– 1) Paternal – Imigração Cafeeira para Fazenda Santa Eudóxia, São Carlos, Bebedouro e Colina em São Paulo – Gomes Areias de Pombal, Portugal e Tinos do Friuli, Itália (Ex-Áustria)

Ancestrais Paternos de Juliana Vasconcellos Mendes ( Juliana Areias) em Sao Paulo

Juliana Vasconcellos Mendes ( Juliana Areias)’s paternal ancestors in Sao Paulo

Juliana Areias Ancestors update June 2021 ok1 PDF

Juliana Areias Ancestors update June 2021 ok image

Composição de DNA de Juliana Areias, teste feito em 2017Certidão de nascimento de Juliana Areias,

nome artístico de Juliana Vasconcellos Mendes

LINHAS PATERNAS 

– FAMÍLIAS MENDES DO VAL, MIRANDA, SOUZA SOARES, TEIXEIRA ALVARES, RORIZ, FRANÇA, ARAUJO LEITE, ROCHA, AFONSECA E SILVA, CIRILLA BARBOSA, COSTA BRAGA, LOUREIRO, GOÇALVES, SILVA, MELO, DIAS, LOPES, TOME, FERNANDES, FERREIRA / TINOS, GRASSETTI, ZUCCHIN, ROSSIT, FRANCO, GOMES AREIAS, GOMES, SANTOS, ANTUNES, NUNES, LOPES, DOMIGUES, LUIS GUARDADO, JOAN, DIAS, MATHEUS, RODRIGUES, SAN JOSEPH, FERNANDES – que se encontraram em no Estado de São Paulo, Brasil,  com origens mineira, goiana, açoriana, ibérica (portuguesa, espanhola), italiana, grega, balcânica, árabe, africana e indígina.

MENDES DO VAL, MIRANDA, SOUZA SOARES, TEIXEIRA ALVARES, RORIZ, FRANÇA, ARAUJO LEITE, ROCHA, AFONSECA E SILVA, CIRILLA BARBOSA, COSTA BRAGA, LOUREIRO, GOÇALVES, SILVA, MELO, DIAS, LOPES, TOME, FERNANDES, FERREIRA com origens mineira, goiana, açoriana, ibérica (portuguesa, espanhola), africana e indígina.

Meu pai José Wilson Areias Mendes, nasceu em Colina-SP, precisamente na Rua 7 de setembro, casa 750, no dia 8 de março de 1948. Papai é economista e professor universitário, com alma de músico – tira som de qualquer instrumento que coloque em sua mão, além de ter um timbre de voz comparado a Frank Sinatra, um dos seus ídolos. Na época em que morei com ele, Rena (sua segunda companheira) e meus irmãos Marcel, Luna e Clara em Brasília em 1997,  eu gostava da sua tradição de chegar do trabalho, tirar a gravata, e ir direto para o violão para fazer uma jam com BB King, Raphael Rabello, Beatles, Sinatra rodando na vitrola – só gente boa, hehehe. Papai também sempre teve um lado místico muito forte, tendo passado por várias organizações espiritualistas – União do Vegetal, Rosa Cruz, Maçonaria – e estudos desde IChing, Eneagrama até Cabala. Por ser totalmente apaixonado pela cultura judaica, gosta de acreditar que tenha ascendência judia, mesmo que seu teste de DNA diga ao contrário, hehehe.

Graças ao seu espírito livre, quando nasci, resolveu que não ia me batizar na Igreja Católica, (para tristeza da minha Vó Lola, inconformada de eu ser pagã até o fim da vida), porque queria que eu mesma decidisse quando eu crescesse. Ainda assim, estudei o primário e ginásio na escola católica IMACO – Instituto de Ensino Imaculada Conceição, que ficava na Rua Cincinato Braga, 500, pertinho da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio com a Avenida Paulista, locais encantados da minha infância e adolescência em São Paulo. Esse colégio tinha uma sala chamada Veredas, criada e utilizada por Paulo Freire, um dos maiores pedagogos do mundo.

Dos principais ensinamentos de papai, estão juntamente o amor pela liberdade de escolha, independência, conhecimento, a música que sempre nos uniu e a busca mística e genealógica também, afinal tanto ele quanto eu nos consideramos número 4 no eneagrama, pessoas que são e gostam de ser meio atípicas, hehehe.

Sou a primeira e única filha do casamento de papai e mamãe, que se separaram quando eu tinha 4 anos. Com sua segunda companheira Rene Ester Boechat de Lacerda (Reninha), de Niterói no Rio de Janeiro, vieram meus 3 irmãos por parte de pai – Marcel Boeachat Mendes (Ceuzinho), Luna Boechat Mendes (Luninha) e Clara Boechat Mendes (Clarinha). Eles moraram em São Paulo até quando eu tinha cerca de 11 anos, depois se mudaram para Goiânia, em Goiás e depois para Brasília, capital e Distrito Federal do Brasil, onde Rene e meus irmão continuam morando. Quando eu estava morando em Salvador em cerca de 1994, se separaram e papai foi trabalhar no Rio de Janeiro e depois conheceu sua terceira companheira Eliane Mauler, de Petrópolis, onde foi morar com ela e seus dois filhos Gabriel Zehuri e Natalia Zehuri. Quando eu já estava morando em Auckland, na Nova Zelândia, em torno de 2005 eles se separaram. Após uma breve tentativa de ir morar nem Porto Alegre com uma paixão gaúcha,  papai foi morar em Fortaleza, Ceará, onde meu Tio Ninho, seu irmão já estava morando com Tia Graça Cabral e meus primos, Felicio, João Luis e Marília Cabral Mendes. Em Fortaleza, papai conheceu Regina Celli Prado, e em agosto de 2007 celebraram sua união estável, no mesmo dia do aniversário de casamento de Tio Ninho e Tia Graça, quando também estávamos lá, ( eu, meu ex e segundo companheiro Rogério Teixeira da Mata e nossos filhotes Jobim Areias da Mata e Lilás Areias da Mata), visitando o Brasil e de mudança de Auckland, na Nova Zelândia, para Perth, na Austrália, onde moramos até hoje. Rogério e eu nos separamos em 2010. Em 2011 conheci o amor da minha vida Geoffrey Francis Drake-Brockman, artista plático, escultor cibernético australiano e estamos juntos desde 21 de junho de 2013.

Papai é o filho mais velho de um total de seis irmãos. Depois dele, nasceram Ascelino Teixeira Mendes – Tio Ninho (13/8/1953), Luis Fernando Areias Mendes – Tio Nando (19/10/1954), Paulo Henrique Areias Mendes – Tio Paulo (15/6/1958), Maria de Lourdes Areias Mendes – Tia Maria (4/1/1961) e Silvia Cassia Areias Mendes – Tia-mãe Silvia (4/10/1963).

A história da nossa família está ligada a dois períodos sócio-econômicos importantes da história do Brasil, a descoberta e exploração de minérios em Minas Gerais e a agricultura cafeeira em São Paulo e Minas Gerais com o poder se centralizando nesses dois estados,  no que se convecionou chamar de Política do Café com Leite, com São Paulo e Minas Gerais se alternavam no Governo Federal do Brasil que recentemente havia abolido a escravidão em 1888 e no ano seguinte em 15 de novembro de 1889 proclamava a República, após praticamente 400 anos sob domínio português (Final dos períodos de Brasil Colonial e Imperial e início do período chamado Velha República.

Família Areias Mendes, com o casal Ascelino Teixeira Mendes e Laura Gomes Areias e seus filhos Jose Wilson, Ninho, Nando, Paulo Henrique, Silvia e Maria.

Certidão de nascimento de José Wilson Areias Mendes

Certidão de Casamento de Jose Wilson Areias Mendes e Eidineise Vasconcellos 

José Wilson Areias Mendes

José Wilson Areias Mendes

Papai José Wilson Areias Mendes com seus amigos japoneses

Formatura de José Wilson Areias Mendes, ai seu lado, Eidineise Vasconcellos

Papai José Wilson Areias Mendes cantando no Teatro Záccaro em São Paulo com o grupo vocal Pedra Mar. Ao seu lado esquerdo, Fábio Fortunato.

José Wilson Areias Mendes 1a Comunhão

José Wilson Areias Mendes

Ascellino Teixeira Mendes e Laura Gomes Areias com seu primeiro filho no colo José Wilson Areias Mendes, meu pai.

José Wilson Areias Mendes com seu pai Ascelino Teixeira Mendes.

Familia Areias Mendes no Jardim da Saude em São Paulo. Na foto – Tia Rosa, (), (), Lola, Silvia, Jose Wilson, Celo, Ninho, Paulo, Nando e Maria.

Eidineise Vasconcellos e Jose wilosn Areias Mendes na formatura de ginasio da mamae 1960s

Meus pais José Wilson Areias Mendes e Eidineise Vasconcellos grávido de mim, Juliana Areias ( Juliana Vasconcellos Mendes).

José Wilson Areias Mendes com Juliana Vasconcellos Mendes (1979)

José Wilson Areias Mendes com sua segunda companheira Rene Boechat de Lacerda e Marcel Boechat Mendes no colo, em dezembro de 1982.

Papai José Wilson Areias Mendes com meu irmão Marcel Boechat Mendes

Papai José Wilson Areias Mendes com minha irmã Luna Boechat Mendes 1983

Papai José Wilson Areias Mendes com meus irmãos por parte de pai – Marcel, Luna e Clara visitando o Rio de Janeiro em cerca de 1993.

José Wilson Areias Mendes e sua terceira companheira Eliane Mauler

Jobim e Lilas com Vovô Zé Jose Wilson, Espaguete Man na piscina em Fortaleza, 2007.

Tio Ninho, papai José Wilson e eu, Juliana Areias em Fortaleza, na casa do Tio Ninho, em 2007.

União de José Wilson Areias Mendes e Regina Celli, sua quarta companheira, no memso dia do aniversário de casamento de Tia Graça e Tio Ninho, em agosto de 2007. Foto tirada por Juliana Areias.

Regina Celli e José Wilson Areias Mendes na sua união em Fortaleza , Agosto de 2007, na casa do Tio Ninho.

Meu sobrinho Pedro, filho da Luna curtindo seu vovô José Wilson em Fortaleza, Julho 2014.

Reunião dos seis irmãos no anivesário de 60 anos do Tio Nando, em São Paulo em 19 de outubro de 2014. Na foto irmãos: Silvia, Maria, Paulo Henrique, Luis Fernando, Ascelino e José Wilson.

Jericoacoara 2017 – Juliana Areias , eu, com Papai José Wilson Areias Mendes.

Fortaleza 2017, Papai José Wilson Areias Mendes com meu filhote, seu primeiro neto, Jobim Areias da Mata.

Fortaleza 2017, Jobim Areias da Mata com avô José Wilson Areias Mendes , Lilás Areias da Mata e tio Ninho Ascelino.

Jericoacoara 2017 – Jobim Areias da Mata, Geoffrey Drake-Brockman, Lilás Areias da Mata, Juliana Areias e José Wilson Areias Mendes.

TINOS AREIAS

TINOS, GRASSETTI, ZUCCHIN, ROSSIT, FRANCO, GOMES AREIAS, GOMES, SANTOS, ANTUNES, NUNES, LOPES, DOMIGUES, LUIS GUARDADO, JOAN, DIAS, MATHEUS, RODRIGUES, SAN JOSEPH, FERNANDES com origens ibérica (portuguesa, espanhola), italiana, grega, balcânica e árabe.

Minha avó paterna Laura Gomes Areias (Vó Lola), nasceu em 9 de outubro de 1921 em Bebedouro-SP e faleceu em 18 de setembro de 2003 em São Paulo-SP, Brasil. Morreu de câncer no estômago. A cerca de um ano e meio atrás, em setembro de 2017, descobri que tenho uma condição chamada Coaliac, uma condição genética de inflamação da parede de intestino causada por ingestão de glúten, impedindo a absorção de nutrientes. Tratamente simples e eficaz –  parar de comer glúten. Só isso. Por ser uma doença genética relacionada ao sistema digestivo e a morte da minha avó ter sido relacionada a isso, me pergunto se teria vindo do lado dela esses gens HLA-DQ2 ou DQ8, associados com a doença Coaliac. Idéia dedutiva apenas, sem comprovação definitiva. O que tínhamos em si em comum, que eu adoro,  é uma mancha de nascença vermelha no pescoço, tanto ela, quanto eu e também a nossa prima Isabel Cristina Tinos (bisneta de Luigi Tinos, irmão de minha bisavó Marcellina Tinos, mãe da Vó Lola). Portanto, nossa marquinha registrada da Família Tinos, a qual tanto amo!

Vovó Lola foi a filha çacula dos meus bisavós, o portugués Luiz Gomes Areias e da friulana Marcellina Tinos. Em ordem cronológica os filhos do casal foram – Maria, José, Jacinta, Antonio, Isabel, Armando, Matilde, Orminda, Rosa e vovó Lola. Vovó Lola era professora, uma intelectual para sua época, amante da poesia e artes. Estudou em colégio interno, ( Internato de freiras Anjo da Guarda, regido pelas Irmãs Dorotéias da Igreja Católica em Bebedouro). Vovó Lola foi diretora de colégio, do Grupo Escolar em Arthur Alvim. Tinha uma coleção de música clássica, enciclopédias, livros de francês, latim, inglês, educada em regime aristocrático, seguia regras de etiqueta (na mesa do jantar sua regra inesquecível sobre cotovelos – nunca, de vez enquando, sempre). Vovó Lola sabia por exemplo que formalmente em inglês não se diz hi, mas sim how do you do. Escrevia com caligrafia primorosa… Valorizava a educação e era orgulhosa de ter formado na universidade todos os seus seis filhos. Foi também fundamental na minha educação, sendo ela que financiava meus livros escolares todos os anos, além de contribuir para as mensalidades do meu colégio particular, um privilégio que meus irmãos mais novos por exemplo, não tiveram. Privilégio que eu valorizei sendo a melhor a aluna da sala. Sou muito grata por isso e pela força como ela me incentivava a desenhar,  a tocar piano (pagando aulas e me dando um piano de presente), ler… além de rezar (foi quem me ensinou o Pai Nosso e me deu um anjinho de guarda, que eu gostava muito)… Não era muito de abraçar e beijar igual sua irmã, Tia Rosa, da qual eu vivia no colo recebedo seus beijos estalados no pescoso, mas vovó gostava de conversar, ouvir minhas idéias, incentivar e valorizar minha imaginação. Fui a primeira neta e também a neta única dela e meu avô Celo (Ascelino Teixeira Mendes) por sete anos, ficando desde pequena sob seus cuidados junto com Tia Rosa, sua irmã enquanto meus pais estavam no trabalhos ou ocupados,  além de literamente ter morado com eles dos meus 14 aos meus 17 anos. Na mesma proporção de qualidades, tinha também seus defeitos peculiares – um gênio terrível, esnobe, preconceituoso, moralista. Suas noras sofreram com seus comentários inapropriados e suas filhas com seus tabus sexuais e idéias do tipo sexo só depois do casamento e olhe lá… já que cosiderava sexo uma obrigação, algo sujo, nogento e desprezível ao invés de prazeroso e saudável. Em geral desprezava qualquer outra cultura que não fosse européia e desconfiva de negros, nordestinos, nortista, comunistas, ateus… qualquer um que não estivesse nos seus moldes cultural, político ou religioso. Dizia sem nem perceber a gravidade, coisas terríveis como “Fulano é negro, mas até que é boa pessoa.” “É importante aprender os afazeres domésticos, pois se você casar com homem pobre, sabe fazer e se caçar com homem rico, vai saber mandar”. Vivia inconformada por eu me negar a me batizar, me chamando de pagã… eu achava graça e claro, sendo uma adolescente rebelde, adorava lhe contrariar nesse sentido e lhe escandalizar, falando de comunismo, que ela considerava mostruoso, passando aspirador pela casa só de calcinha (ela chamando a mim e Tia Silvia de despudoradas), lhe mostrando os vídeo-clipes da Madonna que eu gostava –  primeiro True Blue – ela aprovando, e depois Papa don’t Preach” e “Like a Prayer“… Maddona com seus seios cônicos…  ela obviamente detestava, hehehe.

Ao mesmo tempo, vovó Lola era também a repórter e porta-voz da família. Aos domingos passava horas no telefone, ligando para todos os parente e compartilhando notícias de todos. Sua casa sempre sendo o núcleo de reuniões, almoços, gostava de receber as pessoas, de ajudá-las e Tia Rosa cozinhava com gosto sua gulozeimas inequaláveis –  o feijão da Tia Rosa, o brigadeiro da Tia Rosa, o mingau de chocolate da Tia Rosa, o doce de leite da Tia Rosa… ambrosia mesmo, feito de nata natural que ela coletava uma quantidade enorme, do tempo que leite ainda vinha em saquinho, para fazer esse doce maravilhoso que eu comia de colheradas… Tia Rosa era também a infermeira de plantão da família, a única pessoa que eu deixava me dar injeção e quem ajudou a cuidar de todos os bebês recém-nascidos da família.  Tia Rosa, solteirona, alegre, moleca, sorridente, criativa, bonitona com seus cabelos longos em coque durante o dia que ela só soltava a noite antes de dormir, quando a gente brincava de fazer sombras com as mãos e ela me dava aulas fascinantes de biologia, me contava dos diversos tipos de cobras existentes e as características de cada uma. Vovó Lola e Tia Rosa brigavam feito cão e gato diariamente, mas eram inseparáveis. Vovó Lola nascera e crescera acreditando que sua mãe Marcellina Tinos não gostava dela, sua mãe desdenhava seus cabelos ruivos lhe chamando de “russa do mal pelo”. Apanhava a toa da mãe, enquanto Tia Rosa, fugia da surra pulando o muro da fazenda. Lembrava com carinho apenas do seu amoroso pai Luiz Gomes Areias, que primava por sua educação também. Enfim, parece que vovó cresceu e viveu até o fim carregando sempre muitas amarguras. No casamento, não se sentia que havia muito afeto, carinho e afinidade entre ela e Vovô Ascelino. Na sala, cada um em sua poltrona de sofá individual, o mais distante possível uma da outra. Conversa quase nenhuma entre os dois. Criaram juntos todos os seis filhos, curtiam ter a casa sempre cheia de gente mas no final da vida se separaram com Vovô saindo de casa porque Tio Ninho descobriu que tinha uma amante em Fortaleza. No final, Vovô Celo morreu sozinho em Natal, no Rio Grande do Norte e Vovó Lola morreu de cancer no estômago em São Paulo . Vovô Celo desde a minha infância, já era aposentado mas continuo trabalhando até o fim vida, na sua própria firma como Representante Comercial, representando empresas de maquinários do sul do Brasil para o resto do Brasil e América do Sul, o que fazia com que mesmo na época de casado, passasse ao menos metade de cada mês fora viajando a trabalho.

Preconceitos, Picuínhas de choque de gerações e tristezas a parte, é graças aos escritos deixados por Vovó Lola e as histórias contadas por ela, sua irmã Tia Rosa, e pelo meu avô Ascelino que inspiraram e possibilitaram essa pesquisa ser feita. Uma das últimas páginas que Vovó Lola escreveu conta sobre o nascimento do seu primeiro bisneto, meu filho Jobim Areias da Mata em 27 de abril de 2002, em Auckland, na Nova Zelância. Ao ler me encheu de emoção… Pena que se fora antes de sabermos que sua mãe havia nascido em Strassoldo, no Friuli que pertencia ao Império Austríaco e não em Vienna, como ela e todos pensavam, incluindo talvez a própria Marcellina Tinos que se dizia austríaca de Viena e  chegara ao Brasil com apenas 9 anos de idade.  Os depoimentos de Tia Rosa e folhas originais dos escritos de Vovó Lola estão disponíveis aqui nesse website também, na página Chegada dos Tinos e Areias – Fazenda Santa Eudóxia.

Ainda sobre nossa amada Tia Rosa, (irmã da Vovó Lola), muitos foram os pretendentes a querer casar com ela, mas seu coração romântico preferiu ficar solteiro para sempre, após a morte do Doutor Vicente, médico com o qual trabalhou como infermeira e por quem foi eternamente apaixonada. Papai José Wilson Areias Mendes conta lindamente, com bom humor e percepção como era essa dinâmica com os pretendentes de Tia Rosa e a transição deles de Colina, no interior de São Paulo para a capital paulista:

“De Colina, Ascelino, Laura, Rosa e Marcelina e eu, passamos a morar, creio que de 1949 em diante na capital paulista, no bairro da zona leste chamado Artur Alvim, bairro emergente interessante para os jovens casais de então. Esse bairro cresceu ao longo do subúrbio da linha férrea Central do Brasil, que fazia a ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro, já naquela época. Aliás, as linhas férreas dominavam o transporte urbano, interurbano e interestadual no Brasil de então. Essas linhas férreas vieram desaparecendo gradativamente com o advento da indústria automobilística a partir dos investimentos realizados no final dos anos 1940, início dos anos 1950, por indústrias multinacionais no Brasil, tais como Volkswagen, Chevrolet, Ford, Vemag, Willys, as pioneiras. O estado de São Paulo, naqueles anos, possuía a Estrada Central do Brasil, a Companhia Paulista, que atendia Colina, a Estrada de Ferro Noroeste, que ia na direção do Mato Grosso, passando por Bauru, Penápolis, Coroados e Glicério, para onde se deslocaram Francisco Torres e Jacinta, e Antonio Nascimento e Maria, saídos de Colina ( Jacinta e Maria, eram duas das irmãs da Vovó Lola e Tia Rosa). Existia também a Linha Mogiana, que se dirigia a Minas Gerais. E também a Santos-Jundiaí, que transportava passageiros e cargas ao porto de Santos, descendo e subindo a Serra do Mar. Na capital paulista, havia bondes e ônibus elétricos, atendendo muito bem a população, além de empresas particulares e taxis. Hoje em dia, desapareceram, infelizmente, quase todas as linhas férreas, devido políticas governamentais equivocadas, focadas apenas no transporte rodoviário, até os dias de hoje.

O bairro de Artur Alvim existe até hoje (2019), e, ao invés da antiga Central do Brasil, agora por ali transita o Metropolitano de superfície, que chega até ao Estádio de Futebol conhecido como Itaquerão, no bairro vizinho de Itaquera, onde, por sinal, estudei o preparatório ao Ginásio, nos anos 1950, e, nos anos 1970, lecionei economia na Faculdade São Camilo, existente até hoje, 2019. Artur Alvim era o nome da estação da Central do Brasil, cuja linha férrea dividia o bairro na parte alta e parte baixa. Vila Santa Tereza, com mais recursos, como pontos de ônibus , comércio e serviços, ficava na parte alta. Vila Santa Luzia, era o bairro novo, emergente, que ficava na parte baixa da linha férrea , com menos estrutura. Moravámos na Vila Santa Luzia, na Rua José Giordano, em três casas diferentes. Eram casas de boa qualidade, duas primeiras alugadas, presumo. A terceira e última, fora construída por Ascelino, utilizando parte de reservas financeiras de Marcelina, Rosa e Laura trazidas de Colina. Na ocasião, Ascelino era bancário, do que viria a ser o atual Banco Itaú e Laura era professora, inicialmente, no 1º Grupo Escolar de Artur Alvim, situado acima da linha férrea, vila Santa Teresa. Era muito pequeno, talvez dois anos, e ficava na escola sendo cuidado por funcionários enquanto Laura dava sua aula. Depois, atravessávamos a linha de trem e descíamos uma rampa no meio do mato, até nossa casa, cerca de um quilometro dali. Posteriormente, esse caminho de terra foi transformado em uma escada de cimento, com o mato limpo, devido a ataques de tarados assediando mulheres e crianças, isso nos anos 1950. Naquela época, lembro-me de que brincava pedalando um triciclo, chamado tico-tico, por ser pequeno, circundando a calçada da casa, circundando um poço de água. A cada volta, dava uma mordida em um xuxu verde, com gosto de…..xuxu, ou seja: sem gosto…..talvez ai tenha se manifestado o economista dos 1970, já quantificando as mordidas e voltas na casa.

Antes de iniciar o curso primário, freqüentei o curso pré – primário no Colégio São Vicente de Paula, onde Rosa (Rosa Gomes Areias) freqüentava o curso normal, para ser professora. Andávamos cerca de seis quilômetros ( 3 de ida e 3 de volta) acompanhando a linha férrea até a Vila Ré, onde pegávamos o ônibus com destino ao Bairro da Penha, onde se localizava o colégio citado. Íamos uniformizados, com roupas azul escuro, eu com uma pequena lancheira a tira-colo. Tia Rosa tinha grande pendor para o desenho, e criava verdadeiras obras de artes, reproduzindo desenhos complexos, como caravelas ao vento, navegando o mar, com detalhes minuciosos, utilizando lápis creon ou tinta nanquim. Eram desenhos impressionantes, ricos em detalhes e muito elogiados por todos que os viam. Rosa atuava como professora substituta nos grupos escolares de Artur Alvim. Saíamos pela manhã e regressávamos para o almoço.

Nossa casa da Rua José Giordano 189 (Arthur Alvim) passou a virar cinema, com a chegada de uma das primeira televisões do bairro. Diariamente, à noite, acomodávamos, após o jantar, a cerca de 10 pessoas que vinham acompanhar as novelas e desenhos animados da época, e costumavam deixar nossa residência em torno das 21 horas. Era uma coisa divertida, embora desse um pouco de trabalho. Meu pai, Ascelino, atuava com um grupo político da antiga UDN- União Democrática Nacional, sempre procurando trazer melhorias para a Vila Santa Luzia. Como tal, proporcionava oportunidades para Laura, que também exercia sua liderança local como professora e posteriormente Diretora Escolar. Tia Rosa, através da política e pela sua competência em primeiros socorros, atuou como enfermeira em Posto de Puericultura na Vila Ré, onde trabalhou por muitos anos. Era sempre procurada pela vizinhança, para aplicar injeções e fazer pequenos atendimentos em nossa casa. Ou seja, era uma família com certa popularidade e certa relevância no Bairro. Rosa também era muito prendada e, na época, era o que se chama hoje de “gostosona”. Certamente havia pretendentes, que Laura monitorava para que Rosa não fosse enganada por algum malandro, porque Rosa sofrera meningite quando criança, e a supunham ingênua. O açougueiro do bairro, por exemplo, era um candidato, porém reprovado por Laura. Rosa apaixonou-se pelo Dr. Vicente Speranza, com quem trabalhava no Posto de Puericultura da Vila Ré. Era um tipo descendente de italianos, baiano, bonachão, muito simpático, mas meio tímido, e torcíamos para que pudessem ser um casal, porém, nada aconteceu. Com a mudança para o bairro do Jardim da Saúde, no início dos anos 1960, a coisa se diluiu e depois soubemos da sua morte. Rosa entristeceu-se. Sim, todos se lembram do glorioso mingau de chocolate de Rosa, famoso em prosa e versos, até pelos nossos filhos, cujo mito dura até hoje, insubstituível.

Na época infantil, minha vida era ir à escola pela manhã, almoçar, ficar pelado com tanga de índio e atacar exércitos imaginários pelos cantos do quintal, cavalgando meu cavalo de pau. Televisão à noite. Estudava e, já maiorzinho, ia para a rua brincar com os amigos: futebol, pipa, bolinha de gude, bicicleta. Apanhei merecidamente de Rosa com o temível “rabo-de-tatu”, porque era teimoso e ia a um lago nadar, no meio de um eucaliptal, o que era proibido pelos meus pais. Também levei outra surra merecida de Ascelino, porque, como todos os garotos, corria atrás de balões que caiam em outro lugar considerado perigoso, a olaria. Nessa ocasião, fui atrevido com Ascelino, pois mesmo apanhando de cinta, ao ser indagado, respondia que voltaria a fazer aquela arte. Falando em balões, em 1958, quando o Brasil ganhou a Copa do Mundo na Suécia, com a revelação do Pelé, ainda jovem de 17 anos, além de Garrincha, Didi, Zagalo e tantos outros astros do futebol brasileiro, o céu de Artur Alvim ficou tomado de milhares de balões, a tal ponto que se colidiam no ar. Nunca mais vi esta cena inesquecível.

Iniciamos os anos 1960 morando no bairro da zona sul de São Paulo, por nome Jardim da Saúde. Isso significou um avanço econômico-social da família. Ascelino construiu um belo sobrado na rua França Jr, 216, com financiamento bancário. É possível ver o imóvel, algo modificado, no Google Maps. Ascelino continuava no banco, Laura dando aula e Rosa trabalhando na Secretaria da Saúde. Marcelina ainda era viva. Até então, Silvia não havia nascido (nasceu em 4/10/1963). Eu só estudava e brincava com meus novos amigos, agora repleto de descendentes de japoneses, característica do bairro. A casa ficava à frente de um belo jardim, bem cuidado, onde a garotada, eu inclusive, se reunia para jogar bola, andar de bicicleta, empinar papagaios ou pipas, e para os primeiros enfrentamos de brigas da juventude, querendo gastar energias. Meu porte, avantajado pra minha idade, me colocava numa posição favorável e não fui muito assediado para brigas. Alguns dos meus amigos já tinham algum tipo de trabalho, não tão rígido, por serem filhos de comerciantes. Chegamos a criar o clube do Bolinha, uma alusão ao gibi existente na época, onde os protagonistas eram garotos que não admitiam garotas em seu clube montado em cima de uma árvore…..coisa de garotos…..Fazíamos excursões com ônibus para vários lugares, rapazes e moças, e também realizávamos diversos bailinhos, dentro das casas dos pais, arrastando móveis para dar espaço aos dançarinos. Na época, dançava-se ao som de orquestras tais, como Ray Connif, Billy Vaugham, Glen Miller, Tijuana Brass e outras, antes de surgirem os Beatles e RollingStones, mas ainda reinavam Frank Sinatra, Elvis Presley , Chubby Checker, Paul Anka, Nat King Cole, Johnny Mathis outros artistas internacionais e nacionais com suas versões brasileiras.”

Certidão de nascimento de Laura Gomes Areias

Certidão de casamento de Laura Gomes Areias e Ascelino Teixeira Mendes

23 January 1947 – Colina-SP, Brasil – fonte

Certidão de Óbito de Laura Gomes Areias

Recibo do pagamento do Colégio Interno de Laura Gomes Areias

Amigas de Laura Gomes Areias ( sentada a esquerda), na Formatura de Ginásio do Colégio Interno Anjo da Guarda, 1942 , 19 anos.

Laura Gomes Areias – Formatura ginasial 31/11/1942 – 19 anos

Laura Gomes Areias – Formatura como professora em 1945.

Rosa Gomes Areias, Laura Gomes Areias () & Maria Teixeira Mendes (Mariguinha – sogra de Laura).

Casal Ascelino Teixeira Mendes e Laura Gomes Areias com filhos Paulo, Ascelino, Jose Wilsom, Silvia, Maria e Nando na casa do Jardim da Saude em São Paulo, anos 1960.

Anos 60 na casa do Jardim da Saúde. Tia Rosa com Tio Paulo e Tia Maria no colo, Tio Nando, Bisa Marcellina Tinos, Vô Celo, Vó Lola com Tia Silvia no colo.

Ascelino Teixeira Mendes & Laura Gomes Areias já no apartamento da Rua Eça de Queiroz, na Vila Mariana, em São Paulo. Final dos anos 70. Eu ia para lá praticamente todos os dias depois da aula, na escola pré-primária Cebolinha. Nessa época, meus pais ainda casados, morávamos bem próximo, praticamente na mesma rua, mas no lado oposto da Avenida Vergueiro. (Rua Doutor Nicolau de Soza Queirós).

Laura Gomes Areias com netos, a mais velha, eu, Juliana Areias, Felicio, Joao, Martira e Carolina em 1989 no aprtamento da Eça de Queiroz.

Laura Gomes Areias esq com Tia Silvia, Tio Milton, Tia Maria, bebe Marcela, Bartira e Tio Dimas, Dona Pura (sogra da Tia Maria) e Tia Rosa. Cerca de 1995.

Aniversario de 80 anos da Vovo Lola (em vermelho) com a familia reunida em Sao Paulo – 9/10/2001

Certidão de Nascimento de Rosa Gomes Areias

Outros documentos de Rosa Gomes Areias

Rosa Gomes Areias 1919

Rosa Gomes Areias

Rosa Gomes Areias 1976

Tia Rosa, Rosa Gomes Areias já morando em Fortaleza com Tio Ninho em cerca de 2004-2005 após a morte da sua irmã, minha avó Lola em São Paulo (18/9/2003). Foto tirada na frente da casa de Tio Ninho ( a direita na foto). Casa e condomínio arquitetados e construídos por ele mesmo. Tio Ninho (Ascelino Teixeira Mendes) é arquiteto, acadêmico e proprietário de empresa de arquitetura e construção Arco, com seu filho João Luiz Cabral Mendes, também formado em arquitetura.

Caixinha da Tia Rosa, feita por ela mesma.

Tia Rosa com sobrinhos Jose Wilson, Ninho Nando, Paulo Maria e Silvia foto postada por Tia Maria de Lourdes Areias Mendes na entrada da casa no Jardim da Saúde.

Certidão de Nascimento de Luiz Fernando Areias Mendes

(meu tio, irmão de José Wilson Areias Mendes)

15 Jun 1958 – São Paulo-SP – fonte

Nasc Luiz Fernando Areias Mendes 19 Oct 1954 Sp Sp

Certidão de Nascimento de Paulo Henrique Areias Mendes

(meu tio, irmão de José Wilson Areias Mendes)

15 Jun 1958 – São Paulo-SP – fonte

Nasc Paulo Areias Mendes 15 Jun 1958 Sp SP

Certidão de Nascimento de Sílvia Cássia Areias Mendes

(minha Tia-mãe, irmã caçula do meu pai José Wilson Areias Mendes)

4/10/1963 – São Paulo-SP, Brasil – fonte

Nasc Silvia Cassia Areias Mendes 3 oct 1963 SP SP saude

Luis Gomes Areias color

Luiz Gomes Areias, meu bisavô, pai da minha avó Laura (Lola), nasceu em 7 de agosto de 1872 em Arrothea, Pombal, Leiria, Portugal. Luiz chegou ao Brasil com seu irmão Manuel para trabalharem como administradores da Fazenda Santa Eudóxia, de propriedade de Francisco Cunha Bueno, em São Carlos, interior de São Paulo, Brasil. Essa fazenda foi o maior latifúnida de café da época, durante o final do período Imperial do Brasil, quando se dizia que o café da Fazenda Santa Eudóxia era o predileto da Rainha Vitória da Englaterra, e quando o então ainda Imperador do Brasil Dom Pedro II visitou a fazenda em 1886. Minha Tia Rosa, irmã da minha vó Lola, contou que a Família Tinos já estava trabalhando na Fazenda Santa Eudóxia, nessa época. Não conseguimos ainda localizar a data da primeira entrada de Luiz e seu irmão Manuel no Brasil, mas sabemos que Luiz conheceu sua futura esposa Marcellina na Fazenda Santa Eudóxia, ele trabalhando como administrador, ela, jovem, trabalhando na enxada, no plantio do café junto com seus pais e irmãos. Sabemos que Luiz Gomes Areias e Marcellina Tinos se casaram primeiramente no religioso em 4 de setembro de 1897, na Igreja de Água Vermelha, localidade que fica entre São Carlos e Santa Eudóxia. Apenas em 5 de novembro de 2005 se casaram no civil, no cartório de Bebedouro, ja tendo nascido seus primeiros filhos Maria, José, Jacinta e Antonio. Certamente se casaram no civil para poderem morar por dois anos em Portugal, de 1906 a 1908 nas vinhas da mãe de Luiz em Figueira da Foz. Sabemos que seu irmão Manuel com a esposa espanhola Claudina também estevivam em Portugal nessa época. Na viagem Marcellina abortou de uma gravidez de gêmeos. Sabendo-se grávida novamente em 1908 de Isabel, quis voltar para o Brasil para que todos os filhos nascessem no Brasil. Assim de fato voltaram no final de 1908.

A genealogia da Família Areias em Pombal descoberta até agora, vai até cerca de 1590. Nela se observa que os sobrenomes mais constantes eram de fato Gomes, Antunes e Lopes. O sobrenome Areias (Area) passou a ser adotado pelo avô de Luis, chamado Francisco Gomes, batizado apenas como Gomes, e apenas mais tarde, no batismo de um neto (Jose Gomes Area em 1877), ele aparece já descrito com Francisco Gomes Area (Areias). Tia Rosa e Vovó Lola contavam que o sobrenome Areias surgiu após um deles (acredito que esse Francisco) ter jorgado areia nos olhos de adversários para fugir de uma briga ou assalto, ficando apartir daquele dia conhecido como Area. De fato, nas cinco gerações que sabemos para trás de Francisco, o sobrenome Areias (Area) não aparece, mas apenas depois de seu nascimento e apartir dos nomes dos netos dele. Logo podemos deduzir que o evento da briga aconteceu já quando adulto, após o nascimentos de seus filhos Bernardo Gomes (1829) e José Gomes (1832) e antes do nascimento desse neto José Gomes Area ( 27 de maio de 1877).

Luiz foi um homem empreendedor, industrial, dono de vários negócios em Bebedouro e Colina até sua morte em 15 de abril de 1938 em Bebedouro, onde ainda existe o núcleo principal da família Areias, principalmente ligada ao seu filho homem primogênito José Gomes Areias pricipal herdeiro (e administrador dos negócios do pai após a crise de 1932 com a Quebra da Bolsa de Nova York). Luiz foi proprietário de máquinas de bebeficiamento de arroz e café, de um Cinema chamado Odeon, de um hotel chamado Amadeu e de uma serralheria. Seu nome vem citado nos jormais e colunas sociais da época várias vezes. Temos aqui nesse website uma página toda dedicada a ele e sua ascendência chegado até 1600 em Pombal, Leiria, Portugal, que tem localidades interessantes com nomes que denotam um passado mouro com influência árabe, como Abiul, Vila Can, Alcaria – Página de Luiz Gomes Areias.

Certidão de Nascimento Luiz Gomes Areias

Certidão de Casamento Luiz Gomes Areias e Marcellina Tinos

Certidão de Óbito Luiz Gomes Areias

+ 15/4/1938 – Colina-SP – Source FamilySearch Link

Registro no Consulado Português de Bebedouro, indicando a data da sua segunda chegada ao Brasil em 1908.

Luiz Gomes Areias, marido de Marcellina Tinos

Marcellina Tinos e Luiz Gomes Areias com seus dois primeiros filhos Jose e Maria 1900

Circa 1920. Marcellina Tinos & Luiz Gomes Areias: ( ), Antonio, ( ), Jacintha, Matilda, Maria, Orminda, José, Armando, Marcellina, Rosa, Luiz and Isabel.

Marcellina Tinos & Luiz Gomes Areias

Luiz Gomes Areias e Marcellina Tinos com parentes de Luiz na ultima foto

Luiz Gomes Areias a direita, 09 Puxador de Toras da Antiga Serralheira São José que pertencia ao Sr Luiz Gomes Areias -Colina SP. 1933

Marcelina Tinos, minha bisavó, mãe da minha avó Laura Gomes Areias (Lola), chegou ao Brasil com seus pais Antonio Tinos & Elisabette Grassetti e seus oito filhos em órdem cronológica – Celestina, Luigi, Anna Maria, Giuseppe Vincenzo, Caterina, Antonio, Marcellina e Eugenia – no Vapor Maria, que desembarcou no Porto de Santos em 15 de abril de 1885. Cada um deles tem uma página dedicada a seus ancestrais e descendentes nesse website. A família toda era originária de Strassoldo, atual fração de Cervignado del Friuli, em Udine parte de Venezia, Friuli e Giulia, no norte da atual Itália, mas que na época e até o final da Primeira Guerra Mundial pertencia a Província de Gorizia, parte do Império Austro-Húngaro.

Sobre Marcellina Tinos, se conta que era muito trabalhadeira e bastante enérgica com os filhos e netos também , enquanto seu marido Luis Gomes Areias mais dócil, comunicativo e amoroso. Tia Rosa se lembra de Marcellina conversar com sua irmã Caterina Tinos (esposa do espanhol Jesus Martins, falecida em São Carlos) em Furlam, a língua delas, que Tia Rosa não entendia e lhe soava como uma espécie de italiano com francês. Tia Rosa também contou que Marcellina afrmava saber da morte dos parentes antes da notícia oficial chegar, porque os espíritos dos parentes vinham se despedir dela antes de partirem.

Vovó Lola, a caçula de 10 filhos, nasceu e cresceu com o sentimento de que sua mãe não gostava dela, por zombar do seus cabelos ruivos lhe chamando de russa do mau pelo. Também por ter sido amamentada por Maria, irmã mais velha de Laura, já que Marcellina já tinha 45 anos em 1921 quando Lola nasceu e seu leite era fraco, Marcellina estava ainda trabalhando pesado no Hotel Amadeu (propriedade de seu marido Luis Gomes Areias). Vovó Lola também era recentida de ter sido mandada para o Colégio Interno, não morando em casa e também por apanhar sem ter feito nada, Tia Rosa aprontava algo errado e saía correndo e pulando o muro da fazenda, para escapar da zurra da mãe Marcellina, que com raiva, descontava na Laura que era a menor.

Meu pai José Wilson Areias Mendes também tem memórias interessantes de sua avó Marcellina Tinos:

“Um dia, regressando (da escola com Rosa) para o almoço,  encontrei minha avó Marcelina Tinos sacrificando uma ninhada de gatos que havia nascido. Marcelina arremessava-os contra os muros, para matá-los. Ao ver aquilo, criança, agarrei Marcelina para impedí-la daquele ato e ela, reagindo, pegou-me pelo pescoço, esganando-me . Talvez tivesse uns 3 ou 4 anos. Para que me soltasse, arremessei com força a lancheira que levava em minhas mãos sobre sua perna, ferindo-a, o que a obrigou a soltar-me, após o que saiu em minha perseguição, obrigando-me a subir em muro alto, onde não podia alcançar-me. Foi um acontecimento que mobilizou a todos. Ela ficou um tanto ferida, mas eu continuei vivo! Acho que isso marcou-me profundamente, determinando algo em meu caráter.

Não me lembro de ter visto Marcelina sorrindo, com aquele jeito meigo que as avózinhas costumam ter. Hoje, penso que pudesse ser uma pessoa muito sofrida, sempre trabalhando, desde o tempo do café, em São Carlos, e com atribulações de mãe de tantos filhos, como era usual naquela época. Percebia-se que era uma pessoa enérgica, severa, não carinhosa. Sabia-se que em Colina, ordenava aos filhos irem comprar algo no comércio, e a pessoa tinha que voltar antes que a cusparada que dera no chão viesse a secar! Como criança, depois da esganação, não era realmente muito próximo dela. Algumas vezes me levava, sem conversas, a colher uma planta chamada carqueja, que existia nos terrenos baldios do bairro. Com essa planta, fazia uma infusão para beber e também equilibrava um copo com água, cuja boca ficava sobre seu couro cabeludo, circundado por um pano. Era para curar dor de cabeça, dizia. Suas roupas eram sempre em tons de cinza e preto, o que me fez deduzir, como adulto, que ela poderia ser uma “nona italiana” como se vê nos filmes e fotos. Em mim, foi o que gerou a possibilidade desse fato, constatado décadas depois de minha infância.”

Certidão de nascimento Marcellina Tinos

Certidão da Primeira chegada ao Brasil – Marcellina Tinos

Certidão de Casamento Marcellina Tinos e Luiz Gomes Areias

Certidão de Óbito Marcellina Tinos

Carteira de Salvo Conduto de Marcellina Tinos, austríaca, para poder viajar de uma cidade para outra no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial

Caixinha da Marcellina Tinos, com votos das filhas caçulas que cuidaram dela até sua morte – Rosa e Lola, e um santinho em italiano.

Verso do Santinho de Marcellina Tinos

Marcellina Tinos in circa 1900

Marcellina 1940s

Luiz Gomes Areias e Marcellina Tinos com parentes de Luiz na última foto.

Marcellina com parentes em sua casa em Colina ou Bebedouro

Paulo Areias Mendes, Maria de Lourdes Areias Mendes, Rosa Gomes Areias, Luis Fernando Areias mendes, Marcellina Tinos, Ascelino Teixeira Mendes, Laura Gomes Areias, Silvia Cassia Areias Mendes – Marcellina morou com meus avós Ascelino Teixeira Mendes and Laura Gomes Areias na casa deles no Jardim da Saúde, São Paulo até sua morte em 1965. Foto dos seus últimos anos de vida na década de 60.

Marcellina Tinos com parentes na casa da Vovó Lola e Vovô Ascelino no Jardim da Saude em São Paulo, anos 60.

Da esqueda pra direita ( from left to right)
1) Victorio Tinos (1910-2004) – filho de (son of) Antonio Tinos & Clementina LLoti )
2) Maria Tinos (1927-2012) filha de (daughter of) Attilio Tinos & Gisella Minitel)
3) Attilio Tinos (1890-1959) – filho de (son of) Giovanni Tinos & Eugilda Blandina Checco (Giga). Giovanni é irmão de Antonio Tinos que veio pro Brasil.(Giovanni is brother of Antonio Tinos who came to Brazil).
4) Anna Maria Tinos (1867) filha de (daughter of) Antonio Tinos & Elisabetta Grassetti.
5) Luigi Tinos (1865-1943) filho de (son of) Antonio Tinos & Elisabetta Grassetti.
6) Laura Gomes Areias (1921-2003) filha de (daughter of) Marcellina Tinos & Luiz Gomes Areias.
7) Matilda Gomes Areias (1913) filha de (daughter of) Marcellina Tinos & Luiz Gomes Areias.
8) Juliana Areias​ (1975) – bisneta de (great grand daughter of) Marcellina Tinos.
9) Luigi Tinos (1927) & sobrinho (cousin) Giorgio Tinos (1944). Luigi, filho de (son of) Attilio Tinos & Gisella Minitel). Giorgio, son of Pia Tinos.
10) Luigi Tinos (1927-1980) filho de (son of) Attilio Tinos & Gisella Minitel)
11)Pia Tinos (1921-1956) filha de (daughter of) Attilio Tinos & Gisella Minitel).
12) Giuseppe Vincenzo Tinos (1869) filho de (son of) Antonio Tinos & Elisabetta Grassetti.
13) Marcellina Tinos (1876-1965) filha de (daughter of) Antonio Tinos & Elisabetta Grassetti.
14) Laura Gomes Areias (1921-2003)filha de (daughter of) Marcellina Tinos & Luiz Gomes Areias.
15) Rosa Gomes Areias (1918-2006)filha de (daughter of) Marcellina Tinos & Luiz Gomes Areias.
16) Rosa Gomes Areias (1918-2006)filha de (daughter of) Marcellina Tinos & Luiz Gomes Areias.

Antonio Tinos e Elisabetta Grassetti, pais e Marcellina Tinos e seus irmãos, migraram todos de Strassoldo, no Friuli para o Brasil. Antonio Tinos, nascido em 18/5/1830 era filho de Giuseppe Tinos e Agata Zucchin. Elisabetta Grassetti, nascida em 13/10/1940 era filha de Pietro Grassetti e Anna Rossit.

Dos documentos e informações encontradas até hoje, denoto que o patriarca da Família Tinos no Brasil, meu tataravô Antonio Tinos tivesse um espírito de imigrante inconformista, forte, batalhador, reivindicador, perseverante, determinado e corajoso –  o qual aprecio, me fascina e me estimula a querer reconstituir e recontar sua saga, sua história. Antonio para mim é como um personagem de um grande filme épico. Um dos meus sonhos, (além de conhecer Strassoldo pessoalmente, realizado em 2016) é escrever um livro e filme sobre ele. Todo esse website é dedicado a ele como parte desse projeto. Antonio Tinos nasceu em 18 de maio de 1930 em Strassoldo, Gorizia, Império Austro-Hungaro. Como era o normal da época, ele serviu o Exército Austríaco obrigatório por cerca de 10 anos, entre 1850 e 1860, participando de uma grande Guerra, (que pressumo seja a Guerra Cremea), ficando anos fora de casa e longe de sua família. Depois, já com trinta anos, Antonio voltou para Strassoldo, casou-se em 1960 com Elisabetta Grassetti, dez anos mais nova que ele e trabalhou em fazendas, principalmente de arroz, chegando a ser supervisor de uma delas, como vem descrito no assento de batismo da sua filha caçula Eugenia Tinos em 1881, quando já estava com 41 anos.  Para impedir que seu filho mais velho, Luigi Tinos tivesse que servir também ao Exército Austríaco obrigatório, no ano seguinte, em 1882, tenta imigrar legalmente para a Argentina com sua família, mas seu pedido é negado, segundo o documento encontrado, porque nao havia evidência de que a viagem traria melhoria de condições de vida para sua família. Sabemos que Antonio, não desistiu do objetivo de migrar, deixando a Áustria pelo porto de Genova legalmente, ou ilegalmente em 1885, quando chegou ao Brasil aos 45 anos ( não 50 como consta no documento de entrada na Hospedaria do Imigrante de São Paulo) com sua esposa e oito filhos pelo Vapor Maria que trazia cerca de 900 passageiros, récorde para a época, entre eles também as Famílias Feresin, Sandrin e Rosin, com as quais alguns dos seus filhos se casaram nos primeiros anos de Brasil, na cidade de São Carlos para onde todos foram trabalhar nas lavouras de café substituindo a mão de obra escrava africana.

Além da já esperada longa jornada, cerca de 30 dias no mar para chegar ao seu destino final, viagem na qual com frequência ocorriam alguns nascimentos e óbitos no barco, os passageiros do Vapor Maria foram precariamente recebidos em Santos, onde lhe serviram a primeira refeição em terra, despejando a comida direto na mesa, sem pratos e sem talheres e depois abandonando os imigrantes pela cidade das dez da manhã as 10 da noite, sem mais assistência, abrigo, agasalho, comida e sem transporte de trem organizado para levá-los diretamente para São Paulo, como atestam os jornais da época, veja a página dedicada ao Vapor Maria.

Ao chegarem finalmente na Hospedaria dos Imigrantes do Bom Retiro, no dia seguinte, 16 de abril de 1885, mais problemas, pois a hospedaria estava pronta para receber até 500 pessoas de uma vez e não quase o dobro disso (900). Na semana que passaram por lá, notícias de jornais falam que houve uma confusão incitada por um italiano que rondava o local tentando enganar os imigrantes recém-chegados desinformados e também desconfiança dos imigrantes gerada por uma mudança de lei, permitindo que o subsídio que deveria ser dado diretamente aos imigrantes, fosse passado para as mãos dos fazendeiros que iriam lhe contratar. Um grupo pequeno de imigrantes inconformados com essas mudanças fez um abaixo assinado e reclamação formal para exigir seus direitos. Entre os nomes dos reclamantes, se encontra Antonio Tinos, citado em uma nota no jormal como um dos assinantes tiroleses:

“Leu-se uma reclamação assignada a 22 do corrente (mês) pelos chefes de familia de immigrantes tyrolezes, actualmente na hospedaria do Bom-Retiro – Piaza Domenico, Vicintini Giacomo, Giacomo Tomancini, Bernardino Antonio, Ollian Giusepe, Valentino Ballaminut, Tinos Antonio (Antonio Tinos), Contim Domenico, Basul Pietro, Mian Luigi, Domenico Diust, Igabin G. Batta, Graton Francesco, Pontin Ivani. Reclamaram elles:

1o Que é illegal que se pague a qualquer outra pessoa e não a elles a gratificação que a provincia concede aos immigrantes, e que tendo elles contratado para virem trabalhar na provincia, não desejam retirar-se dáqui sem que lhes diga quanto é que estão devendo até o presente. O sr. presidente  pôz a votos a seguinte questão -póde em face da lei pagar-se a qualquer outra pessoa que não seja o imigrante ou seu legitimo procurador? Os inconvenientes resultantes se se pagar a outrem não serão muito maiores por facilitarem abusos de natureza grave, do que os que resultam de pagar-se ao proprio immigrante?”

Temos aqui no site também uma página destinada apenas aos recortes de jornais da época sobre a Hospedaria dos Imigrantes em São Paulo.

Após cerca de uma semana na Hospedaria dos Imigrantes no Bom Retiro, São Paulo, foram levados de trem para São Carlos para trabalhar numa fazenda chamada Boa Esperança. Tia Rosa contou que Antonio fugiu dessa fazenda com sua família por não aceitar ser tratado como escravo branco, ou seja, trabalhar de graça para o fazendeiro para pagar os custos da suposta dívida de sua viagem, alimentação e acomodação, quando ele mesmo pagou sua viagem e não recebera o devido subsídio do Governo Brasileiro. Andou pelos campos com sua família carregando uma barra de ouro (todos seus bens devem ter sido transformado em ouro para viajar) até serem acolhidos na Fazenda Santa Eudóxia do Fazendeiro Francisco Cunha Bueno para quem Antônio e sua família gostavam de trabalhar, testemunhando a visita de Dom Pedro II, Imperador do Brasil a Fazenda Santa Eudóxia em 1886 e onde meus bisavós Marcellina Tinos e Luis Gomes Areias se conheceram, se casando posteriormente no religioso em 1897. Parece que havia uma foto perdida de Antonio Tinos, descrito como um homem alto, ruivo, de barba e olhos azuis… Minha avô Lola era ruiva também, porém sem olhos claros.

Victorio Tinos at School in (na escola em) Santa Eudóxia – São Carlos

Descendants of Antonio Tinos & Elizabetta Grassetti during the First Family Reunion in Santa, Eudoxia, Sao Paulo, Brazil, 2007 (Descendentes de Antonio Tinos e Elizabette Grassetti, durante o Primeiro Encontro da Familia em Santa Eudoxia, Sao Carlos, Brasil 2007).

Second family reunion of Descendants of Antonio Tinos & Elizabette Grassetti in Sao Carlos, Sao Paulo, Brazil – 2016. ( Segundo Encontro dos descendentes de Antonio Tinos e Elizabetta Grassetti em São Carlos, São Paulo, Brasil – 2016. Maria de Lourdes Xavier Tinoz, Angelica Xavier Tinos, Pedro França Vieira, Luciana Alberti Tinos, Marilia Tinos, Luciana Botelho Tinos, Rita de Cassia Tinos dos Santos, Joao Augusto Xavier Tinoz (Guto), Antonio Tinos & Neusa Aparecida de Oliveira Tinos (blusa preta), Paulo Araujo & Henriqueta Tinos, Geoffrey Drake-Brockman & Juliana Areias, Marcel Boechat Mendes, Jefferson branco, Jose Aparecido Galdino dos Santos, Nestor Jose Tinos, Maria do Rosario Martins Tinos, Terezinha Tinos Iossi, Toni di Ramos, Maria Jose Costa Tinos & Marcos Roberto Tinos, Mario Tinos, Frederico Tinos, Daniel Tinos e Jose Wilson Areias Mendes

Giuseppe Tinos, pai de meu tataravô Antonio Tinos que emigrou para o Brasil, nasceu também em Strassoldo em 4/4/1798 era filho de Domenico Tinos e Caterina. Esse Domenico Tinos provavelmente filho de um outro Giuseppe Tinos e Maria, que era filho do Patriarca da Família Tinos em Strassoldo, chamado Domenico Franco conhecido como Domenico Tinos, provavelmente por ter alguma ligação familiar ou comercial com a Ilha Tinos na Grécia. Certamente o sobrenome Tinos não é um sobrenome italiano, mas está presente em Strassoldo desde 1729. Antonio Tinos, que veio para o Brasil em 1885, teve ao menos 4 irmãos – Domenico I (1827-1831, morreu afogado), Domenico Tinos II, Giovanni Tinos e Teresa Tinos.

Giovanni Tinos, (irmão de Antonio Tinos), permaneceu no Friuli, era deficiente físico (manco) e sapateiro em Strassoldo, onde foi Conselheiro Comunal em 1896. A mesma profissão de sapateiro e cargo político de Conselheiro Comunal foram exercidas por um dos seus filhos, chamado Attiliano Tinos ( Attilio) em 1922, que chegou a ser preso junto com o Conde de Strassoldo e outras pessoas pelo Exército Italiano, por serem a favor da Áustria durante a Primeira Guerra Mundial. O livro Strassoldo il Paesi dei Campanelli, retrata as peripécias de Attilio e seu irmão Bepo (Giuseppe) durante esse período em que Strassoldo, pertencendo a Áustria, fazia literalmente divisa com a Itália e a casa da Família Tinos em Strassoldo na Via San Marco era basicamente uma das casas dessa divisa, encorajando os irmãos a fazer contrabando de comida. Bepo depois emigrou para França. Um dos netos de Attiliano (Attilio) é meu querido primo, cugino Giorgio Tinos, que mora aqui na Austrália também, em Queensland, enquanto eu moro em Perth. Toda descoberta da história da origem da Família Tinos foi nos presenteada pelo nosso querido amigo, anjo-da-guarda da família, historiador Ugo Perissinotto. Obrigada, amado amigo por um dos presentes mais valiosos da minha vida!