relevantes dessa revista citando a linha direta entre João Affonseca e Silva e meu avô Ascelino Teixeira Mendes

Revista Genealógica Brasileira Ano VIII número 15/16, 1947, elaborada por Francisco de Afonseca e Silva (Menhô) e atualizada por Olímpio Gonzaga (com severas restrições feitas pelo primo e pesquisador José Aluísio Botelho.)

Revisão sobre os Affonseca e Silva feita pelo primo e pesquisador José Aluísio Botelho em seu website A Raposa da Chapada – Genealogia Paracatuense

FAMÍLIA TEIXEIRA ALVARES

Todos nós descendentes do padre católico João Teixeira Alvares, Vigário de Santa Luzia (atual Luziânia) e Antas, ambas em Goiás.

Praticamente toda a pesquisa sobre essa família e as descobertas mais importantes até agora (2019) foram realizadas in locco e assiduamente pelo meu querido primo Eduardo Antunes Paiva (Duda, Dudinha querido, gratidão e amizade sem fim, figurinha carimbada!). Duda, filho de Aroldo Eliseu de Paiva e Maria de Lourdes Teixeira. Desde 2001 fizemos trocas animadas de emails entre nós e também com Maria Dulce Loyola Teixeira, esposa de Ubiratan Estivallet Teixeira, filho de Mauro Ludovico Borges Teixeira ( Governador e Senador Mauro Borges).

Josephina Teixeira Alvares – esposa de Raphael de Affonseca e Silva e mãe de Maria Teixeira (minha bisavó Mariquinha), Dolores, Joelita e Augusta – nasceu em 1868 em Vila Boa de Goiás, Goiás Velha, antiga capital do Estado de Goiás e faleceu em 17 de janeiro de 1923 em Conquista, Minas Gerais. Era filha de José Benedito Teixeira Alvares e de Maria Clara de Araújo Rocha. Seus irmãos eram – Augusto, Amélia, Maria Tereza, Theolinda, João (João Teixeira Alvares pai do Governador Pedro Ludovico Teixeira), Ignácio, Theresa e José Benedito (Teixeira Filho).

Maria Clara de Araújo Rocha, mãe de Josephina Teixeira Alvares, nasceu em 22 de julho de 1825 em Santa Luzia, atual Luziânia, Estado de Goiás e faleceu em 25 de maio de 1896 em Araguari, Minas Gerais. No assento de batismo de Maria Clara, ambos seus pais José Joaquim de Araújo Leite e Maria da Rocha vem declarados como pardos. Ou seja tinham a pele mais escura, sendo provavelmente descendentes de negros africanos.

Na pesquisa do primo José Aluísio Botelho sobre a família Melos Álvares, descendentes do Lázaro de Melo Álvares aparece:

6 – Maria de Melo Álvares, nascida em 07/12/1777 em Luziânia; foi casada com Manoel Joaquim de Araújo Leite; filhos descobertos:
6.1 – Eulália Joaquim de Araújo;
6.2 – Lázaro de Melo Álvares Neto, nascido em 1797 em Luziânia; dele se cabe que foi o primeiro chefe do poder executivo de Formosa, em Goiás, em 1844; Aí deixou descendência;
6.3 – Ana Joaquim de Araújo;
6.4 – Antonio Joaquim de Araújo Melo;
6.5 – Manoel Joaquim de Araújo.

O primo e pesquisador José Aluísio Botelho acredita que  José Joaquim de Araújo Leite, certamente era parente próximo do Manoel, mas não encontramos documento que prove isso ainda. Generosamente o primo me passou esse link, que contém batismos de Luziânia, entre 1749 e 1775 – para eu dar uma olhada, (nesses livros achou alguns filhos do Lázaro de Melo Álvares), até agora, não encontrei.

http://www.recordspreservation.org/cgi-bin/list_directory_1.cgi?directory=%2CBrasil%2CGoi%C3%A1s%2CLuzi%C3%A2nia%2CSanta+Luzia&submit_directory=

José Benedito Teixeira Alvares, pais de Josephina, nasceu em 3 de april de 1817 em Santa Luzia, atual Luziânia, no Estado de Goiás e faleceu antes do outubro de 1891 em Araxá, Minas Gerais. José Benedito era filho do padre João Teixeira Alvares ( Vigário de Santa Luzia e Antas em Goiás) e de Maria Tereza de Jesus (Roriz), que literalmente caiu no “Conto do Vigário”.

Sobre Maria Tereza de Jesus (Roriz) sabemos até agora o nome de sua mãe Thereza Maria de Jesus (nascida em torno de 1770) e que vivera 100 anos, de acordo com essa nota de jornal pesquisada pelo primo José Aluísio Botelho, me enviada por email em 13/2/2019.

“A concubina do padre João Teixeira Álvares, Maria Teresa de Jesus viveu cem anos, nascida em 1794 e falecida em 1894 – notícia de sua morte dada no Gazeta de Uberaba, comprova ser ela avó de Augusto e do Dr. João TA.”

O teste de DNA do meu pai José Wilson Areias Mendes, também tem apontado para um possível ancestral açoriano, ainda indeterminado. Em Minas Gerais houve imigração de açorianos, incluindo os troncos chamado Três Ilhoas e em Goiás os Melos Álvares, descendentes do Lázaro de Melo Álvares (pesquisa do primo José Aluísio Botelho) onde também aparece uma Tereza Maria de Jesus, carioca nascida em 8/7/1744 que casou com o Lázaro de Melo Álvares, tronco da família em Santa Luzia-GO. Porém não foi possível ainda confirmar se há conexão entre essas famílias e a nossa Maria Tereza de Jesus. Quanto a essas minhas indagações o primo José Aluísio Botelho observaque sua antepassada Teresa Maria de Jesus (esposa do Lãzaro de Melo Álvares), veio do Rio de Janeiro com os pais e irmãos para Luziânia; portanto é possível que algum irmão ou irmã dela tenha tido uma filha com o nome dela, e que seja a nossa ascendente, até pela cronologia estimada do seu nascimento em torno de 1770. Possível mas não comprovado ainda.

O padre João Teixeira Alvares, pai de José Bebedito Teixeira Alvares, nasceu em 1783 no arraial de Ouro Fino, antiga Vila Boa de Goiás, hoje chamada cidade de Goiás e faleceu em 18/09/1928 no Rio de Janeiro. Era filho de José Teixeira Alvares e Thereza da Silva França, também ambos do Arraial do Ouro Fino, de Goiás. Importante não confundir com o Município de Ouro Fino em Minas Gerais. .

Existem dois classicos sertanejos, – de verdade – que falam sbre as duas localidades diferentes. O Menino da Porteira (Luiz Raymundo / Teddy Vieira De Azevedo), de 1955 regravada por Sérgio Reis em 1996, parece se referir a Ouro Fino em Minas Gerais

O Menino da Porteira

Toda vez que eu viajava pela Estrada de Ouro Fino
De longe eu avistava a figura de um menino
Que corria abrir a porteira e depois vinha me pedindo
Toque o berrante seu moço que é pra eu ficar ouvindo
Quando a boiada passava e a poeira ia baixando
eu jogava uma moeda e ele saía pulando
Obrigado boiadeiro, que Deus vá lhe acompanhando
pra aquele sertão à fora meu berrante ia tocando
Nos caminhos desta vida muitos espinhos eu encontrei
mas nenhum calou mais fundo do que isso que eu passei
Na minha viagem de volta qualquer coisa eu cismei
Vendo a porteira fechada o menino não avistei
Apeei do meu cavalo e no ranchinho a beira chão
Ví uma mulher chorando, quis saber qual a razão
– Boiadeiro veio tarde, veja a cruz no estradão
Quem matou o meu menino foi um boi sem coração
Lá pras bandas de Ouro Fino levando gado selvagem
quando passo na porteira até vejo a sua imagem
O seu rangido tão triste mais parece uma mensagem
Daquele rosto trigueiro desejando-me boa viagem
A cruzinha no estradão do pensamento não sai
Eu já fiz um juramento que não esqueço jamais
Nem que o meu gado estoure, e eu precise ir atrás
Neste pedaço de chão berrante eu não toco mais
Já a moda de viola, o clássico sertanejo Chico Mineiro (Francisco Ribeiro Barbosa / Joao Salvador Perez), dos nas 1940, imortalizado pela dupla sertaneja Tonico e Tinoco, se refere claramente a Ouro Fino em Goiás.
Cada vez que me alembro
Do amigo Chico Mineiro
Das viage que nois fazia
Era ele meu companheiro
Sinto uma tristeza
Uma vontade de chorar
Alembrando daqueles tempos
Que não mais há de voltar
Apesar de eu ser patrão
Eu tinha no coração
O amigo Chico Mineiro
Caboclo bom decidido
Na viola era dolorido e era o peão dos boiadeiro
Hoje porém com tristeza
Recordando das proeza
Da nossa viage motin
Viajemo mais de dez anos
Vendendo boiada e comprando
Por esse rincão sem fim
Caboclo de nada temia
Mas porém, chegou um dia
Que Chico apartou-se de mim
Fizemos a última viagem
Foi lá pro sertão de Goiás
Fui eu e o Chico Mineiro
Também foi o capataz
Viajamos muitos dias
Pra chegar em Ouro Fino
Aonde nós passemo a noite
Numa festa do Divino
A festa tava tão boa
Mas antes não tivesse ido
O Chico foi baleado
Por um homem desconhecido
Larguei de comprar boiada
Mataram meu companheiro
Acabou-se o som da viola
Acabou-se o Chico Mineiro
Despois daquela tragédia
Fiquei mais aborrecido
Não sabia da nossa amizade
Porque nois dois era unido
Quando vi seu documento
Me cortou meu coração
Vim saber que o Chico Mineiro
Era meu legítimo irmão

OURO FINO EM GOIAS – Livro Povoações abandonadas no Brasil – Nestor Razende

Ouro Fino e o Arraial do Ferreiro, fundados por Bartolomeu Bueno da Silva e seus amigos de bandeira no ano de 1726, no sertão de Goiás, hoje pouco restam a serem visitadas, somente ruínas. Mas estão na lembrança do povo e imortalizados na música do “Chico …

https://books.google.com.au/books?id=S409DwAAQBAJ&pg=PT237&lpg=PT237&dq=Seminario+da+Vila+Boa+de+Goyaz&source=bl&ots=xqF2PniLtA&sig=ktNOOXeHRE35gCDe7op1BLksxlI&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwjK6NOOrJDZAhVDmpQKHW9fAYsQ6AEIJzAA#v=onepage&q=Seminario%20da%20Vila%20Boa%20de%20Goyaz&f=false

Arraial de Ouro Fino foi um dos primeiros povoados do Brasil Central, teve grande importância na história de Goiás, mas restou apenas ruínas.
Foi fundado no ciclo do ouro em 1926, por Bartolomeu Bueno da Silva Filho (O Anhangüera). Nessa época essa região ainda pertencia à Capitania de São Paulo.
Em 31-07-1845, é criado o distrito de Ouro Fino e anexado ao município de Goiás.

Esse povoado tinha mais de 20 casas de residência, uma igreja (Igreja de Nossa Senhora do Pilar de Ouro Fino) e um seminário (Seminário Episcopal de Férias de Santa Cruz).

Ouro Fino ficou famosa pela música: Chico Mineiro, cantada por Tonico e Tinoco.

Cidades vizinhas: Silvânia, Goianésia, Cocalzinho de Goiás

Coordenadas:   15°56’30″S   50°1’59″W

http://wikimapia.org/33934576/pt/Ouro-Fino-Ru%C3%ADnas

GOAIS – GOAIS VELHO – VILA BOA DE GOYAZ fundacao 25 Julho 1732

https://pt.wikipedia.org/wiki/Goi%C3%A1s_(cidade)

Antes da chegada dos europeus ao continente americano, a porção central do Brasil era ocupada por indígenas do tronco linguístico macro-jê, como os acroás, os xacriabás, os xavantes, os caiapós, os javaés etc.[7]

Descobertas as Minas Gerais de um lado e as minas de Cuiabá, de outro, no século XVII, uma ideia renascentista (a de que os filões de metais preciosos se dispunham de forma paralela em relação ao equador) iria alimentar a hipótese de que, entre esses dois pontos, também haveria do mesmo ouro. Assim, foram intensificadas as investidas bandeirantes, principalmente paulistas, em território goiano, que culminariam tanto com a descoberta quanto com a apropriação das minas de ouro dos índios goiases, que seriam extintos dali mais rapidamente que o próprio metal. Ali, onde habitava a nação Goiá, Bartolomeu Bueno da Silva fundaria, em 1727, o Arraial de Sant’Anna.

Pouco mais de uma década depois, em 1736, o local seria elevado à condição de vila administrativa, com o nome de Vila Boa de Goyaz (ortografia arcaica). Nesta época, ainda pertencia à Capitania de São Paulo. Em 1748, foi criada a Capitania de Goiás, mas o primeiro governador, dom Marcos de Noronha, o Conde dos Arcos, só chegaria ali cinco anos depois.

Com ele, instalou-se um “Estado mínimo” e, logo, a vila transforma-se em capital da comarca. Noronha manda construir, então, entre outros prédios, a Casa de Fundição, em 1750, e o Palácio que levaria seu nome (Conde dos Arcos), em 1751. Décadas depois, outro governador – Luís da Cunha Meneses, que ficou no cargo de 1778 a 1783-, cria importantes marcos, fazendo a arborização da vila, o alinhamento de ruas e estabelecendo o primeiro plano de ordenamento urbano, que delineou a estrutura mantida até hoje.

Com o esgotamento do ouro, em fins do século XVIII, Vila Boa teve sua população reduzida e precisou reorientar suas atividades econômicas para a agropecuária, mas ainda assim cultural e socialmente sempre esteve sintonizada com as modas do Rio de Janeiro, então capital do Império. Daí até o início do século XX, as principais manifestações seriam de arte e cultura, com sarais, jograis, artes plásticas, literatura, arte culinária e cerâmica – além de um ritual único no Brasil, a Procissão do Fogaréu, realizada na Semana Santa.

Entretanto, a grande mudança, que já vinha sendo ventilada há muito tempo, foi a transferência da capital estadual para Goiânia, nos anos trinta e quarenta, coordenada pelo então interventor do Estado, Pedro Ludovico Teixeira. De certa forma, foi essa decisão que preservou a singular e exclusiva arquitetura colonial da cidade de Goiás.

Goias Velho, Vila Boa de Goias, atual municipio de Goias

Ruínas do Arraial de Ouro Fino, em Goias Velho, Vila Boa de Goias, atual municipio de Goias

Goias Velho, Vila Boa de Goias, atual municipio de Goias

Goias Velho, Vila Boa de Goias, atual municipio de Goias – Coreto da Praça da Matriz

DESCOBERTAS, PISTAS e MITOS SOBRE O VIGÁRIO JOÃO TEIXEIRA ALVAREZ

Sobre o misterioso Padre João Teixeira Alvares, no começo das trocas de emails desde 2001 entre o querido Primo Duda – Eduardo Antunes de Paiva , Maria Dulce Loyola Teixeira e eu, havia a idéia de que era português e que ele teria chegado junto com a comitiva de D. João VI em 1808. Essa hipótese foi descatada como improvável pelas pesquisas in locco do Duda, porque a comitiva chegou em março de 1808 , mas há registro da posse do Vigário em Santa Luzia em 21/2/1808.

Depois surgiu a possibilidade de ter nascido em Ouro Fino-MG, como transcreveu no Fórum Gen Minas Flávio Júnio, tirado da Grande Enciclopédia Portuguesa Brasileira:

” Padre Joao Teixeira Alvares, sacerdote, n. em Ouro Fino e m. no Rio de Janeiro em 1825. Ordenou-se em 1798, tendo sido vigario de Anta e, depois, de Santa Luzia. Homem de grande ilustracao – dominava o latim, o frances, o espanhol, o italiano, e era profundo conhecedor de todo o movimento literário do seculo XVI – toda a sua ação se desenvolveu no sentido de radicar nos seus paroquianos o amor pelo trabalho e de conseguir que este se libertasse dos processos de rotina que aplicavam a agricultura. A sua figura e ação civilizadora se referiram em termos assaz lisonjeiros Saint Hilaire, Cunha Matos e Pohl. Deixou manuscrita uma notável memoria sobre a justiça de Santa Luzia.”

Sabemos que essa informação é parcialmente incorreta, o Padre João Teixeiera Álvares morreu só em 1828, já que o primo Duda pesquisou in locco quando morava em Brasília, os seguintes fatos:

1827 09/set: O Padre João TA visita a igreja. Santa Luzia – GO
1828 Últimos registros do Padre João TA no livro paroquial: Casamentos(27/jan) e Batismos (22/abr). Santa Luzia – GO
19/nov: Início do processo de arrecadação dos bens do Padre João TA, falecido na corte no Rio de Janeiro. Araxá – MG

Maria Dulce, uma vez, encontrou essa informação, onde se diz Ouro fino no Oeste de Minas Gerais, quando na verdade é no sul do Minas. Haveria uma outra localizade com nome semelhante no Oeste Mineiro?

“Antonio Luiz Teixeira e Alvares, que chegou ao Brasil em 1760 e obteve sesmarias no oeste de Minas Gerais, Ouro Fino.”

Mais sentido faz de que fosse nascido do Estado de Goiás mesmo, provavelmente em Santa Luzia ( Luziânia) ou Vila Boa de Goiás (hoje Goiás), local do Seminário de Santa Cruz, onde estudou o médico João Teixeira Álvares ou proximidades. Abaixo, email enviado por Duda em 2008.

A verdade

No verbete do padre ainda é mencionado que ele foi vigário de Anta.

Leia-se Arraial Santa Rita do Anta, também um dos primeiros arraiais de ouro. Onde fica? Próximo a Villa Boa….

Outra coincidência?

Ainda naqueles idos de 2001, encontrei nos livros paroquiais de Santa Luzia, um registro curioso, datado de 02/06/1808, do batismo de Maria, filha de Salvador de Souza Âmbar (natural de Senhor bom Jesus das Antas) e Brígida Rufina Teixeira, (natural de Villa Boa).

Num outro registro, esta Brígida constava como Teixeira Álvares.

Neste mesmo assento, constava que a tal Brígida era filha de José Teixeira Álvares e Thereza da Silva França (naturais da freguesia de Santa Anna de Villa Boa).

No livro de Saint Hillaire, “Viagem a Província de Goiás” (1819), é mencionado que o Padre João morava com a mãe, suas irmãs, várias sobrinhas e um irmão aleijado.

Por isso sempre fiquei cismado com aquele registro. Brígida poderia ser irmã do Padre.

Enfim, a informação mais importante que posso passar para vocês, encontrei há muito pouco tempo, no Google.

Por conta daquela antiga cisma minha, pesquisando o nome de “Thereza da Silva França”, encontrei uma única referência, um texto em PDF de uma edição da revista Interação, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás, onde consta o artigo “Inocentes expostos – o abandono de crianças na Província de Goiás no século XIX”, da historiadora Diane Valdez.

A referência é:

Os inocentes eram todos depositados “em porta de casa de…”. Nenhum foi encontrado na porta da Igreja, porém uma criança, com o nome de Felicidade, foi deixada na porta da casa da mãe do padre, em Antas, no ano de 1804: “foi exposta sem ser do lar em casa de D. Thereza da Silva França minha mãe” (LIVRO N. 4, Paróquia Santa Rita D’Antas, 1802).

Não é citado o nome do padre. Mas é tudo muito óbvio.

Junte este texto, o registro paroquial e deduz-se que o Padre João Teixeira Álvares é irmão de Brígida e filho de José Teixeira Álvares e Thereza da Silva França, naturais da freguesia de Santa Anna de Villa Boa, atual Goiás (Velho). Ponto.

Ele é brasileiro. Filho de brasileiros.

Onde poderíamos avançar as pesquisas?

Encontrando seu processo Genere et Moribus nos arquivos da Arquidiocese de Mariana, onde imagino, tenha se ordenado em 1798, já que o Seminário de Nossa Senhora da Boa Morte, em Mariana, foi criado em 20/dez/1750 (e era o mais próximo de Goiás Velho). Os outros seminários existentes nesta época no país  ficavam muito mais distantes: no Pará (São Alexandre – 17/abr/1749) e Rio de Janeiro [(São José – 05/set/1739) e (Nossa Senhora da Lapa – 29/jul/1752)]. Os seminários de Nossa Senhora das Graças (Olinda) e São Damaso (Salvador) foram criados após 1798.

Há uma possibilidade dele ter se ordenado no Rio de Janeiro. Mesma cidade onde morreu em 1828 e não 1825, conforme consta da Enciclopédia.

Há quatro meses atrás, estive pela primeira vez na cidade de Goiás. Cidade linda, maravilhosa. Fui turistar apenas.

Mas dei um pulo na Diocese da cidade, e me informaram que lá estão arquivados todos os livros paroquiais do início da cidade -fonte inclusive dos dados da historiadora Ana Maria Nunes, que é sobrinha de um parente em comum nosso, o Geraldo Teixeira Álvares. Na época, troquei muitas mensagens com ela e tive a oportunidade de falar com o Sr. Geraldo, advogado, na época tinha quase 90 anos (desconheço se faleceu) e era filho de uma relação conflituosa entre o Dr. João Teixeira Álvares e Alípia Pereira Prado (história longa essa).

Mensagem da Maria Dulce em 2008 sobre informação coletana no Fórum Genealbr na época

família

Teixeira Alvares, que inicia com:

# João Teixeira Alvares, de Celorico de Basto, Corgo, São Romão, n, 21.06.1655,

– filho de Gonçalo Teixeira de Carvalho (1607/1678) e Maria Braz

Azevedo (1612/1695).

# Casou com Maria Neiva e Lemos, tiveram um filho, que tambem se tornou

Padre, mas não o nosso de Luziania, João Teixeira Alvares, n. 21.01.1680.

Depois tenho:

* Teixeira Alvares da Freguesia de Santo Andre dos Molares – Conselho

Celorico, Bastos – Braga – Portugal,

* Francisco Alvares casado com Margarida Teixeira em 1695, pais do

médico  * Miguel Teixeira Alvares, que era pai de

* Antonio Luiz Teixeira e Alvares, que chegou ao Brasil em 1760 e

obteve sesmarias no oeste de Minas Gerais, Ouro Fino.

Provavelmente pai de nosso Padre. Não sei se o Eduardo teria

concluído esta etapa. Você tem como ver com ele?

Mesmo a crença de que o Vigário de Santa Luzia João Teixeira Álvares, teve esse filho José Benedito “Roriz” (Teixeira Álvares) com  Maria Tereza de Jesus, filha de Thereza Maria de Jesus é obviamente difícil de confirmar. O seu estudo abre a possibilidade da mãe do José Benedito  –  a  Maria Tereza de Jesus ser ela mesma uma Álvares  se houver documento mostrando que a avó Thereza Maria de Jesus descende do Lázaro de Melo Álvares. Possibilidade a ser pesquisada.

No entanto, até agora permance a idéia de  que o Vigário seja mesmo o pai do José Benedito. Eis a transcrição do assento de batismo do José Benedito pesquisado pelo Duda em Santa Luzia.

“Aos 17 dias do mes de abril de 1817, nesta Igreja Matriz de Santa Luzia, Prelazia de Goyas, com licenca minha o Reverendo Simplicio Pereira da Silva batisou e pos os santos oleos do inocente Jose Benedicto, que nasceu em 03/04/1817, filho legitimo de Maria Tereza de Jesus, filha de Thereza Maria de Jesus, foram padrinhos Joao Teixeira Alvares e a mesma Thereza Maria. E para de tudo constar fiz este assento que por verdade assinei. O Paroco collado Joao Teixeira Alvares.

Observações que o levam a crer que o Padre fosse mesmo o pai de Jose Benedicto:

– o padre autoriza um outro padre a celebrar o batismo para ser um dos padrinhos ( Obs: a menos que o padrinho seja um homônimo);
– o padre afirma que o filho é legitimo, e não natural, como usualmente eram descritos os filhos de mãe solteira.
– Coincidencia? Jose Benedicto deu o nome do Padre, de sua mãe e de sua avó a 3 de seus 8 filhos.(Obs: 9 – Augusto, Amélia, Maria Teresa, Theolinda, Joao, Ignacio, Thereza, Josephina e Jose Benedito Filho).

– o “Almanaque de Santa Luzia para o Ano de 1923 – “Efemerides Luzianas” de Gelmires Reis, diz que em 4/4/1894, falece Dona Maria Thereza, mae de Jose Benedicto, casada com Ignacio de Souza.

José Benedicto Teixeira Alvares casou-se com Maria Clara de Araujo Rocha nascida em 22/7/1825. Sobre os pais de Maria Clara, se diz no assento de seu batismo dela: Jose Joaquim de Araujo, pardo e Maria da Rocha, parda.

E o sobrenome Roriz viria de onde?

Cronologia feita pelo primo Duda, Eduardo Antunes Paiva em torno de  2003:

ANO/ EVENTO/LOCAL.
– 1808 21/fev: Padre João TA toma posse do cargo de vigário. Santa Luzia – GO
07/mar: Chegada da comitiva de D. João VI. Rio de Janeiro – RJ
1809 27/out: Padre João TA é nomeado vigário collado. Santa Luzia – GO
1817 03/abr: Nascimento de José Benedicto TA, filho do Padre João TA e Maria Thereza de Jesus. Santa Luzia – GO
1819 jun a ago: viagem pela província de Goiás do naturalista Saint-Hilaire, com referências ao Padre João TA. Santa Luzia – GO
1822 08/abr: Padre João TA presente a votação. Goiás – GO
1825 22/jul: Nascimento de Clara de Araújo Rocha, filha de José Joaquim de Araújo Leite e Maria da Rocha. Santa Luzia – GO
1827 09/set: O Padre João TA visita a igreja. Santa Luzia – GO
1828 Últimos registros do Padre João TA no livro paroquial: Casamentos(27/jan) e Batismos (22/abr). Santa Luzia – GO
19/nov: Início do processo de arrecadação dos bens do Padre João TA, falecido na corte no Rio de Janeiro. Araxá – MG
1847 21/abr: José Benedicto TA presta juramento de vereador. Santa Luzia – GO
1848 Nascimento de Augusto TA, filho de José Benedicto TA e Clara de Araújo Rocha. Santa Luzia – GO
1852 07/jul: José Benedicto TA é eleito vereador suplente de Modesto de Mello Alvares. Santa Luzia – GO
1853 06/abr: José Benedicto TA presta juramento de vereador. Santa Luzia – GO
1855 21/dez: Nascimento de Theolinda TA, filha de José Benedicto TA e Clara de Araújo Rocha. Santa Luzia – GO
1858 10/jul: Nascimento de João TA, filho de José Benedicto TA e Clara de Araújo Rocha. Santa Luzia – GO
1860 07/jul: José Benedicto TA é eleito vereador suplente. Santa Luzia – GO
28/jul: Nascimento de Ignácio TA, filho de José Benedicto TA e Clara de Araújo Rocha. Santa Luzia – GO
1861 07/jan: José Benedicto TA presta juramento de vereador. Santa Luzia – GO
1863 19/mai: Nascimento de Thereza TA, filha de José Benedicto TA e Clara de Araújo Rocha. Santa Luzia – GO
1865 Nascimento de Raphael D’Affonsecca e Silva. Paracatu – MG
1868 Nascimento de Josephina TA, filha de José Benedicto TA e Clara de Araújo Rocha. Goiás – GO
1870 20/nov: Elias Theodoro Rodrigues Carrijo foi padrinho de um batisado. Araxá – MG
1871 Nascimento de Luiza TA, filha de Maria Thereza TA e desconhecido. Santa Luzia – GO
1872 06/jan: João TA entra para o seminário episcopal de Santa Cruz. Goiás – GO
1876 Amélia TA e Veríssimo Costa Pereira foram padrinhos de um batisado. Araxá – MG
04/nov: D. Joaquim Gonçalves de Azevedo viaja, levando seu protegido João TA. Rio de Janeiro – RJ
1877 Amélia TA e seu irmão Augusto TA foram padrinhos de um batisado. Araxá – MG
05/mar: Nascimento de Teophilo TA de Azevedo, filho de Theolinda TA e João José de Azevedo. Goiás – GO
1879 04/mar: Augusto TA e sua esposa Bartholina foram padrinhos de um batisado. Araxá – MG Nascimento de Augusta TA, filha de Augusto TA e Bartholina D’ Affonseca e Silva. Araxá – MG
1880 31/mai: Augusto TA obtem a tutela do menor Pedro Antônio Albino. Araxá – MG
1881 13/mar: João TA viaja para matricular-se na Academia de Medicina. Rio de Janeiro – RJ
1882 17nov: Augusto TA nomeou seu procurador Elias Theodoro R. Carrijo (seu cunhado) em processo de dívida. Araxá – MG
1883 07/set: Falecimento de Bartholina D’ Affonseca e Silva, viúva de Augusto TA. Araxá – MG Nascimento de Amélia Gonçalves Teixeira, filha de Thereza TA e José Gonçalves Ferreira. Araxá – MG
1884 21/abr: Casamento em segundas núpcias de Augusto TA e Maria Severiana Rocha da Silva. Araxá – MG
19/set: Nascimento de Augusta Gonçalves Teixeira, filha de Thereza TA e José Gonçalves Ferreira. Araxá – MG
1885 21/dez: João TA recebe a investidura de doutor em medicina. Rio de Janeiro – RJ João TA da formatura até 1888 permanece clinicando em Goiás. Goiás – GO
1886 05/ago:Augusto TA e Raphael D’Affonseca e Silva emitem recibo dando quitação em dívidas para inventário. Araxá – MG
08/out: João TA e seu pai José Benedicto TA foram padrinhos de batisado da sobrinha e neta Judith. Araxá – MG
1887 24/nov: José Benedicto TA é condenado a 6 meses e 15 dias de prisão, por motivo ignorado. Araxá – MG
1888 04/mai: João TA resolve trabalhar em Araxá, onde já residia seu irmão Augusto TA. Araxá – MG 06/ago: Nascimento de Dulce TA, filha de João TA e Josephina Ludovico de Almeida. Goiás – GO
1889 02/set: Concedido a Ignácio TA a tutela do menor Josino. Araxá – MG
1890 mar: João TA viaja para o RJ e Ouro Preto, para reintegrar seu irmão Augusto ao cargo de coletor de rendas. Rio de Janeiro – RJ
ago: Registrado na Junta Comerc. contrato entre João TA e Eduardo Prevost para custeio de casa saúde em Araxá. Rio de Janeiro – RJ
16/ago: Casamento de Luiza TA e Theodoro Blumenthal. Araxá – MG
02/dez: Nascimento de Augusto TA, filho de Augusto TA e Maria Severiana Rocha da Silva. Araxá – MG
1891 João TA visita a Europa. Europa.
30/abr: Nascimento de Joel D’Affonseca e Silva, filho de Josephina TA e Raphael de Affonseca e Silva. Araxá – MG
23/out: Nascimento de Pedro Ludovico, filho de João TA e Josephina Ludovico de Almeida. Goiás – GO
1892 Elias Theodoro R. Carrijo foi vereador da Câmara Municipal no triênio 1892/1895. Araxá – MG
23/abr: João TA é proclamado membro da Societé Obstetricale de France. Paris – França
30/nov: João TA encontrava-se em Uberaba, de passagem para São Paulo, onde passou a clinicar por 3 anos. São Paulo – SP Nascimento de Augusta D’ Affonseca e Silva, filha de Josephina TA e Raphael de Affonseca e Silva. Paracatu – MG
1894 23/jan: Nascimento de Maria Teixeira D’ Affonseca e Silva, filha de Josephina TA e Raphael de Affonseca e Silva. Araguari – MG
04/abr: Falecimento de Maria Thereza de Jesus, viúva de Ignácio de Souza (mãe de José Benedicto TA) Ignorado João TA visitando a família em Araxá no período de abril a maio. Araxá – MG
1896 09/mar: Processo de emancipação de Teophilo TA Azevedo, filho de Theolinda TA, viúva. Araxá – MG
25/mai: Falecimento de Clara de Araújo Rocha, viúva de José Benedicto TA. Araguari – MG
1898 24/set: Falecimento de Raphael D’ Affonseca e Silva, deixando viúva sua esposa Josephina TA. Uberaba – MG
1899 26/jan: João TA participa que fixara residencia provisoriamente na casa de Elias Carrijo, casado com Amelia TA. Uberaba – MG Falecimento de Augusto TA. Araxá – MG
1903 13/mai: João TA perde sua paciente Maria da Costa, durante operação, sendo acusado de sua morte. Uberaba – MG
20/ago: Concedido a João TA e Joaquim Pereira Goulart o privilégio de explorar as águas de Araxá. Araxá – MG
1904 28/abr: João TA apresenta defesa na Academia Nacional de Medicina referente processo da morte de sua paciente. Rio de Janeiro – RJ
1905 01/jan: João TA funda a Casa de Saúde Nossa Senhora de Lourdes. Uberaba – MG
04/mai: João TA é convidado pela ANM para ser membro desta instituição. Rio de Janeiro – RJ1908 09/ago: João TA entrega protesto junto ao Cartorio de 1º Ofício referente concessão das águas. Araxá – MG
1912 Na conclusão do inventário de Augusto TA, sua viúva Maria Severiana diz morar com os filhos em Uberaba. Uberaba – MG
1914 jul: João TArepresenta o bispo de Uberaba, Dom Eduardo Duarte Silva no Congresso Eucarístico em Lourdes. Lourdes – Portugal
1919 04/jun: João TA agride sua amásia Alípia, mãe de 4 de seus filhos. Uberaba – MG
1921 24/jun: Falecimento de José Gonçalves Ferreira, ficando viúva sua esposa Thereza TA. Araxá – MG
1923 17/jan: Falecimento de Josephina TA. Uberaba – MG
1927 10/jul: João TA funda a Sociedade de Medicina e Cirurgia de Uberaba, a qual presidiu até sua morte. Uberaba – MG
1934 25/out: Falecimento de Amélia TA, viúva de Elias Theodoro Rodrigues Carrijo. Uberaba – MG
1940 24/ago: Falecimento de João TA. Uberaba – MG
1943 15/jun: Falecimento de Thereza TA. Araxá – MG

Possíveis caminhos de pesquisa sugeridos pelo querido primo pesquisador José Aluísio Botelho

Olha, pesquisar em Minas Gerais já é muito difícil, por falta de documentos. Em Goiás, é um milhão de vezes pior. Luziânia então…

Os Teixeira Álvares de Goiás, me parece ser todos de um só tronco.

Em Minas Gerais o sobrenome é recorrente. Teve um João Teixeira Álvares que viveu em Santa Bárbara, que doou descendentes para a nobreza brasileira.

Os de Luziânia, acredito eu, vieram da região de São Bento do Tamanduá (atual Itapecerica), Formiga, Piumhi.

Certidão de Nascimento de Ascelino Teixeira Mendes (meu avô)

(Contendo o nome dos avó Josephina Teixeira Alvares)

Certidão de Óbito de Josephina Teixeira Alvares

( Mãe de Maria Teixeira, minha bisavó Mariquinha)

Assento de óbito do reverendo João Teixeira Alves ou Álvares –

Vigário João Teixeira Alvares de Santa Luzia

(presenteado pelo primo historiador José Aluísio Botelho)

Assento de óbito do reverendo João Teixeira Alves ou Álvares – Vigário João Teixeira Alvares

Faleceu no dia 18 de setembro de 1828, na Matriz de São João do Rio de Janeiro e foi sepultado na Igreja São Pedro, no Rio de Janeiro. No assento de óbito assinado por Conego José Joaquim da Cunha, se diz Reverendo Joao Teixeira Alves, Vigario da Freguesia de Santa Luzia.

Escritos de sobre o Vigário João Teixeira Alvares

Escritos de Saint Hilaire sobre o Vigário de Santa Luzia João Teixeira Alvares. (Atual Luziânia em Goiás).

PERSONALIDADES E CURIOSIDADES

DAS FAMÍLIAS TEIXEIRA ALVARES & AFFONSECA E SILVA

Parentes de Mariquinha, Maria Teixeira (Affonseca e Silva)

(Esposa de Getúlio Mendes e mãe de Geraldo Teixeira Mendes e meu avô Ascelino Teixeira Mendes)

Os Teixeira Alvares e os Affonseca e Silva são duas famílias influentes e curiosas de Goiás e Minas Gerais, respectivamente, com expoentes na Igreja Católica, Política, Exército e Exploração de minérios. Eis aqui alguns desses parentes notáveis dessas famílias, dentro do cenário nacional brasileiro do tempo em que viveram e alguns deles até hoje (2019).

Pedro Ludovico Teixeira (Alvares), nascido em 23/10/ 1891 em Goiás e falecido em 13;08;1979 em Goiânia. Foi Médico, Governador (Interventor) de Goiás, Senador,  fundador de Goiânia. Membro da maçonaria Goiana. ( Primo de primeiro grau da Mariquinha, ambos bisnetos do Vigário João Teixeira Alvares). Livro sobre Pedro Ludovico Teixeira e Museu Pedro Ludovico Teixeira em Goiânia.

Pedro Ludovico Teixeira

Pedro Ludovico Teixeira com sua esposa

Pedro Ludovico Teixeira em 1952

Pedro Ludovico Teixeira a esquerda de Pelé

Pedro Ludovico Teixeira na Maçonaria

Senador Pedro Ludovico Teixeira a direita em 1957 com vice presidente Joao Goulart e governador Juca

Pedro Ludovico Teixeira no Carnaval

Pedro Ludovico Teixeira mais idoso a direita, mais idoso.

Casa de Pedro Ludovico Teixeira

Casa de Pedro Ludivico Teixeira, hoje sendo o museu dedicado a ele

Estátua de Pedro Ludovico Teixeira

Estátua de Pedro Ludovico Teixeira

Mauro Borges Teixeira,  filho de Pedro Ludovico Teixeira, acima, foi militar, deputado federal e Governador do Estado de Goiás. Nasceu em 15/2/1920 e, Rio Verde e faleceu em 29/3/2013 em Goiânia.

Mauro Ludovico Borges Teixeira, assim como seu pai Pedro Ludovico Teixeira, foi Governador de Goiás

Mauro Borges filho de Pedro Ludovico

José Porfirio da Paz, nascido em 24/1/1903 em Araxá, Minas Gerais e falecido em 27/9/1983 em São Paulo. Foi prefeito e vice governador de São Paulo – vice do Jânio Quadros, além de ter sido o primeiro técnico, fundador do São Paulo Futebol Clube e o letrista do hino do São Paulo “ Salve o tricolor paulista”. Ele era filho de Osorio Porfirio Alvares Machado e Theodora de Affonseca e Silva ( Família da Mariquinha novamente). Neto do Capitão Joao Maximiliano d’Affonseca e Silva. O bisavô dele, Capitão Francisco d’Affonseca e Silva (Capitao Menhô), é o nosso ancestral em comum.

Jos[e Porfírio da Paz Porphyrio da Paz

Com Jânio Quadros, governador, e Porfírio da Paz, vice-governador de São Paulo 1966 Livro do Sindicato ao Catete

Porfirio da Paz no centro Salve o Tricolor Paulista no final de 1950

Tem também dois descendentes interessantes do Capitao João Maximiliano d’Affonseca e Silva (filho do noss ancestral em comum Capitão Menhô):

  • Sebastião D’Affonseca e Silva*1877 (filho do Capitão João Maximiliano de Afonseca e Silva). Sebastião foi um empreendedor, historiador e o criador do mito “ Dona Beja”, inspirado em uma moça bonita lá de Araxá, para atrair negócios, fazendo a cidade virar turística. A TV Globo fez uma novela ou mini-série chamada Dona Beja, a respeito da semi-ficção criada por ele. No seu website A Raposa do Serrado, Genealogia Paracatuense, nosso querido primo pesquisador José Aluísio Botelho, explica e analisa a criação do mito, e até onde a ficção se mistura com a realidade, nesses artigos Dona Beja e as duas mortes de Manoel Fernandes de Sampaio e Dona Beja e o testamento do padre.

Foto: Fundação Cultural Camon Barreto, de Araxá-MG – 1910-1920 (FCCB 00526-AF.P036)

Por Iácones Batista Vargas

(Biografia extraída do Discurso de Posse na Cadeira nº 96 do IHGMG, proferido por Iácones Batista Vargas em 16 de julho de 2016)

Homem da família.

Sebastião de Affonseca e Silva, filho do Capitão João Maximiano de Affonseca e Silva e de sua parenta Dona Francisca de Paula Eremita, nasceu em São Domingos do Araxá, no dia 12 de setembro de 1877, quando aquela cidade ainda era uma menina de apenas 11 anos.

O pai de Sebastião era filho de Francisco de Affonseca e Silva, que desposou a sobrinha Balbina Barbosa de Affonseca e Silva[1]. Sobre a mãe do patrono, há relatos de que fosse tia do próprio esposo, irmã da mãe dele; nascera da descendente de índios araxás Laureana Cirila Barbosa, que teria se casado com Antônio de Affonseca e Silva, irmão do avô paterno de Sebastião, filhos que eram de João de Affonseca e Silva e Maria da Costa Braga, oriundos de Paracatu.

Sebastião de Affonseca e Silva é o segundo dos quatro filhos do Capitão João Maximiano e de Dona Francisca de Paula Eremita, sendo irmão de Theodora (Doreca), Rita e Maria Benedita. É tio do General-de-Brigada José Porfírio da Paz, que foi Prefeito da Capital de São Paulo, Vice-Governador e Deputado daquele Estado, além de autor do hino “Salve o Tricolor Paulista”, composto há 80 anos e dedicado ao São Paulo Futebol Clube, do qual foi fundador e primeiro técnico[2].

Sebastião de Affonseca e Silva estudou em Uberaba, no Colégio Uberabense[3]. Concluído o curso, retornou à terra natal. Ali, há 120 anos, no dia do aniversário da cidade, casou-se com Dona Prosolina Porfírio de Affonseca, filha do subdelegado Evaristo Afonso da Silva e de Maria Porfírio da Rocha e Silva. Dessa feliz união, nasceram treze filhos: Sebastião Júnior; Dom José Gaspar de Affonseca e Silva; Sr. Celidônio (pai de Dona Ilka de Affonseca Nessralla e Carlos César); o médico Dr. César de Affonseca e Silva; Saul de Affonseca e Silva; a freira “Irmã Maria de Afonseca e Silva, da Congregação das filhas de Maria Auxiliadora, farmacêutica, a serviço da Santa Casa de Guaratinguetá[4]; a professora Agar; Clélio de Affonseca; Philotéa (a primeira); a dominicana Irmã Francisca de Sales, que no século se chamou Philotéa (em homenagem à outra irmã falecida); Jésus, solteiro, farmacêutico, que herdou a profissão do pai; Sebastião de Afonseca Filho, que assumiu o nome do pai e do irmão primogênito (falecido criança), e a caçula Terezinha.

Homem da fé.

Sebastião de Affonseca e Silva nasceu num lar de fé. E dupla fé! A fé pública, firme, boa e valiosa, autêntica, segura e eficaz, proveniente da pena de seu pai, serventuário da Justiça, que, durante 53 anos, prestou relevantes serviços como escrivão e tabelião do cartório do 1º Ofício do Judicial e Notas e oficial do Registro Geral de Hipotecas[5]. E a fé cristã católica, própria da religiosidade do povo mineiro, professada por toda a família, que rendeu a Araxá, a Minas Gerais e ao Brasil nada menos que sete sacerdotes, “todos primos entre si[6].

Em piedoso ambiente cristão, Sebastião de Affonseca e Silva viveu e criou sua família. Esse espírito de fé foi determinante para a vocação dos três filhos consagrados ao serviço de Deus.

Seu filho Dom José Gaspar, figura proeminente do episcopado brasileiro, foi o 14º bispo e 2º Arcebispo Metropolitano de São Paulo, tendo assumido o trono episcopal com apenas 38 anos e falecido 5 anos depois, em 1943, num desastre de avião, no Rio de Janeiro. O coração filial do nobre Arcebispo revela, com precisão, a figura do venerando patrono da Cadeira nº 96 desta Casa:

Muitos exemplos edificantes temos lido nos livros, antigos e recentes! Nenhum, porém, que nos comovesse tanto como o amor ao trabalho e ao espírito de fé que contemplamos no coração do nosso pai estremecido, o qual […], zelando durante 25 anos pela lâmpada do Santíssimo Sacramento, nunca a deixou apagar-se por culpa sua, levantando-se para reacendê-la nas noites de ventania, sempre que receava ter-se o vento insinuado pelas fendas dos vitrais e extinguido a chama sagrada do santuário.

Seus atos, suas virtudes, sua piedade, seu espírito de fé e resignação, sua modéstia e silencio valem para nós mais do que todas as fortunas reunidas.[7]

Homem da caridade.

Sebastião de Affonseca e Silva, inspirado no Apóstolo Tiago, pôde expressar: “eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras[8].

Além de piedoso cristão católico, exercia a caridade por meio das obras sociais, com especial atuação na Sociedade de São Vicente de Paulo. Em 1901, foi confrade fundador e primeiro tesoureiro da Conferência São Domingos de Gusmão, de Araxá. Teve o privilégio de celebrar bodas de ouro da fundação daquela conferência e a “efeméride de como sócio fundador ocupar o cargo de tesoureiro por 50 anos (1901-1951)”. Seguidor de Antônio Frederico Ozanan, foi fundador e provedor da Vila Vicentina, localizada no Bairro Santa Teresinha, em Araxá.

Fiscal da Provedoria da Irmandade de São Francisco e São Sebastião, Affonseca e Silva, juntamente com seus coirmãos, conseguiu, em 1947, “a criação da primeira Capelania para a Irmandade e para a Igreja histórica[9]. Membro da Irmandade de Nossa Senhora da Abadia, mantenedora da Santa Casa de Misericórdia de Araxá, o Major Sebastião foi seu vice-provedor por longos anos, tendo sido reeleito sucessivamente entre 1908 e 1921. Na década de 1940, continuava integrando o corpo administrativo, como secretário da provedoria, daquele estabelecimento de saúde[10].

Por iniciativa sua, em 1912, formou-se a primeira floresta de eucaliptos de Araxá, no terreno aos fundos da Vila Vicentina[11]. Contribuiu para a construção do novo prédio que abrigou a Santa Casa de Araxá, inaugurado por ocasião do Centenário da Independência do Brasil, tendo figurado entre os paraninfos da solenidade.

Homem do trabalho e da comunidade.

Sebastião de Affonseca e Silva foi nomeado Coletor Municipal de Araxá em 1901, permanecendo na função até 1912[12].

Em 1914, juntamente com outros companheiros, fundou a inusitada Sociedade de Auxílios Mútuos “A Protectora Dotal Mineira”, que tinha “por fim operar em peculios por auxilios mutuos, constituindo dotes por casamentos e anniversarios[13], distribuídos entre os associados. O funcionamento dessa sociedade foi autorizado, em todo o território nacional, pelo então Presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca, por meio do Decreto Federal nº 11.176, de 30 de setembro de 1914.

Também naquele ano, Sebastião de Affonseca e Silva figurou como paraninfo das solenidades cívicas, religiosas e sociais de inauguração dos serviços “Força e Luz” de Araxá, encerradas com baile comemorativo no Grupo Escolar[14]. Ainda no início do Século XX, atuou como coletor federal, muitas vezes cumulando a função de coletor da Câmara, bem como prestava, com exclusividade, o serviço de “telephone” em Araxá, mediante associação particular por ele mesmo agenciada.

Homem de visão, vivia à frente de seu tempo. Em 1928, já figurava entre as “pessoas e firmas distinguidas pela Municipalidade de Planaltina, Estado de Goyaz e que, coherentes com a mudança da capital da Republica, acceitaram a doação de suas terras no Planalto Central de Goyaz[15].

Homem da saúde.

Em 1911, “obteve licença da Diretoria de Saúde Pública de Minas Gerais para desempenhar a profissão de farmacêutico”: “PHarmaceutico com ‘ph’ maiúsculos”, como dizia o saudoso luzense Mauro Corgozinho Raposo. Sua “Pharmacia São Sebastião” funcionou em Araxá, na Praça Coronel Adolpho e “na Av. Antônio Carlos, n.º 32[16]. Por 51 anos, exerceu o sacerdócio farmacêutico, auxiliado pelos funcionários Guilmar França e Orlando da Cunha e Oliveira. Mantinha em seu estabelecimento “completo e variado sortimento de preparados e drogas chimicas nacionaes e extrangeiras.” Sempre aviava as receitas “com promptidão e asseio a qualquer hora do dia ou da noite” e aceitava “a incumbencia de mandar vir das grandes praças commerciaes, qualquer preparado ou droga chimica[17], conforme se vê de anúncio publicitário resgatado na revista O Trem da História, da Fundação Cultural Calmon Barreto (FCCB), de Araxá-MG.

Suas fórmulas eram criteriosamente manipuladas, sendo as mais conhecidas a “poção contra gripe, denominada Araxaína; poção espasmódica; julepo […] gomoso usado contra diarreia e indicado para crianças”, bem como “cápsulas feitas com óleo de erva-de-santa-maria e indicadas como vermífugo”, além do “anestésico contra picadas[18].

Homem metódico e organizado.

De estatura baixa e forte, nunca se separava de seus óculos escuros e jamais dispensava o terno de linho. Sempre foi muito organizado e fiel aos seus horários e compromissos. Mesmo idoso, todas as tardes fazia sua caminhada pelas ruas de Araxá. Cumpria tão rigorosamente a rotina, que muitas vezes as pessoas acertavam o relógio pela sua presença em determinado lugar. O sapateiro Nado, ao vê-lo, aferia os ponteiros e exclamava “4 e 12!” todos os dias, no exato momento em que Sebastião passava à porta de seu estabelecimento, conforme relato do neto Carlos César de Afonseca.

Homem da cultura.

Araxá deve “a ele o trabalho pioneiro de reunir parte significativa da documentação histórica disponível sobre” o Município[19]. Pelo seu íntimo contato com as fontes primárias e os arquivos oficiais das repartições públicas por onde atuou, reuniu, ao longo de quase 70 anos, inúmeros documentos que resultaram nos arquivos do Museu Dona Beja e em coleção mantida na Fundação Cultural Calmon Barreto.

Em 1925, com o amigo Hildebrando de Araújo Pontes, Sebastião fundou a Sociedade de Geografia e História do Brasil Central, com sede em Araxá, da qual se elegeu diretor sob a presidência daquele,[20] que é patrono da Cadeira nº 100 deste Instituto, hoje ocupada pelo Dr. Paulo Ramiz Lasmar.

Reconhecendo sua “capacidade comprovada […] para versar o assunto[21] ligado ao passado, Dom Alexandre Gonçalves Amaral, proclamou que Sebastião “é uma vigorosa afirmativa de vocação para pacientes pesquisas históricas.”[22]

Integrava o Instituto de Genealogia de Minas Gerais. Em 1957, aparece na “Relação dos Sócios Correspondentes[23] do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, ao lado do seu conterrâneo Mário de Castro Magalhães. Nessa época, os então 80 sócios efetivos iniciaram o processo de escolha dos patronos de suas cadeiras. Até então, não existiam as Cadeiras nº 81 a nº 100.

Publicações.

Na Revista do Instituto, encontra-se uma única publicação de sua autoria, datada de 1959, “Reminiscências Históricas: A Fundação da Povoação do Desemboque”[24]. Entretanto, sua obra é vasta e grandiosa, iniciando-se no alvorecer do Século XX, quando já divulgava na imprensa local o resultado de suas pesquisas.

O primeiro livro dele encontrado vem a ser “Subsídios para a História do Araxá e Duas Palavras sobre o Triângulo Mineiro: Publicação até 1890”. Editado em 1915, numa parceria, trata-se de coletânea de artigos publicados no jornal Correio de Araxá, os quais foram redigidos por Clodion Cardoso, com base nas pesquisas de Sebastião de Affonseca e Silva, “cuja tarefa árdua e meritória, consistia em escavar factos e documentos, onde os encontrasse, como elementos basicos em torno dos quais o collaborador litterario interferisse o seu espírito e o seu critério de historiador[25]. Conforme consta do posfácio, as publicações foram interrompidas, já que, compromissado com a verdade histórica, Sebastião não aceitou o modo como o colaborador passara a interpretar os fatos mais contemporâneos da história de Araxá.

Em 13 de julho de 1943, concluiu a sua “Monografia Histórica e Geográfica de Araxá”, com 372 páginas datilografadas e encadernadas em 2 volumes, entregues ao então Prefeito, Álvaro Cardoso de Menezes. O precioso trabalho contempla “a história e as efemérides de Araxá, decorridas desde o ano de 1671, […] sobre o ‘território’, a ‘nação”, os ‘sertões’, o ‘município’ e a ‘cidade de Araxá’, com suas miraculosas águas, descritas em Capítulo Especial[26]. Sobre a “nação” dos índios araxás, refere-se “a essa tribo com ternura, porque ele mesmo se jacta de descender da velha raça através de sua bisavó […], autêntica araxana.”[27]

Três anos depois, em 1946, essa monografia veio a ser publicada pelo Governo do Estado, sob o título de “História do Araxá”, após adaptação feita por Ayres da Matta Machado Filho, patrono da Cadeira nº 35 deste Instituto, que a resumiu e adaptou-lhe “o tom geral à índole do trabalho[28].

Em outubro de 1947, trouxe à lume “A Paróquia de São Domingos de Araxá: Desde os primórdios da sua fundação em 1780 até os dias de hoje – Arte religiosa”, obra escrita a pedido da Provedoria da Irmandade de São Sebastião e São Francisco, da qual era fiscal. Além de resgatar a história religiosa, o trabalho divulga a artística “obra do genial escultor Bento Antônio da Boa Morte[29], considerado “o Antônio Francisco Lisboa de Araxá”, responsável por talhar em cedro doze imagens veneradas na patriarcal igreja de São Sebastião, construída em 1804 por José Pereira Bom Jardim.

Também deixou a “Sucinta Monografia da História de Araxá”[30]: obra inédita, datilografada pelo bisneto Eduardo Elias, que carinhosamente guarda uma cópia desse trabalho, juntamente com a bengala do “Vô Bastião” (a mesma bengala com que o bisavô cutucava o bisneto, convidando-o para assumir a máquina de escrever e auxiliar o venerando historiador em seu trabalho).

Ainda há notícia de outra obra de imensurável valor: “Ana Jacinta de São José (Dona Bêja in-natura) Sua vida em ordem cronológica do berço ao túmulo – 1800-1874 – Coletânea de narrativas ouvidas de pessôas septuagenárias, octogenárias, nonagenárias e quási centenárias.” Desse trabalho inédito, datilografado em 1950, apenas a folha de rosto encontra-se disponível em plataforma eletrônica do Arquivo Público Mineiro, graças à cópia obtida por Hélio Gravatá em 1985. Apesar da informação manuscrita de que o “original inédito acha-se no museu de Araxá[31], não foi localizado, a despeito de insistentes buscas nesse sentido.

A importância dessa obra justifica-se pelo fato de sempre ser citada, ou, antes dela, o seu autor, por todos aqueles que escreveram sobre “a Vênus do Sertão”, a exemplo de Thomas Leonardos, Waldir Luiz Costa, J.G. Almeida e Hildebrando Pontes.

Criador do mito Dona Bêja.

João Dornas Filho reconhece Sebastião de Affonseca e Silva “como ‘mentor’ legítimo e a principal fonte sobre Dona Beja[32]. De fato, o Major Sebastião pode ser considerado o criador do mito sobre a figura de Ana Jacinta de São José, a famosa Dona Bêja, que projetou Araxá para Minas, o Brasil e o mundo.

Seu entusiasmo com a figura de Dona Bêja era tamanho que, em 1957, “foi o principal idealizador e organizador da primeira Festa Cultural-Social, realizada em Araxá[33] por ocasião do lançamento do livro de Thomas Leonardos, “Dona Beija, a Feiticeira do Araxá”, o qual, baseado no trabalho original de Affonseca, foi transformado em grande sucesso da televisão brasileira, na década de 1980, pela então Rede Manchete.

Tal qual Dona Bêja – sem o “i”, como preferia –, Sebastião de Affonseca e Silva muitas vezes percorreu o “imbiara” (o caminho das águas) do Barreiro, indo fazer uso das miraculosas fontes no entorno do Grande Hotel. As belas pinturas dos “painéis artísticos das Termas […] trabalhados com forte temática histórica[34], certamente, receberam orientação de Sebastião, dada a riqueza de detalhes e registros históricos que contêm.

Patriarca do Araxá.

Abnegado, Sebastião muito colaborou com tantos quantos desejaram escrever sobre o Araxá, fornecendo-lhes dados encontrados em suas pesquisas ou recebidos pela tradição oral. Sempre recebia o reconhecimento dos amigos escritores. Na dedicatória lançada em um exemplar da sua “Notícia Estatístico-Corográfica e Histórica do Município de Araxá”, Hildebrando Pontes assim escreveu:

Ao Sebastião de Affonseca e Silva, araxaense distincto dentre os que mais o são, amigo dedicado e fiel, caracter amoldado em o mais puro crisol e espírito de eleição, offereço este exemplar do meu modesto trabalho que, se algum merecimento tem, muito deve á collaboração que o excellente amigo lhe prestou.

Com efeito, toda razão assiste a Waldir Luiz Costa, quando, nas páginas de seu livro “Da Maloca ao Palácio”, aduz que “não se poderá, hoje como nunca, escrever uma frase sequer sobre a história de nossa terra [Araxá] e de nossa gente, sem ouvir-lhe a palavra abalizada, que se inspira numa vida de pesquisa honesta e de trabalho meritório[35].

O Major Sebastião de Affonseca e Silva foi o grande historiador que teve “obstinação em recuperar o passado histórico[36], que constitui o mais famoso e o mais delicioso doce na mesa da cultura do seu querido Araxá.

O prestígio e a respeitabilidade de que gozava fizeram-no conhecido como “um patriarca da cidade”, muitas vezes recebendo o tratamento de Major, talvez não por eventual patente militar, mas principalmente pelo grande amor devotado ao povo e à sua terra. Essas características repercutiam longe. Em 1934, foi convidado pelo então Ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema, “para ser o “informante oficial do município[37], na estratégia de relacionamento com os intelectuais, “livre para a produção de uma cultura oficial que abrigava correntes ideológicas das mais diversas[38].

Era, portanto, o porta-voz oficial da sociedade araxaense.

Na eternidade.

Piedoso, caridoso, trabalhador, persistente, culto, honrado e admirado: assim viveu Sebastião de Affonseca e Silva, que faleceu, aos 90 anos de idade, em 9 de agosto de 1968, no seu Araxá. Seu nome está imortalizado, na terra natal, no Bairro Santa Terezinha, em cerca de 900 metros de avenida retilínea e arborizada, com duas pistas e canteiro central, entre a Avenida Getúlio Vargas e a Rua Dr. Edmar Cunha.

Araxá: terra de onde primeiro se avista o sol. Exprime também “vigilância, inspeção a ação de ver. Gente vigilante”. Sebastião de Affonseca e Silva honrou esse nome, porquanto permaneceu sempre vigilante, observador e atento aos fatos históricos e documentos que registram o passado do território e da gente araxaense e araxana. Hoje, do Araxá celestial, continua velando pela querida terra, cantada nos versos do seu concidadão honorário Dr. Renato César Jardim, Juiz de Direito, membro da Academia Araxaense de Letras e da Academia de Letras do Brasil, Seção Minas Gerais:

Alvissareira terra, generosa alma materna,

carregas o brilho do filho que a sublima.

A cada manhã darás à luz quem ilumina

e do sol serás parturiente eterna.[39]


[1] Sobre a Origem das Famílias Affonseca e Silva. O Trem da História: Boletim informativo do Setor de Pesquisas e Publicações da Fundação Cultural Calmon Barreto, Ano IX, nº 29, Dez/1999, pp. 5-6.

[2] MENDES, Juliana. Família Affonseca e Silva e Família Costa Braga. Disponível em: http://www.genealogy.com/forum/regional/countries/topics/brazil/1644/. Acesso em: 10 jul 2016.

[3] PINTO, Herbert Sardinha. Discurso de Posse. Revista do IHGMG, nº XX. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1986, p. 294.

[4] SÃO PAULO, Arquidiocese Metropolitana de. In Memoriam de Dom José Gaspar de Afonseca e Silva: 1901-1943. 2. ed. aum. São Paulo: Ave Maria, 1944, p. 8.

[5] SILVA, Sebastião de Affonseca e. Monografia Histórica e Geográfica de Araxá. Inédito. Original datilografado mantido na FCCB de Araxá, p. 153.

[6] SILVA, Sebastião de Affonseca e. A Paróquia de São Domingos de Araxá: Desde os primórdios da sua fundação em 1780 até os dias de hoje. – Arte religiosa. Araxá, Março de 1941. São Paulo: Escolas Profissionais Salesianas, 1947, p. 67.

[7] SILVA, Dom José Gaspar de Afonseca. Pastoral de Saudação aos seus Diocesanos. São Paulo: A Gazeta, 1939, pp. 14-15.

[8] SÃO TIAGO. Carta de São Tiago. Capítulo 2, versículo 18. Disponível em: https://www.bibliaonline.com.br/acf/tg/2. Acesso em: 10 jul 2016.

[9] SILVA, Sebastião de Affonseca e. A Paróquia de São Domingos de Araxá: Desde os primórdios da sua fundação em 1780 até os dias de hoje. – Arte religiosa. Araxá, Março de 1941. São Paulo: Escolas Profissionais Salesianas, 1947, p. 67.

[10] Santa Casa de Misericórdia de Araxá. O Trem da História: Boletim informativo do Setor de Patrimônio Histórico da Fundação Cultural Calmon Barreto, Ano II, nº 12, Jan/Fev/mar/1994, pp. 4-7.

[11] Santa Casa de Misericórdia de Araxá. O Trem da História: Boletim informativo do Setor de Patrimônio Histórico da Fundação Cultural Calmon Barreto, Ano II, nº 11, Out/Nov/Dez/1993, pp. 8-9.

[12] MUNICÍPIO DE ARAXÁ-MG. Câmara Municipal de Araxá: 180 anos de história e memória 1831-2001. Araxá: Câmara Municipal, 2011, p. 48

[13] BRASIL. Decreto Federal nº 11.176, de 30 de setembro de 1914. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1910-1919/decreto-11176-30-setembro-1914-575627-publicacaooriginal-98886-pe.html. Acesso em: 11 jun 2016.

[14] MUNICÍPIO DE ARAXÁ-MG. Câmara Municipal de Araxá: 180 anos de história e memória 1831-2001. Araxá: Câmara Municipal, 2011, p. 59-60.

[15] Relação das Pessoas que aceitaram terras no Planalto de Goyaz. Correio da Manhã, 8 jun 1928, pp. 10-11. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=089842_03&pesq=Sebasti%C3%A3o%20de%20Affonseca%20e%20Silva. Acesso em: 11 jun 2016.

[16] Farmacêuticos da 1ª Metade do Séc. XX. O Trem da História: Revista do Setor de Arquivos, Pesquisas e Publicações da Fundação Cultural Calmon Barreto. Ano 18, nº 46, nov/2008, p. 8.

[17] Idem.

[18] Idem.

[19] BARRETO, Fundação Cultural Calmon. Lugar de Memória. Araxá: FCCB, 2001, p. 139.

[20] PONTES, Hildebrando de Araújo. História de Uberaba e a Civilização no Brasil Central. Uberaba: Academia de Letras do Triângulo Mineiro, 1970, p. VI.

[21] AMARAL, Dom Alexandre Gonçalves. Prefácio. In. SILVA, Sebastião de Affonseca e. A Paróquia de São Domingos de Araxá: Desde os primórdios da sua fundação em 1780 até os dias de hoje. – Arte religiosa. Araxá, Março de 1941. São Paulo: Escolas Profissionais Salesianas, 1947, p. 7.

[22] Idem.

[23] Relação dos Sócios Correspondentes. Revista do IHGMG. Volume IV. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1957, p. 311.

[24] SILVA, Sebastião de Affonseca e. Reminiscências Históricas: A Fundação da Povoação do Desemboque. Revista do IHGMG. Volume VI. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1959, pp. 295-298.

[25] História do Araxá. In. SILVA, Sebastião de Affonseca e; CARDOSO, Clodion. Subsídios para a História do Araxá e Duas Palavras sobre o Triângulo Mineiro: Publicação até 1890. Araxá: Correio de Araxá, 1915, p. s/nº.

[26] SILVA, Sebastião de Affonseca e. Monografia Histórica e Geográfica de Araxá. Inédito. Original datilografado mantido na Fundação Cultural Calmon Barreto, de Araxá, pp. 4-5.

[27] LEONARDOS, Thomas. Dona Beija: A Feiticeira do Araxá. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 1986, p. 49.

[28] SILVA, Sebastião de Affonseca; MACHADO FILHO, Aires da Mata. História do Araxá. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1947, p. 3.

[29] SILVA, Sebastião de Affonseca e. A Paróquia de São Domingos de Araxá: Desde os primórdios da sua fundação em 1780 até os dias de hoje. – Arte religiosa. Araxá, Março de 1941. São Paulo: Escolas Profissionais Salesianas, 1947, p. 9.

[30] SILVA, Sebastião de Affonseca e. Sucinta Monografia da História de Araxá. Inédito. Original datilografado mantido pelo bisneto Eduardo Elias Nesrralla.

[31] SILVA, Sebastião de Affonseca e. Ana Jacinta de São José (Dona Bêja in-natura) Sua vida em ordem cronológica do berço ao túmulo – 1800-1874 – Coletânea de narrativas ouvidas de pessôas septuagenárias, octogenárias, nonagenárias e quási centenárias. Inédito. Capa digitalizada disponível em: http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/modules/gravata_brtdocs/photo.php?lid=36713. Acesso em: 19 jun 2016.

[32] MONTANDON Rosa Maria Spinoso de. DONA BEJA: Desfazendo as Teias do Mito. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Uberlândia, como requisito parcial para a obtenção do título de mestre em História. 2002, p. 169. Disponível em: http://livros01.livrosgratis.com.br/cp000158.pdf. Acesso em: 19 jun 2016.

[33] LEONARDOS, Thomas. Dona Beija: A Feiticeira do Araxá. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 1986, p. 17.

[34] LIMA, Glaura Teixeria Nogueira. Das Águas Passadas à Terra do Sol: Ensaio sobre a História de Araxá. Belo Horizonte: BDMG Cultura, 1999, p. 65.

[35] COSTA, Waldir Luiz. Da Maloca ao Palácio. 2. ed. Goiânia: Gráfica Popular, 1987, p. 3.

[36] LIMA, Glaura Teixeria Nogueira. Das Águas Passadas à Terra do Sol: Ensaio sobre a História de Araxá. Belo Horizonte: BDMG Cultura, 1999, p. 5.

[37] MONTANDON Rosa Maria Spinoso de. DONA BEJA: Desfazendo as Teias do Mito. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Uberlândia, como requisito parcial para a obtenção do título de mestre em História. 2002, pp. 90-91. Disponível em: http://livros01.livrosgratis.com.br/cp000158.pdf. Acesso em: 19 jun 2016.

[38] Idem.

[39] JARDIM, Renato César. Imortalidade do Efêmero. Araxá: Gráfica Santa Amélia, 2005, p. 37.

José Gaspar De Afonseca e Silva – nascido em 6/11901 em Araxá, Minas Gerais e falecido em 27/8/1943 no Rio de Janeiro. Foi sacerdote, bispo e segundo arcebispo de São Paulo. Filho de Sebastião de Affonseca e Silva, (descrito acima como o criador do mito da Dona Beja) e de Prosolina Porfírio de Afonseca e Silva.

Nascido em Araxá (MG), dom José Gaspar [1901 – 1943] laureou-se em Direito Canônico na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma.

Foi Reitor do Seminário de São Paulo e Bispo Auxiliar de São Paulo (1935-1938). Sucedendo a Dom Duarte, tomou posse como o 2º arcebispo.

Criou os decanatos (primeira divisão territorial da Arquidiocese, que seria o que denominamos hoje de Setores); estruturou a Ação Católica; criou a Comissão pró-Catedral, visando à construção da Sé; promoveu Congressos Eucarísticos Regionais visando à preparação do 4º Congresso Eucarístico Nacional (1942).

Faleceu em desastre aéreo em 27 de agosto de 1943, quando estava para desembarcar no aeroporto do Rio de Janeiro.

Dom José Gaspar D’Afonseca e Silva (1939 a 1943)

Dom José Gaspar de Affonseca e Silva

Dom José Gaspar de Affonseca e Silva em 1938

O website Recanto de Letras apresenta sua biografia dessa forma

Dom José Gaspar
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Dom José Gaspar de Affonseca e Silva

DOM JOSÉ GASPAR
JOSÉ GASPAR D’AFONSECA E SILVA
(42 anos)
Bispo e Arcebispo
* Araxá, MG (06/01/1901)
+ Rio de Janeiro, RJ (27/08/1943)
Foi um sacerdote católico brasileiro, décimo quarto bispo e segundo arcebispo deSão Paulo.
Estudos
Realizou seus primeiros estudos na terra natal, tendo sido preparado para a primeira comunhão por sua própria mãe. Aos onze anos, entrou para o internato no Colégio de São Luís em Itu. Entrou para o seminário em 1916, tomando então a batina. Fez os cursos universitários, Filosofia e Teologia, no Seminário Provincialem São Paulo e no Colégio Pio-Latino Americano, em Roma. Graduou-se na Pontifícia Universidade Gregoriana, de Roma, e fez doutorado em Direito Canônico.
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Dom José Gaspar de Affonseca e Silva

Presbiterado

Foi ordenado, aos 22 anos, por Dom Duarte Leopoldo e Silva, em São Paulo, a 12 de agosto de 1923. Foi ordenado padre secular para a diocese de Uberaba, transferindo-se para o clero de São Paulo em 1929.
De 1927 a 1933 foi coadjutor naParóquia da Consolação, professor e vice-reitor do Seminário Provincial de São Paulo. De 1934 a 1937 foi reitor do Seminário Central da Imaculada Conceição, no Ipiranga. Foi também membro do Conselho Administrativo da Arquidiocese, de 1932 a 1934, e examinador pró-sindical na Arquidiocese em 1932.
Episcopado
Foi nomeado bispo titular de Barca e auxiliar de São Paulo a 23 de fevereiro de 1935, aos 34 anos. Foi sagrado bispo, na igreja de Santa Cecília, em São Paulo, no dia 28 de abril de 1935, sendo sagrante principal o seu arcebispo Dom Duarte Leopoldo e Silva, e consagrantes: Dom Antônio Colturato (Ordem dos Frades Menores Capuchinhos), bispo de Uberaba, e Dom Gastão Liberal Pinto, bispo coadjutor de São Carlos.
A 29 de julho de 1939, aos 38 anos, o Papa Pio XII, o nomeou para arcebispo de São Paulo, sucedendo o arcebispo falecido. Tomou posse a 17 de setembro de 1939 e recebeu o pálio a 6 de janeiro de 1941. Dom José Gaspar foi arcebispo de São Paulo até 27 de agosto de 1943, quando veio a falecer, aos quarenta e dois anos, no Rio de Janeiro, num desastre de avião, no qual também faleceu o jornalista Casper Líbero.
Foi homenageado na zona central de São Paulo com a Praça Dom José Gaspar.
Atividade e Contribuições
Em 1939, Dom José Gaspar reorganizou a comissão das obras da catedral, lançou a ideia de congressos regionais precedidos de semanas eucarísticas. Reorganizou os serviços eclesiásticos de caráter jurídico e administrativo. Fundou três escolas apostólicas e um curso propedêutico para o Seminário Central da Imaculada Conceição, em 1940. Participou de vários congressos e reuniões eclesiásticas. Inaugurou cursos e a União Social Arquidiocese. Atendendo às necessidades das almas, criou novas paróquias e as dividiu em decanatos, procurando dar uniformidade nas linhas de ação dos padres. Para melhorar aformação do clero, criou o curso propedêutico no seminário. Implantou na arquidiocese as diretrizes romanas para a modernização da Igreja no Brasil.
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Praça Dom José Gaspar
A 20 de março de 1941 recebeu o título de doutor honoris causa pela Faculdade de Filosofia de São Bento. Ingressou na Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência. Permanece obscuro o episódio ocorrido em 26 de novembro de 1942 em que Dom José Gaspar encabeçou uma carta circular, subscrita por outros bispos, proibindo os livros do então padre Huberto Rohden, da Cruzada da Boa Imprensa, que era um empreendimento da Ação Católica liderada na época por Alceu Amoroso Lima e com o apoio oficial e pessoal do Cardeal-Primaz do Brasil, Dom Sebastião Leme.
Em 1942 empreendeu o IV Congresso Eucarístico Nacional, incentivando a participação dos leigos. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, vice-presidente desse instituto a partir de 25 de janeiro de 1942, membro honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, desde 1943.
Wikipédia
Enviado por billy brasil em 22/03/2014
Reeditado em 14/03/2015
Código do texto: T4739647
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Desses mesmos ramos de ascendentes da Mariquinha, aparecem do lado dos Teixeiras, descendentes do Vigário João Teixeira Alvares, os bisavós da Mariquinha José Joaquim de Araujo Leite e Maria da Rocha, descritos como ambos pardos, no assento batismo da filha deles ( avô de Mariquinha), Maria Clara De Araujo Rocha. – uma das linhas de nossa ascendência africana.

E pelo lado dos Affonseca e Silva que são do Porto, Portugal, temos uma outra bisavô da Mariquinha chamada Laureana Cirilla Barbosa, onde nesse texto acima sobre Sebastião de Afonseca e Silva, vem citado que ela teria ascendência dos índios Araxas da região.